sábado, 26 de setembro de 2020

"LÉAH E OUTRAS HISTÓRIAS" - JOSÉ RODRIGUES MIGUÉIS - LEITURAS 2020 - XVIII

 


Esta foi uma releitura, já que o havia lido pela primeira vez em 1986 (na última página de cada livro que acabo de ler anoto a data de início e do fim bem como a opinião sobre o que acabei de ler, gostei, não gostei, etc...). 
Obviamente que já não me lembrava absolutamente de nenhum dos contos deste livro, editado em 1982. 

São dez contos interessantes, sem nenhuma ligação temática entre eles, escritos por um autor que conhecia perfeitamente a língua portuguesa, apesar de ter vivido a maior parte da sua vida no estrangeiro. Morou na Bélgica, no Brasil e nos Estados Unidos. 

O primeiro conto, "LÉAH", conta a história de um português que vai trabalhar para Bruxelas ficando hospedado numa pensão, onde se apaixona pela figura enigmática da camareira LÉAH.

Os outros contos são "Uma viagem na nossa terra", uma viagem com personagens que nos relatam um tempo de lembranças que já não existem, numa viagem entre o Porto e Lisboa e que retrata bem os dramas pessoais dos seus personagens (dois casais).

"Pouca sorte com barbeiros" - numa Lisboa que também já não existe. Naqueles tempos as barbearias ainda eram, quase como os cafés, um centro de convívio.

Em suma, um livro que nos ajuda a perceber que José Rodrigues Miguéis foi um grande escritor da língua portuguesa e que parece absolutamente esquecido, um escritor que, apesar de ter vivido quase sempre fora de Portugal é realmente um dos contistas mais relevantes da língua portuguesa.

    


José Rodrigues Miguéis

9-12-1901, Lisboa
27-10-1980, Nova York


José Rodrigues Miguéis nasceu em Lisboa em 1901 e morreu em Nova York-EUA. em 1980.
Em 1924 formou-se pela Faculdade de Direito de Lisboa. 
Advogou, foi professor do ensino secundário, presidente da Segunda Liga da Mocidade Republicana e co-diretor do jornal O Globo
Licenciou-se em Ciências Pedagógicas, na Universidade de Bruxelas, em 1933. 
Em 1935 mudou-se para os Estados Unidos, assumindo o cargo de redator-associado das Seleções do Reader's Digest e, posteriormente, o de professor universitário. Foi um dos jovens que integraram a revista Seara Nova (1922). Escreveu contos, novelas, romances e peças de teatro. Apesar de quase toda a sua produção ter sido escrita longe da pátria (o que explica a sua preferência pelos temas do exílio e da emigração), manteve o humor delicado, a simpatia humana e o lirismo tipicamente portugueses. Obras principais: Páscoa Feliz (1932, Prêmio Casa da Imprensa), Onde a Noite se Acaba (1946), Saudades para Dona Genciana (1956), Leah e Outras Histórias (1958, Prêmio Camilo Castelo Branco), A Escola do Paraíso (1960), O Passageiro do Expresso (1960, peça de teatro), Gente de Terceira Classe (1962), É Proibido Apontar (1964) e O Milagre Segundo Salomé (1975).


Sublinhei:

(pág.148)  -  "Eu conheço-me bem: indeciso por temperamento, sempre que formo uma resolução, tenho de passar logo do pensamento ao acto. A ansiedade da expectativa destrói-me! Não será por isso a indecisão a fonte dos meus impulsos de audácia?"



3,5 - interessante

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima