quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

JOVENS ESCRITORES PORTUGUESES III


















RUI CARDOSO MARTINS
"DEIXEM PASSAR O HOMEM INVISÍVEL"



Durante uma grande enxurrada em Lisboa, um homem - cego desde os 8 anos, advogado - cai numa caixa de esgoto aberta, situada junto da igreja de S. Sebastião da Pedreira. Na mesma altura, um escuteiro que regressava de uma actividade na mesma igreja é também arrastado para o mesmo esgoto. É a viagem de ambos, através de uma Lisboa subterrânea, enquanto cá fora são tomadas todas as medidas para os salvarem, que o autor nos conta neste segundo livro. Mas é também a entreajuda, a cumplicidade entre o cego e a criança, naquela terrível aventura. Pelo meio, as histórias de um ilusionista - Seripe de nome artístico, na realidade Pires ao contrário -, as recordações do homem cego do tempo antes de aquilo acontecer, a história de um camaleão que não acertava com a cor, e tantas outras tornam a leitura deste livro extremamente aliciante de mais um jovem escritor português.



RUI CARDOSO MARTINS - (Portalegre, 1967) é um jovem escritor, jornalista e argumentista português. Foi repórter e cronista no Público, e foi um dos fundadores das Produções Fictícias, sendo um dos escritores do programa Contra Informação da RTP1. Para o cinema escreveu o guião de Zona J e (em parceria) o da longa-metragem"Duas Mulheres". O seu primeiro livro, " E se eu gostasse muito de morrer", de 2006,, está na quarta edição em Portugal, tendo sido publicado também em Espanha e na Hungria. Este (Deixem passar o homem invisível") é o seu segundo livro, e foi premiado com o Grande Prémio de Romance e Novela da APE-Associação Portuguesa de Escritores/Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas

sábado, 24 de dezembro de 2011

NATAL




É nesta época que me vejo menino, radiante e deslumbrado, era uma noite especial em que os olhos pareciam brilhantes, e como éramos felizes nesta noite mesmo com o sapatinho (à meia-noite) com meia dúzia de bombons, lembram-se...




Boas Festas para todos

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

JOVENS ESCRITORES PORTUGUESES - II























DAVID MACHADO
DEIXEM FALAR AS PEDRAS
Narra a história de Nicolau Manuel, preso no dia em que se ia casar e nunca mais voltou. Viveu na urgência de contar a verdade à noiva, Graça Penedo, que acabaria por se casar com o alfaiate que lhe fizera o fato do casamento (e não só...).
Outro livro que li quase ininterruptamente (excelente), doutro jovem autor português, que prenuncia bons livros, outras belas histórias.

David Machado- (Lisboa - 1978), ganhou o Prémio Branquinho da Fonseca 2005, da Fundação Calouste Gulbenkian/ Semanário Expresso, com o livro infantil A Noite dos Animais Inventados que a Presença publicou na colecção «Arca do Tesouro». Além de vários títulos infantis, David Machado publicou ainda, nas «Grandes Narrativas», o romance O Fabuloso Teatro do Gigante e o livro de contos Histórias Possíveis. Em 2004, publicou pela editora Coolbooks o conto O Fantástico Verão do Café Lanterna. É licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, de Lisboa.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

JOVENS ESCRITORES PORTUGUESES - I






















AFONSO CRUZ

OS LIVROS QUE DEVORARAM O MEU PAI

-Vivaldo Bonfim é um escriturário entediado que leva romances e novelas para a repartição de finanças onde está empregado. Um dia, enquanto finge trabalhar, perde-se na leitura e desaparece deste mundo. Esta é a sua verdadeira história — contada na primeira pessoa pelo filho, Elias Bonfim, que irá à procura do seu pai, percorrendo clássicos da literatura cheios de assassinos, paixões devastadoras, feras e outros perigos feitos de letras.-

Uma pérola, este belíssimo livro que se lê de uma só vez de ponta a ponta (apenas 128 páginas).



AFONSO CRUZ-(Figueira da Foz- 1971) - escritor, realizador de filmes de animação, ilustrador e músico.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

DURÃO BARROSO - pergunto




Sinceramente que ainda não percebi qual será o papel de Durão Barroso na Presidência da União Europeia... (se calhar ignorância minha, confesso)


- "riscará" alguma coisa?


- terá algum voto na "matéria" ?


- como é possível um líder ser tão apagado (pelo menos aos meus olhos) e não ter (ao que me apercebo) a mínima interferência em algo que se veja e


- ser (penso eu) apenas uma marioneta das Standards & Poor's, das Srªs. Merkel e dos Sr. Sarkozy's e outros que tais...


...e "fugiu" este indivíduo de Portugal para fazer uma figura destas...que, ao contrário de muitos outros portugueses espalhados pelo mundo, em nada nos prestigia, bem pelo contrário.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

José Mestre "O Homem Sem Rosto"






























Não sei quantas vezes me cruzei no Rossio com o José Mestre, e quantas vezes o vi no cruzamento entre Queluz e Amadora a regular o transito, mas sempre que o via algo de escuro me invadia, pensava como seria o sofrimento deste ser humano e como é que ninguém tomava providências para a resolução deste caso tão chocante; seguia o meu caminho mas com uma escuridão terrível dentro de mim que me acompanhava não só naquele dia mas também nos seguintes.
Entretanto, no passado sábado tive oportunidade de ver na SIC uma reportagem sobre a operação que, finalmente, ao fim de tantos anos, permitiu remover o tumor que lhe cobria o rosto e que já o cegava dum olho.

Parece que o Estado Português despendeu nesta operação à volta de € 60.000. Ora até que enfim um dinheiro bem empregue e com o qual, tenho a certeza, a totalidade do Povo Português concordará em absoluto, é para isto mesmo que os nossos impostos deveriam servir!


Apesar da operação já ter decorrido (creio que em Outubro de 2010) não quero perder a oportunidade de falar sobre ela mas fundamentalmente sobre a irmã do José Mestre.
Vi todo o filme com muita emoção e efectivamente não posso deixar de prestar aqui a minha homenagem à Guida (irmã do José Mestre), uma GRANDE MULHER, um GRANDE SER HUMANO, que deveria, esta sim, ser condecorada com uma grande Portuguesa um SER HUMANO absolutamente magistral e duma dedicação impressionante.


Permito-me relembrar (transcrevendo) alguma da história deste belo ser humano que poderá até ser feio por fora mas que é lindo por dentro como dizia a sua (bonita) irmã na reportagem a que assisti.

José Mestre nasceu com uma mancha escura mas aparentemente inofensiva na cara: "A mancha era lisa, mas começou a criar borbulhas e estas foram evoluindo até me consumir a face quase por completo e hoje só me resta um olho, do qual vejo mal", explicou José Mestre, à agência Lusa, descrevendo que tinha menos de 2 anos quando a mãe começou a peregrinação pelos médicos.
No entanto, a recusa de uma transfusão de sangue por ir contra as suas crenças religiosas, enquanto testemunhas de Jeová, adiou a cirurgia para remover o tumor. Uma malformação vascular e um angioma que foram progredindo, apesar de ter sido operado ao lábio inferior aos 14 e aos 18 anos.O angioma foi progredindo até que lhe chegou abaixo do pescoço, continuou a crescer, comprometendo-lhe a fala e a coluna e impossibilitando-o de trabalhar.
"Aos 14 anos eu ajudava numa drogaria e a partir dos 16 controlava o trânsito numa via de Queluz, onde então morava, tendo mantido essa ocupação até aos 46 anos, em acumulação com o Rossio, onde estou há mais de duas décadas", recordou José Mestre, numa entrevista que concedeu há três anos, à Agência Lusa.
Todavia, as reacções de quem passava nem sempre eram as melhores:"Há uma ou outra pessoa que se interessa pelo meu problema e vem falar comigo mas a maioria apenas quer tirar fotos e essa falta de respeito magoa-me", confessou José Mestre, acrescentando que também há quem lhe peça para "tirar a máscara". Outras pessoas fogem "agarradas à carteira como se tivessem medo que as fosse atacar e roubar", acrescentou então José com uma ponta de ira e de mágoa.
Pois finalmente José Mestre foi operado em Chicago, tendo-lhe sido removido um tumor de 40 centímetros e 5,5 quilos.
O tumor, que cobria a maior parte do rosto e punha em risco a vida de José Mestre, foi retirado depois de três meses de preparação em Chicago, nos Estados Unidos, tendo sido necessárias quatro cirurgias.
"Finalmente tem uma hipótese de levar uma vida mais ou menos normal porque, antes disto, (José Mestre) sentia que, apesar de nunca o ter pedido, era o centro das atenções em todo o lado".
A história começou no ano passado quando, em julho, José Mestre, então com 53 anos, foi convidado pelo canal de televisão Discovery para filmar em Londres um documentário sobre o seu problema.
O programa, intitulado "O homem sem cara", foi apresentado mostrando o rosto deformado do homem que costumava andar pela zona do Rossio, tendo o canal contactado dois médicos famosos nos hospitais de St. Bartholomew e de Broomfield para pedir opinião.
Ian Hutchison, o médico do St. Bartholomew consultado, ofereceu-se de imediato para fazer-lhe uma cirurgia inovadora, e de graça, para devolver a José Mestre o rosto que desde criança se vinha a deformar prometendo uma melhoria da qualidade de vida já que lhe possibilitaria respirar melhor, falar, comer e ver.
A maior dificuldade foi conseguir o acordo do próprio José Mestre que, como testemunha de Jeová, mostrou reservas em fazer a cirurgia.
No entanto, o facto de, nos últimos meses, o tumor lhe ter provocado cegueira de um dos olhos, além de ter coberto por completo a boca e a língua, levou a sua irmã a insistir na operação.
"Nenhum médico o queria operar, por isso, para ele, desde a primeira cirurgia que esta história tem um final feliz, porque ele nunca acreditou que chegasse aqui vivo", disse o tradutor à estação televisiva.
"Este foi provavelmente o maior tumor jamais retirado e, por isso, foi muito difícil fazê-lo sem deformar o rosto", explicou Ramsen Azizi, um dos cirurgiões que está a tratar do caso.
José Mestre já regressou a Portugal e, ao que parece, a família continuou a ser apoiada médica e financeiramente pelo hospital.



domingo, 4 de dezembro de 2011

HÁ MAR E MAR........






Alexandre O'Neill (grande poeta português) é uma daquelas personagens literárias(e humanas) portuguesas que sempre me despertaram curiosidade e interesse, fundamentalmente pela maneira como tão bem soube usar a ironia. Vi-o (cara a cara) muitas vezes em Lisboa, nos anos 80 (do século passado), lembro-me perfeitamente de o ver a descer do Príncipe Real para a pastelaria Alsaciana (junto à Imprensa Nacional); era um homem elegante, distinto e que tinha algo de misterioso, parecendo que viajava num outro planeta. António Alçada Baptista, um homem de que "saboreio" sempre com muito gosto os seus escritos, deixou-nos algumas memórias sobre o seu amigo Alexandre O'Neill:
-O Alexandre (para sobreviver) andou pela publicidade e nela pôs também o seu fluxo criador. Infelizmente, o público não estava ainda preparado para algumas das suas audácias como aquela do lançamento do metropolitano que ele propunha "Vá de Metro, Satanás".




O "Há mar e mar, há ir e voltar", tinha uma outra frase que não foi usada mas que eu acho melhor: "Passe um Verão desafogado".
Certo dia, um industrial do Norte, que fabricava os colchões Lusospuma, dirigiu-se-lhe e disse-lhe: tem que ir pensando numa frase para os colchões Lusospusma. O Alexandre não demorou nada: "Com colchões Lusospuma não se dá só uma"

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Thomas Carlyle e os livros




Os livros são amigos que nunca nos decepcionam



THOMAS CARLYLE-1795-1881 - escritor, crítico (satírico) e historiador inglês