quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O PRISIONEIRO QUE REGRESSOU DO INFERNO


Impressionou-me esta imagem que o meu amigo VV me enviou há poucos dias. E impressionou-me porque revolveu o meu subconsciente trazendo-me à memória algumas imagens semelhantes duma época vivida por mim e pela minha geração.

É Dieter Dengler piloto da marinha norte-americana (de descendência alemã) abatido e capturado no Laos durante os primeiros tempos da guerra do Vietname (1966).

Dengler, que liderou e organizou a fuga dum campo de prisioneiros vietnamita com mais outros seis prisioneiros, tem o mérito e o crédito de ser o único soldado americano a ter resgatado um outro e a ter regressado da selva do Laos com vida, depois de salvo por soldados norte americanos ao fim de 23 dias de fuga.
Só ele e o seu companheiro Pisidhi Indratat escaparam.

Esta sua fuga do inferno já foi relatada em livro (Escape from Laos) pelo próprio Dengler e no cinema num documentário realizado em 1997 pelo cineasta alemão Werner Herzog e está novamente aí nos cinemas contada no filme "Espírito Indomável".

Dengler, que se tornou depois piloto de testes e sobreviveu a mais quatro acidentes aéreos, faleceu em Fevereiro de 2001, vítima de doença prolongada.

domingo, 25 de setembro de 2011

POR ONDE ANDEI EM 2010 - XIII







Ao longo deste ano de 2011 deixei aqui, em treze "apanhados" (ia chamar-lhe crónicas mas a tanto não me atrevo), as minhas opiniões sobre os livros que li em 2010. São opiniões naturalmente pessoais e nisto de leituras há muita subjectividade nos gostos, aliás o gosto da leitura é um gosto que se vai refinando, que se vai aperfeiçoando, que se vai aprendendo, livro que eu adorei há 20 anos e agora já nem tanto e o contrário também poderá ser verdade.

Há muitos anos, era eu ainda um adolescente, dizia-me um velho amigo melómano (paixão pela música): Ó Seve, isto da leitura é como a música clássica, aprende-se a gostar depois de muita, muita audição, tal como se aprende a gostar de ler, só lendo, lendo sempre.

Vou então abordar as últimas leituras que fiz em 2010, sempre sob a forma de "passeio", e daí voltar aos EUA com um dos meus escritores preferidos: PAUL AUSTER, e é com ele, através de "SUNSET PARK" que viajo para um bairro perigoso de Brooklyn, onde quatro jovens ocupam ilegalmente uma casa abandonada. São quatro vidas que o autor entrelaça em tantas outras para criar uma complexa teia de relações humanas, num romance sobre a América contemporânea e os seus fantasmas. Não foi dos que mais gostei deste belo escritor, daí permitir-me recomendar-vos antes deste, outros do mesmo escritor: "Mr Vertigo", "A Música do Acaso", "Timbuktu", "o Livro das Ilusões".

Embrenhei-me depois numa "BIBLIOTECA CHEIA DE FANTASMAS" livro de amor aos livros e para quem gosta verdadeiramente de livros, a paixão pela sua posse, a obsessão da leitura, o vício dos olhar nas estantes, de lhe passar os olhos com se todos os dias falássemos com alguém nosso, quem está sempre a pensar nas mil e uma maneira de arrumar os livros (por temas, por autores, por nacionalidades, etc.), não poderá perder este belo livrinho escrito por JACQUES BONNET.

"Estabelecer uma ligação é a capacidade de se identificar com as pessoas e relacionar-se com elas de determinada forma, forma que aumenta a sua influência junto delas", quem o diz é o perito em liderança e comunicação JOHN C. MAXWELL num curioso livro "TODOS FALAM POUCOS COMUNICAM". Agradou-me, sobretudo porque tem a ver com o meu dia a dia profissional, apesar de estar convencido que, nesta como em todas as áreas, é o tempo que nos traz os maiores ensinamentos.

E é através de uma "recolha" organizada por VASCO DA GRAÇA MOURA que fico a conhecer algumas "HISTÓRIAS PORTUGUESAS DE NATAL; O Portuense Ramalho Ortigão mostra-me como eram os dias de Natal nas décadas de 1800, quando grandes rebanhos de perús percorrem as lamacentas ruas de Lisboa, o meu conterrâneo Fialho de Almeida, da Vila de Frades (Vidigueira), conta-me a tristeza de uma noite de Natal Alentejana de uma velha sem ninguém. Raul Brandão fala-me do Natal dos pobres de Portugal dos princípios do séc. XX, Ferreira de Castro relata-me o Natal na sua terra (Ossela) e de muitos outros ouvi das mais belas histórias portuguesas de Natal. Foi este o último livro que li em 2010, e gostei.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Mário Beneditti e os livros



Os leitores voltariam com gosto às livrarias sempre que não encontrassem apenas escaparates com os últimos best-sellers (porque dos penúltimos já ninguém se lembra)




Mário Benedetti-1920-2009-poeta, escritor e ensaísta uruguaio


(Recomendo-vos "A TRÉGUA")

terça-feira, 20 de setembro de 2011

EMOÇÃO


























Galgando quilómetros atrás de quilómetros, escutando a estrada (sem a ver), pensando na vida, quando de repente oiço, na rádio uma voz cheia de emoção, o Dr. Eduardo Barroso, célebre cirurgião português (e do meu clube) proclamando: "Os cirurgiões nos EUA são escolhidos não pelo coeficiente de inteligência mas sim pelo coeficiente de emoção".

Obrigado Dr. Eduardo Barroso, porque efectivamente sempre pensei assim, só com emoção se poderá ter êxito e gosto numa profissão (êxito não significa regalias). Todas as profissões são dignas, sejam elas quais forem, mas só se lhes daremos dignidade quando as desempenharmos com emoção.

E quase tudo o resto virá por consequência!

Sou uma pessoa de emoções (não de euforias) e sempre desempenhei as minhas tarefas com emoção, não sei se tenho tido, ou não, êxito na minha profissão (isso não me cabe a mim), mas que sempre o fiz com emoção máxima, disso estou perfeitamente convicto; aliás, como tudo na vida o fiz sempre com emoção.

Não sei viver doutra maneira!

domingo, 18 de setembro de 2011

Alexandre O'Neill e os livros



Uma obra não se explica, decifra-se



Alexandre O'Neill-1924-1986- o autor de "Há mar e mar há ir e voltar"-poeta e escritor português

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

OS MAL AMADOS - II













Do livro "Os Mal-Amados" de Fernando Dacosta, que ando a ler, já aqui transcrevi algumas passagens em que se falou de Raul Solnado e Fernando Pessoa. Hoje permito-me transcrever algumas passagens sobre outras duas grandes figuras portuguesas:


-Em termos comunicativos, Cunhal impunha-se como poucos. "O seu carisma funcionava, a sua imagem atraía pela seriedade, pela coerência".


Um dirigente da extrema-esquerda revelará que o então seu partido andou durante algum tempo a estudar o "tipo de mulher" preferido por Álvaro Cunhal.


O grupo pretendia infiltrar uma jovem na intimidade da dirigente comunista para lhe obter informações e confidências que permitissem atacá-lo. O estudo feito revelou que ele era especialmente sensível a "mulheres magras, angulosas, de seio frágil e temperamento forte". Nenhuma militante da associação aceitou, porém, representar o papel proposto. As tentativas ensaiadas goraram.se. A dura personalidade do visado inibiu-as de se lhe atirarem.

Quando se retira, delicia-se a ir com os netos (três) ao centro comercial de Cascais comer pipocas e hambúrgueres, ver cinema e jogar em computadores. "Gosto muito de ser avô, como gosto de ser pai, de ser companheiro, de ser irmão, de ser familiar empenhado no amor às pessoas que me são queridas. Também aos amigos. O amor e a amizade têm sido uma das grandes riquezas da minha vida".



Sobre Ramalho Eanes:


-"Um indivíduo com fome tem o direito de se apropriar do que precisa para sobreviver, isto é, tem o direito de roubar. O homem que está neste mundo é, pelo facto de estar, senhor dos bens deste mundo, se lhos retiram, deve assenhorear-se deles", diz-me Ramalho Eanes, ex-Presidente da República: "A revolução proletária não se esgotou com a morte do comunismo estalinista. Temos de retomar alguns dos valores de outrora, das utopias de outrora."


domingo, 11 de setembro de 2011

AS TORRES GÉMEAS



O World Trade Center tomou forma durante a década de 1960, primeiro devido às ambições dos irmãos David e Nelson Rockfeller, membros de uma poderosa família das finanças e da política, e depois graças às oportunidades proporcionadas pelas alterações verificadas na construção.

O WTC foi concebido num tempo de transformações radicais na construção de edifícios altos, e o seu proprietário serviu-se das transformações de uma forma excessiva. Os novos regulamentos permitiram-lhe construir mais alto e mais barato, com as torres gémeas a serem os primeiros arranha-céus erigidos quase sem recurso à construção em alvenaria de tijolo.

Quando dos atentados, algumas daquelas modificações tornaram impossível a fuga das pessoas que estavam nos andares mais altos das torres.

As torres gémeas receberam os primeiros inquilinos em 1970.

Ao esmagar-se contra a torre o segundo avião voava a mais de 870 quilómetros por hora, inclinando-se ligeiramente no último segundo abriu uma brecha a toda a largura das asas, cortando nove andares em diagonal, entre os pisos 77º. e 85º.



-do livro 102 minutos-

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

11SETEMBRO - 102 minutos
















102 minutos foi o tempo que mediou entre o impacto do primeiro voo e o desmoronamento da segunda torre.



"Às 8h48 ou 8h49, dois ou três minutos depois de o Voo 11 se ter despenhado, foram vistas as primeiras pessoas a cair da torre norte, homens e mulheres que fugiam de um inferno de combustível a arder. Os primeiros mergulhos foram menos deliberados, mais produto de um reflexo, como acontece quando se toca num fogão muito quente. Para fugirem do calor, não tinham de abrir caminho por entre as chamas. A fachada do edifício fora rasgada. Sozinhos ou de mãos dadas, subiram para o peitoril das janelas, o único refúgio para se defenderem do fumo e do calor.
Um homem. Uma mulher. Um homem e uma mulher de mãos dadas.......

-relato de Kevin Flynn director departamental do Times no dia 11 de Setembro de 2001 no livro "102 minutos" autores: Jim Dwyer e Kevin Flynn-

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Stephen King e os livros




Os meus livros são o equivalente literário a um BIGMAC com uma dose de batatas fritas


Stephen King-um dos mais notáveis escritores americanos do terror psicológico (1947-)


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

OS MAL-AMADOS - I































Depois de uns "rápidos" dias de férias, continuo com livros, não os livros que entretanto li (alguns) mas com o que estou actualmente a ler: -"Os mal-amados", de Fernando Dacosta.



Os mal-amados tem a ver com algumas das personagens da vida portuguesa, nomeadamente da política, das artes, do desporto, da literatura, etc...Porque me pareceram interessantes algumas passagens desta obra, permito-me transcrever aqui algumas:



Por exemplo, sobre Raúl Solnado:



-Solnado significa sol-nascido, sol-nado; e Raul, luar ao contrário. Por isso, Raul Solnado é um ser de reverberações: dar luz (humor) aos outros fez-se-lhe destino. "Não sou rico nem sou pobre, que é o melhor estatuto que se pode ter em Portugal. A minha existência corre ao sabor da brisa...há, aliás, um lado bom na velhice, a tranquilidade e a sabedoria. Precisamos de recuperar o som do riso. O som do riso é um som muito bonito. Perigoso por vezes. Uma noite uma mulher morreu a rir no Teatro Variedades. Eu estava a representar a peça Oh, que Delícia de Coisa, do Miguel Grila, o autor da Ida à Guerra, quando vi, de repente, grande alvoroço nos balcões: uma espectadora falecera, sufocada pelas gargalhadas.".



Sobre Fernando Pessoa:



-"Somos, por temperamento, avessos à revolta, à agitação", sublinhava Fernando Pessoa. "Quando fazemos uma revolução é para implantar uma coisa igual ao que já estava. Ficamos os mesmos disciplinados que éramos. Não se conhece noutro povo tamanho apelo à desistência, à flagelação."



Muito interessante este "Os Mal-Amados" como, aliás, o são também os dois livros que já tinha lido deste autor ("O Viúvo" e "As Máscaras de Salazar"). Curiosissímas revelações de pessoas relevantes da vida portuguesa...

sábado, 3 de setembro de 2011

Mark Twain e os livros



É preciso ter cuidado com os livros de saúde:-podemos morrer por culpa de uma errata




Mark Twain-Escritor, humorista e conferencista americano (1835-1910)