sexta-feira, 31 de outubro de 2014

MARLON BRANDO E O CIÚME

Marlon Brando 1924-2004

O melhor actor de cinema que vi (na tela) até hoje foi MARLON BRANDO. 

Já passaram, entretanto, dez anos sobre a sua morte. 

Leio no seu livro de memórias:

-Durante quase toda a minha vida fui uma pessoa muito ciumenta, mas sempre fiz um grande esforço para o esconder. Tinha receio de que, se alguém descobrisse que eu era ciumento, ele ou ela utilizasse isto contra mim. Agora sou diferente. Cheguei à conclusão de que o ciúme é um sentimento sem sentido, destrutivo, ao qual não me posso permitir, mas não foi fácil para mim aprender a controlar as emoções de uma vida.


Marlon Brando, apesar de tudo ter tido foi um poço de solidão e que morreu na solidão mais absoluta




sábado, 25 de outubro de 2014

O ESCRITOR E O SENTIDO DE HUMOR - III



Volto ao livro que continuo a ler CRÓNICA, SAUDADE DA LITERATURA, de Manuel António Pina, já citado nos dois posts anteriores, desta vez para transcrever a crónica em que o autor cita GROUCHO MARX, comediante e actor norte-americano, o terceiro dos célebres comediantes irmãos MARX:


Groucho Marx (1890-1977)

-Aqui onde me vêem, parti do nada e consegui chegar à mais extrema miséria


  1. os Irmãos Marx (Groucho, Chico e Arpo)



terça-feira, 21 de outubro de 2014

O ESCRITOR E O SENTIDO DE HUMOR - II

Humphrey Bogart   1899-1957 - um dos grandes mitos do cinema


Na sequência da crónica anterior que publiquei sobre o livro que ando a ler, CRÓNICA, SAUDADE DA LITERATURA de Manuel António Pina, citando Humphrey Bogart (ou Bogie, como era conhecido do grande público):



Dizia Humphrey Bogart que quanto pior é a ressaca da manhã tanto melhor foi a noite


Manuel António Pina - escritor, poeta e jornalista portuense - 1943-2012

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O ESCRITOR E O SENTIDO DE HUMOR - I


Manuel António Pina era um escritor cuja modéstia o levava a considerar as crónicas que escrevia para jornais e revistas como uma servidão diária que afirmava com humor só aceitar para alimentar a legião de gatos que tinha em casa e que, como tudo o que é jornal e como diziam os velhos tipógrafos do Jornal de Notícias, só serviriam para embrulhar peixe no dia seguinte.

Pois é precisamente o livro que foi lançado seis meses depois da sua morte e que reúne as suas melhores crónicas (publicadas na sua maioria no JN e na revista VISÃO de 1984 a 2012), que ando a ler - CRÓNICA, SAUDADE DA LITERATURA.

Ontem, sentado numa esplanada, dei por mim a rir sozinho já que o seu sentido de humor é excelente. Por exemplo, com esta desmanchei-me a rir:

-há anos convidaram-me para um debate na Antena Um, que tive de recusar, porque a coisa seria por volta das 10 da madrugada, hora a que costumo estar já deitado.



Manuel António Pina - 1943-2012

domingo, 12 de outubro de 2014

O TELEMÓVEL


A dependência do telemóvel é algo que chega a impressionar. Hoje em dia, já ninguém se imagina sem telemóvel.

São notórias algumas mudanças de comportamento quando, por qualquer razão, não é possível o uso deste: - tiques nervosos (como levar constantemente a mão ao bolso, olhar com agitação para o relógio, procurar o telemóvel sempre que, em redor, soa o toque de um), irritabilidade e depressão-.

Ontem estava sentado num café e numa outra mesa ao lado, separada por um vidro, sentou-se um jovem casal (ao que supus namorados) e durante a mais de meia hora que ali estiveram lado a lado não falaram um com o outro, nem uma palavra sequer, estiveram sempre a falar mas para o telemóvel, ignorando-se completamente um ao outro e assim continuarem quando eu saí... Vejo constantemente as pessoas a atravessarem as ruas e a olhar para o telemóvel, ignorando totalmente os veículos que possam ali circular, pessoas a andar de bicicleta e, ao mesmo tempo, a olharem para o telemóvel, é efectivamente uma dependência total que chega a impressionar quem atente bem na situação.

Ouvi e li, aqui há dias, que o medo, o autêntico pânico de ficar incontactável através do telemóvel já é considerado uma doença e até já tem nome - HOMOFOBIA -. 



Há quem o tenha constantemente, dia e noite, ligado e a sua falta poderá levar a um sentimento de tristeza, falta de apetite e aborrecimento. 

Em Portugal, há quase mais telemóveis que habitantes.




Há indivíduos que parecem dar mais importância ao telemóvel do que, por exemplo, à família e esta necessidade do uso do telemóvel (e, ao fim e ao cabo, das redes sociais) parece colmatar a fobia social de que actualmente padece a maioria das pessoas, sendo talvez resultante do medo da solidão, de não fazer parte de um grupo, é uma alienação total que parece ser o símbolo desta nova sociedade cada vez mais estúpida (e esta minha afirmação não tem a ver com velhos do Restelo) já que quem o confirmou foram estudos recentes efectuados por universidades americanas em que se provou que o Q.I. (coeficiente de inteligência) das novas gerações baixou.


Esta dependência dos telemóveis, da internet, do Facebook, do Google, parece significar que as pessoas deixaram de pensar (ó pai onde se situa a Mongólia, quem foi Leonardo da Vinci....vai ao Google, filho....), o uso das máquinas de calcular para saber quantos são 2 + 2...eu faço sempre as contas à mão por mais parcelas que tenham, poderá parecer ridículo mas obriga-me a ginasticar o cérebro (fundamental). 


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

UMA PALAVRA ENGANOSA - O LAR


A velhice - o abandono dos velhos nos lares. Uma bela história sobre o percurso de uma vida, de uma mãe, Ana, uma mulher idosa que tivera um AVC e ficara presa a uma cadeira de rodas e que para a sua filha (Marta) a ida para um lar será a única solução, já que a mãe não quer ficar em casa das filhas e o lar, apesar de ser um negócio "brutal", será a única solução para prover às necessidades básicas da sua mãe.

Teolinda Gersão

Ali (no lar), esta mãe, ao fim de algum tempo de permanência e para poupar os filhos e a família à "obrigatoriedade" de a visitarem, e até para ter algum descanso para si, finge ter Alzheimer e finge que já não conhece as pessoas.

"Ainda havia outra coisa, ligeiramente perversa; podia escutar o que as enfermeiras e as empregadas diziam de mim, da família e das outras pessoas do lar, julgando que eu não entendia uma única palavra. Era como se eu fosse um mosquito. A minha mãe costumava dizer: Gostava de ser mosquito, para ir ouvir a conversa. De algum modo, era o que eu fazia."   

Gostei deste livro, um romance intenso sobre o percurso ao longo da vida de uma pessoa e de uma família (com os seus bons e maus momentos) o primeiro que li desta excelente (mas desconhecida do grande público) escritora portuguesa, uma agradabilíssima surpresa.


Alzheimer - a doença da alma



quinta-feira, 2 de outubro de 2014

HÁ CEM ANOS



"1914-PORTUGAL NO ANO DA GRANDE GUERRA" de Ricardo Marques, é o livro que ando actualmente a ler.
Interessante este livro de 300 páginas, relata-nos como era o dia a dia dos portugueses no ano em que a I Grande Guerra eclodiu na França; ficam a saber-se coisas que aconteciam em Portugal há cem anos (1914), por exemplo que: 

-Quase oito em cada dez pessoas não sabiam ler

-O grande nome da obstetrícia era de um médico falecido em Abril de 1910: Manuel Vicente Alfredo da Costa, nascido em Goa. O seu sonho, que não chegou a ver realizado, era a construção de uma maternidade (que só viria a ser construída em 1916)

Manuel Vicente Alfredo da Costa -1859 - 1910 - (médico e professor de medicina, pioneiro da obstetrícia em Portugal)  

-O nome de 1914, Manicómio Miguel Bombarda, era a homenagem do regime ao médico Miguel Bombarda, republicano convicto, assassinado no seu gabinete de Rilhafoles, por um doente mental no dia 03.10.1910, véspera da revolução
              Miguel Augusto Bombarda (Rio de Janeiro, 6 de Março de 1851 — Lisboa, 3 de Outubro de 1910) foi um médico, cientista, professor e político republicano
 -uma mulher de 70 anos vinda de uma aldeia da província que conseguira matar um lobo que lhe tinha mordido (veio a Lisboa ao Instituto da raiva). Ficara muito admirada quando, às refeições, lhe serviram carne e pescada, pois em toda a sua vida apenas tinha comido caldo-verde, pão de milho e toucinho (bacalhau uma vez). 
O ardina e o vendedor de capilé - 1908

-Havia em Portugal cerca de 3500 automóveis, um terço dos quais na capital