sexta-feira, 21 de junho de 2019

"O DIÁRIO SECRETO DE HENDRIK GROEN AOS 83 ANOS E 1/4" - LEITURAS 2019 - XI


Resultado de imagem para "O DIÁRIO SECRETO DE HENDRIK GROEN AOS 83 ANOS E 1/4"

Lar da 3ª. idade/Residência Sénior, a vida dos seus residentes e a forma como são actualmente tratados os idosos, o arrastar de pés atrás dos andarilhos, queixumes, solidão, suspiros angustiantes, gemidos, Alzheimer, demência, o retrato assustador do que é a vida real de um idoso num lar, tudo isto e muito mais nos conta este romance comovente, triste, mas por vezes divertido, e que se tornou um fenómeno literário em todo o mundo. 

Hendrik Groen é um pseudónimo e o lançamento deste seu diário (o relato de todos os seus dias durante um ano), causou um intenso debate na Holanda, o seu país de origem. A sua identidade é ate hoje desconhecida; será que terá a mesma idade do idoso retratado?

Hendrik Groen pode estar velho, mas ainda muito longe de estar morto, e espera não ser enterrado tão cedo. Os seus passeios diários são cada vez mais curtos porque as pernas começam a dar de si, e as suas idas ao médico são agora mais frequentes do que ele gostaria. Hendrik está velho, mas quem disse que tem de viver confinado ao lar para idosos perto de Amesterdão esperando que a morte chegue? 

O fim da vida aproxima-se e o lar da 3ª. idade é aqui retratado com a crueza que efectivamente a situação impõe. Os residentes a quem já ninguém visita, os amigos que já não existem, para além dos habitantes do lar... É realmente um tema muito delicado e que, página a página, nos põe a pensar, independentemente da nossa idade...


retive e anotei:

-Com a idade, reduz drasticamente o conhecimento que se tem de si mesmo. Da mesma forma que, inversamente, aumenta nas crianças à medida que crescem.



0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima



segunda-feira, 10 de junho de 2019

"SUL PROFUNDO" - PAUL THEROUX - LEITURAS 2019 - X


Paul Theroux é um reconhecido escritor de livros de viagens.

Este "Sul Profundo" é uma longa viagem, durante quatro estações, pelos sítios mais recônditos do Sul da América.

A América das grandes extensões e as estradas solitárias, os móteis sujos, as lojas à beira da estrada, o espírito hospitaleiro e acolhedor do Sul. 

Igrejas e barbearias, feiras de armas que nos ajudam a perceber certos mitos e o porquê da discussão sobre a possibilidade das pessoas puderem usar armas no seu dia a dia, cidades abandonadas, lugares essenciais na luta dos negros pelos direitos civis. 

Resultado de imagem para paul theroux
Paul Theroux - EUA - 1941
Ao longo desta viagem (536 páginas) são abordados os mais variados temas que se prendem naturalmente com os locais por onde o autor passou:

Ku-Klux-Klan - O KKK originou-se em meados do séc. XIX, não entre os brancos pobres, mas na classe dos plantadores que usavam o terror para manter os negros a trabalhar nos campos, para controlar a mão de obra, e para perpetuar o sistema repressivo da plantação do Sul. 
Em Agosto de 1980 Ronald Reagan voou até à cidade que era o quartel general do KKK no Mississipi, ele queria dizer: estou do vosso lado.
Foi Ronald Reagan que se opôs à criação de um feriado nacional em homenagem ao Rev. Dr. Martin Luther King Jr.    

William Faulkner - um dos maiores escritores americanos e mais subtis pensadores - um homem tímido, mas um ousado e opinioso génio literário com um conhecimento enciclopédico da história sulista. impossível de ignorar por quem viaje pelo Sul — viveu toda a sua vida no centro dessa comunidade racionalmente dividida sem sequer uma vez sugerir claramente, na sua sábia voz, numa cidade que ele se orgulhava de chamar sua, que um estudante negro tinha o direito inalienável de estudar na universidade — tudo a seu tempo, era o seu lema. 
O vencedor do Prémio Nobel ficava-se, enquanto negros eram corridos do Campus, admitidos como criados só pela porta traseira e, uma vez feito o trabalho, mandados embora. Faulkner morreu em Julho de 1962.

Erskine Caldwell- Um dos escritores que, na opinião deste blogueiro, melhor descreveu a segregação e o sofrimento. Filho de um pregador, Caldwell era, contudo, tão detestado pelos seus compatriotas georgianos, que se sentiam que ele fizera deles um motivo de chacota, que deixou o Sul, viveu em São Francisco e Nova Iorque, e durante alguns anos numa pequena cidade do Maine. Viajou pela Europa e pela União Soviética, onde trabalhou como correspondente de guerra, sendo também visto como um cronista da vida camponesa nos Estados Unidos.   


Permito-me uma curiosidade: do Erskine Caldwell possuo um livro (O Pregador) autografado:    



Retive e anotei:

MARGARET BOURKE-WHITE - EUA - uma pioneira dos momentos importantes da fotografia. 1904-1971 - por exemplo, a grande e imortal foto da mulher da depressão (associei-a sempre ao grande romance de Steinbeck "As Vinhas da Ira") 
Imagem relacionada


0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima