quarta-feira, 8 de outubro de 2014

UMA PALAVRA ENGANOSA - O LAR


A velhice - o abandono dos velhos nos lares. Uma bela história sobre o percurso de uma vida, de uma mãe, Ana, uma mulher idosa que tivera um AVC e ficara presa a uma cadeira de rodas e que para a sua filha (Marta) a ida para um lar será a única solução, já que a mãe não quer ficar em casa das filhas e o lar, apesar de ser um negócio "brutal", será a única solução para prover às necessidades básicas da sua mãe.

Teolinda Gersão

Ali (no lar), esta mãe, ao fim de algum tempo de permanência e para poupar os filhos e a família à "obrigatoriedade" de a visitarem, e até para ter algum descanso para si, finge ter Alzheimer e finge que já não conhece as pessoas.

"Ainda havia outra coisa, ligeiramente perversa; podia escutar o que as enfermeiras e as empregadas diziam de mim, da família e das outras pessoas do lar, julgando que eu não entendia uma única palavra. Era como se eu fosse um mosquito. A minha mãe costumava dizer: Gostava de ser mosquito, para ir ouvir a conversa. De algum modo, era o que eu fazia."   

Gostei deste livro, um romance intenso sobre o percurso ao longo da vida de uma pessoa e de uma família (com os seus bons e maus momentos) o primeiro que li desta excelente (mas desconhecida do grande público) escritora portuguesa, uma agradabilíssima surpresa.


Alzheimer - a doença da alma



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