quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

"A GUERRA QUE PORTUGAL QUIS ESQUECER" - MANUEL CARVALHO - LEITURAS 2016 XLI

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A I Guerra Mundial (1914-1918) foi realmente uma machadada e uma grande humilhação para o prestígio das tropas portuguesas, dado que resultou num dos maiores desastres de sempre das tropas nacionais, tanto na frente europeia como nas nossas colónias. 

E é de uma dessas humilhações que Manuel Carvalho, jornalista do Público, nos fala neste livro, relatando-nos as memórias dos soldados, as denúncias de cobardia e de incompetência das chefias, na guerra que decorreu em Moçambique.

Entre 1914 e 1918, Portugal enviou mais de vinte mil soldados para Moçambique com o objectivo de garantir a sua defesa e fazer frente às ambições e à ganância de expansão colonial dos Alemães. E, apesar da nossa superioridade em número e no equipamento, a humilhação das tropas portuguesas foi absoluta e a sua actuação foi um descalabro, redundando num dos maiores desastres de sempre das tropas nacionais, ficando uma mancha tão extensa que dificilmente se apagará da história do nosso exército. Na Primeira Guerra morreram em Moçambique mais portugueses do que na frente europeia.

"Nestas últimas semanas da guerra, as intermináveis filas de soldados ao abandono pelas ruas de Lourenço Marques sublinhavam a vitória da derrota. Entregues à sua sorte, sem lugar nos hospitais ou  nos quartéis, sem salários em dia, sem roupas e sem condições de higiene, o estado dos soldados tornou-se um problema e suscitou indignação. Já em Maio, o jornal "O Africano", fundado em 1908 pelo jornalista João dos Santos Albasini, protestava: "O estado em que se vê, passeando as ruas da cidade, uma grande parte, quase a totalidade dos nossos soldados que aqui se encontram, convalescendo ou aguardando transporte, é verdadeiramente lamentável: uns esfarrapados, outros porquíssimos, de capacetes esburacados ou sem abas, botas rotas, numa miséria, enfim, que implica seriamente com o nosso brio nacional, que faz corar de vergonha todo o bom português, especialmente quando se nota que essa miséria é desfrutada e censurada por numerosos estrangeiros".


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o autor, Manuel Carvalho, actualmente redactor principal do Jornal Público

nota 3,5 - interessante



0-li, mas foi zero
1-desisti
2-li, mas não me cativou
3-razoável
3,5-interessante
4-bom
5-muito bom
6-excelente
7-obra-prima


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

"OS ÚLTIMOS DIAS DO REI" - NUNO GALOPIM - LEITURAS 2016 - XL

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Até cerca de dez/quinze páginas do fim, li com muito agrado este livro. Interessante. Dá-nos um retrato, ou melhor, uma pincelada interessante, do que foram o Regicídio e os dois últimos anos (1908-1910) da governação deste último rei de Portugal - D. Manuel II, e ainda, sobretudo, do que foram os seus últimos vinte e dois anos de vida, passados no exílio (para onde embarcou, acompanhado da família real, na praia da Ericeira, para Inglaterra) e onde se dedicou brilhantemente ao estudo de livros raros portugueses dos séculos XV e XVI, sobre os quais publicou três volumes, o último dos quais já postumamente. Morreu (sufocado) repentinamente devido a um edema da globe. O seu corpo veio para Portugal, onde as suas exéquias se revestiram de grande importância.
Nasceu em Lisboa-Belém 9.11.1889 e morreu em Inglaterra em Twickenham em 2.7.1932.

Li com muito agrado e leveza (é realmente uma escrita leve e simples) este livro do Nuno Galopim (filho do Professor Galopim de Carvalho). O Nuno Galopim é um excelente jornalista que leio há muitos anos, creio que desde o Jornal O SETE (se não estou em erro, ou será do BLITZ?). Contudo, não sei o que lhe passou pela cabeça, pois, como já salientei no início deste post, aí para a página 260 (tem 272) o livro começa a mastigar e a caminhar para o fim maçadoramente já que o autor se pôs a inventar finais para o livro que, me pareceram completamente desajustados para não lhe chamar outra coisa, e assim quase conseguiu "borrar a pintura" pois um livro que se lê com muito interesse apanha ali (numa altura crucial) uma marretada que quase consegue engasgar o que até ali tinha sido tão saboroso.

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nota 3 - razoável


0-li, mas foi zero
1-desisti
2-li, mas não me cativou
3-razoável
3,5-interessante
4-bom
5-muito bom
6-excelente
7-obra-prima