segunda-feira, 28 de novembro de 2011

EMPRESAS E O PAÍS




















Desapareceram 1250 lojas de comércio, 720 imobiliárias e 423 restaurantes no primeiro trimestre deste ano (2011). Estas empresas fazem parte do grupo de 5013 sociedades que encerraram em Portugal, entre Janeiro e Março 2011, como consequência da crise económica e da simplificação dos processos de dissolução de sociedades.

A propósito das empresas deste país deve acrescentar-se que vivemos num país em que as empresas se assemelham a ele (exceptuando-se naturalmente as "familiares"), fundamentalmente muito por força dos seus gestores/integrantes, a grande maioria deles sem o mínimo de formação, sem o mínimo de carácter, "amassados" numa cultura individualista em que cada um só pensa em si, desprezando totalmente o interesse colectivo fazendo tábua rasa de todos os valores e ignorando sobretudo o facto de que só irmanados num objectivo comum se poderão alcançar os resultados para bem de todos. Obviamente, que neste naipe não poderão deixar de ser incluídos muitos trabalhadores, já que muitíssima gente parece não ter carácter, não ter um sentido profissional, não ter gosto pelo que fazem, nada fazendo para valorizar a profissão que exercem tornando-a digna e tornando-se eles próprios dignos e respeitáveis e quem não se dá ao respeito naturalmente que irá ser desrespeitado - todos temos direitos mas todos também temos obrigações!





O resultado está à vista....a começar pela personagem (o cliente BPN e amigo dos Loureiros, Duartes Limas e Oliveiras e Costas deste país) que rege os destinos deste bom povo à beira rio plantado, cujos ídolos são os Ronaldos (sou bonito, rico e grande jogador) e afins e em que as Teresas Guilhermes e quejandos são os grandes educadores do povo nessas inenarráveis casas dos segredos e similares.

Triste sina a deste povo que voga completamente à deriva sem rumo e sem nada nem ninguém que o guie ou motive.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

BIBLIOTECAS















Sou um frequentador de bibliotecas, sempre que me é possível.
Sinto-me muito bem e muito confortável numa biblioteca.
Aqueles sons, aquele silêncio doce que me proporciona e que me dá uma concentração e uma enorme boa disposição para usufruir duma das minhas paixões: a leitura.

Um bem estar indescritível.
Permito-me abordar aqui alguns aspectos sobre algumas daquelas que frequento com mais assiduidade.

-A Biblioteca do Montijo, a que mais tenho frequentado ultimamente, praticamente só para leitura domiciliária, é das únicas bibliotecas que conheço que não tem jornais diariamente. É uma biblioteca que parou no tempo!
Os ficheiros de consulta dos livros disponíveis ainda são naquelas fichas em papel, muito antigas. O pessoal, apesar de simpático e até disponível e prestável, parece mostrar uma grande tristeza com aquilo que faz (ou que não faz), vê-se que não há gosto, pelo que me apercebi, fiquei com a sensação de que há ali muito desconhecimento sobre aquilo que ali se "guarda"; é confrangedor constatar o desconhecimento duma funcionária que me encaminhou para o ficheiro quando lhe perguntei se tinha algum livro de Eugénio de Andrade (quemmmm? é português? é brasileiro? é melhor ir ao ficheiro), Camilo José Cela (mas esse é o nome do escritor ou do livro?)...as pessoas apenas parecem estar à espera da hora de saída (dá Deus nozes a quem não tem dentes)...livros recentes praticamente não há, nada está computorizado (isso até ainda poderia ser o menos), a renovação da leitura domiciliária tem de ser pessoal, não pode ser por telefone nem por e'mail (o que é isso?)... e uma burocracia de arrepiar, se a palavra funcionalismo público tem algum sentido pois aqui poderia aplicar-se com toda a propriedade.

-A Biblioteca da Amadora, de que também sou leitor (mas actualmente com menor frequência) é uma biblioteca com belíssimas, excelentes instalações, mas como eu costumo dizer, é um sítio aonde os reformados vão diariamente ler o jornal e os mais jovens vão "jogar" no computador (sem menosprezo para os factos, evidentemente). O pessoal é simpático, mas também não me parece grande conhecedor (pelo menos quando pergunto por algum livro noto quase sempre desconhecimento, característica que, estranhamente, para não dizer tristemente , parece ser comum a quase todas as bibliotecas), raramente tem novos títulos, raramente vejo um livro novo disponível. Confrontado com esta situação respondem-me quase sempre as funcionárias:

-não, não, olhe que todos os anos se compram livros novos só que estão no depósito

-mas há anos que estão no depósito, questiono eu, e porque não estão disponíveis ao público? e encolhem-me os ombros, sem que me consigam dar uma resposta razoável.

-Sou também um leitor frequente da Biblioteca de Torres Vedras, esta sim uma boa biblioteca, diariamente com jornais e revistas do dia, sempre com livros recentes, é moderna e plenamente computorizada, com espaços excelentes para uma concentrada leitura. A leitura domiciliária completamente desburocratizada (podendo fazer-se a renovação dos livros por mail ou por telefone), sem qualquer problema. Gosto imenso deste espaço arejado e muito simpático (tal como o pessoal, aliás).

-Sem dúvida que, para mim, a melhor de todas as bibliotecas que conheço, e não sei se não será a melhor do país, é a Biblioteca José Saramago, de Beja. Cinco estrelas. É uma biblioteca modelo, excelentes instalações, excelentes espaços para todos -dos 2 aos 100 anos-. Os funcionários muito simpáticos, muito prestáveis, dinâmicos, conhecedores e que até me têm aconselhado excelentes livros. Sempre, mas sempre com livros recentíssimos, aliás até têm disponível um caderno, em cima do balcão onde se levantam os livros, para os frequentadores sugerirem a compra de novos títulos.
Sou um frequentador assíduo e um leitor domiciliário constante. Presta um grande serviço à comunidade, um excelente distribuidor de cultura, um excelente trabalho. Bem hajam.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O Padre António Vieira e os livros



O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive



Padre António Vieira-(1608-1697)-religioso, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Orador eloquente e defensor das mais nobres causas, o Padre António Vieira é um dos maiores clássicos da prosa portuguesa, tanto nos seus SERMÕES como na CORRESPONDÊNCIA

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A LAMÚRIA/O CHORADINHO

















Hoje levantei-me pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia-noite. É minha função escolher que tipo de dia terei hoje.

-Posso reclamar que está chovendo ou agradecer as águas que levaram a poluição
-Posso ficar triste por não ter dinheiro ou sentir-me encorajado para admnistrar as minhas finanças, evitando o desperdício
-Posso reclamar sobre a minha saúde ou dar graças por estar vivo
-Posso queixar-me dos meus pais por não me terem dado o que eu queria ou posso estar-lhes grato por ter nascido
-Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho
-Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ter um tecto para morar
-Posso lamentar decepções com amigos ou entusiasmar-me com a possibilidade de fazer novas amizades
-Se as coisas não sairem como planeei, posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar
Um novo dia está aí na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar a forma





Tudo depende de mim....

CHARLES CHAPLIN (Charlot)



terça-feira, 15 de novembro de 2011

CORAGEM





Tenho ficado agradavelmente surpreendido com a reacção de Cristiano Ronaldo às constantes provocações de que repetidamente, nos vários campos por onde passa, tem sido alvo.

E a sua reacção gestual (dos três dedos ao alto) quando, num treino antes do jogo da 1ª. mão na Bósnia, é perfeitamente natural e humana.

Gostei da sua corajosa declaração em terras bósnias, antes do jogo: NÃO TEMOS MEDO DELES.

Gostei da sua entrega ao jogo na Bósnia, da sua coragem e da sua bravura.

Foi digno do melhor do mundo e honrou a camisola que vestia.

Foi um digno CAPITÃO da Selecção.

Não gostei que, para melhor jogador do mundo, Carlos Queiroz (qual Miguel de Vasconcelos) votasse no argentino Messi - estou em crer que, nas actuais circunstâncias, nenhum argentino faria semelhante pequenez.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Graham Greene e os livros




A nossa vida é mais feita pelos livros que lemos do que pelas pessoas que conhecemos





Graham Greene-1904-1991-escritor e crítico literário inglês


Nota-Graham Greene terá lido muitos mais livros do que conhecido pessoas?

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

LADRÕES DE LIVROS




A obra do escritor alemão (criado na América) Charles Bukowski figura em 1º. lugar como dos preferidos pelos ladrões de livros nos Estados Unidos.

Segue-se-lhe, no 2º. lugar, a obra do escritor norte-americano William S. Burroughs (igualmente pintor e crítico social), figurando o romance fundador da geração "beat, "PELA ESTRADA FORA", do norte-americano Jack Kerouac, no 3º. lugar.

Aparece em 4º. lugar "A TRILOGIA DE NOVA IORQUE" de Paul Auster.

Toda a obra do escritor britânico Martin Amis, nascido em 1949, ("Koba o terrível"-uma história de Estaline), aparece no 5º. lugar.

Curiosamente, ou talvez não, os dois primeiros lugares são ocupados por livros de escritores que levaram uma vida que sempre decorreu numa atmosfera fantástica e
grotesca com muito álcool e muitas drogas.

Os roubos de livros representam, nos EUA, 1,7% do volume de vendas.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Paulo Francis e os livros





Quem não lê não pensa, e quem não pensa será para sempre um servo





PAULO FRANCIS - escritor, jornalista e crítico de arte brasileiro (1930-1997)



sábado, 5 de novembro de 2011

OS PARASITAS CELIBATÁRIOS



Há 20 anos que não sai de casa!


Um meu amigo de infância que vive só com a mãe, resolveu, por razões que só ele sabe e a ninguém explica, isolar-se do mundo, não saindo de casa há mais de 20 anos, não tendo tão pouco saído do seu quarto nos primeiros dez de isolamento. E, aos poucos, ali vai morrendo em vida um triste fantasma deitado, qual morto-vivo.


É uma situação para a qual nenhum seu familiar consegue encontrar uma razão, nem mesmo a sua Mãe que o deitou ao mundo.


Este é igualmente um dos males que atinge actualmente os jovens do Japão; são os “Hikikomori”-jovens que se retiram completamente da sociedade evitando todo o contacto com outras pessoas.


Estima-se que cerca de um milhão de jovens (entre os 15 e os 39 anos de idade, normalmente são rapazes), vivam trancados nos seus quartos, sem ir à escola ou ao trabalho, absolutamente incapazes de seguir o frenético ritmo de vida do país aí vivendo por sua própria vontade durante anos.


Como acontece muitas vezes entre os lares japoneses, os pais não forçam os filhos reclusos a saírem de casa, com a esperança de que o mal passe com o tempo.
É comum que a família se sinta envergonhada com a situação e esconda o facto.
Sentem-se tristes e quase não têm amigos, e a grande maioria dorme ou deita-se ao longo do dia, e vê televisão ou concentra-se no computador durante a noite.


No Japão, também lhes chamam parasitas celebatários.