quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

VICTOR HUGO - 1802-1884

VICTOR HUGO
SER BOM É FÁCIL. DIFÍCIL É SER JUSTO

Em 1802 neste mesmo dia 26 de Fevereiro nascia em Besançon-França, Victor Hugo um dos maiores escritores de todos os tempos.



Foram "OS MISERÁVEIS" que me meteram o vício da leitura. Foi com Victor Hugo que aprendi a gostar de ler.

Recordo as duas primeiras linhas iniciais de alguns dos seus livros que me encantaram:



HAN DE ISLÂNDIA- É a isto que nos conduz o amor, vizinho Niels; a pobre Guth Stersen decerto não estaria estirada naquela grande pedra negra, qual estrela do mar abandonada na praia pela maré, se.......





O ÚLTIMO DIA DE UM CONDENADO- Condenado à morte!
Há cinco semanas que vivo sozinho com este pensamento, gelado pela sua presença, curvado sob o seu peso!

Jean Valjean - personagem épica dos MISERÁVEIS
OS MISERÁVEIS- Em 1815, era bispo de Digne, o reverendo Carlos Francisco Bemvindo Myriel, o qual contava setenta e cinco anos de idade, e que desde 1806 ocupava aquela diocese.



O HOMEM QUE RI- Viviam Ursus e Homo ligados por estreita amizade. Ursus era um homem, e Homo era um lobo.



Esmeralda e Quasimodo, personagens de Nossa Senhora de Paris

NOSSA SENHORA DE PARIS- Completam-se hoje trezentos e quarenta e oito anos, seis meses e dezanove dias que os parisienses despertaram ao repique de muitos sinos badalando no tríplice recinto da Cidadela, da Universidade e da Cidade.


OS TRABALHADORES DO MAR- O Natal de 1822...foi notável em Guernesey. Caiu neve naquele dia. Nas ilhas da Mancha, inverno e que há neve é memorável; a neve é um acontecimento.

Funerais nacionais e enterro na cripta do Panteão




terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

OUTROS TEMPOS?



As pessoas deixaram de ver, deixaram de olhar, de admirar, de contemplar, de escutar, tudo caminha de olhos postos no telemóvel, entram no autocarro a dedilhar os teclados, não olhando sequer para o condutor nem para as pessoas que com elas viajam.



Cada pessoa, crianças, mães/pais, namorados, conectadas com um aparelho ligado, ouvindo música, jogando, olhando para o ecrã, todos ligados ao aparelho que transportam, mas não ouvindo nada, não escutando nada, não vendo nada, não olhando nada, não "cheirando" nada...  



Impressiona-me que as pessoas não admirem a paisagem, não olhem para o que as rodeia, não observem o mundo, não sintam os cheiros no ar, não contemplem o belo que é a vida. 

Não olham para ninguém, não vêem ninguém e no entanto estão quase sempre "ligados" a alguém que não conhecem, alguém que nunca viram e que provavelmente nunca irão ver mas "despindo-se" para todos e para todo o mundo de corpo...e alma...

Não observam os pássaros, não ouvem o seu canto, não vêem nem sentem as árvores, não vêem, não sentem nem olham as pessoas, não observam os sítios por onde passam, não observam o mundo, ninguém olha, ninguém conversa, ninguém vê, caminham como autómatos...porém, sem rumo....




sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

LEITURAS 2015 - IV - ANTÓNIO MEGA FERREIRA





Há muitos anos que conheço (de vista) António Mega Ferreira e leio sempre com interesse as crónicas que encontro publicadas nas revistas ou nos jornais que vou lendo e sempre me pareceu  uma pessoa de bom gosto (excepto nas preferências clubísticas) e homem de grande cultura.

Por isso "UMA CALIGRAFIA DE PRAZERES", que não é o primeiro livro que li de ANTÓNIO MEGA FERREIRA, vem, de algum modo, confirmar o que acima refiro.

"UMA CALIGRAFIA DE PRAZERES" aborda diversos temas como por exemplo:

-as tapeçarias de Boussac que estão expostas numa sala semicircular do antigo mosteiro de Cluny, em Saint-Michel, onde hoje constituem a "jóia da coroa" do Museu da Idade Média.

-o que é uma habanera? dizem os dicionários de música que se trata de um tipo de "canção cubana e forma de dança do século XIX, cujo nome deriva da capital do país, Havana.


-do escritor cubano Guillermo Cabrera Infante, que ergueu, como nenhum outro, a voz para chorar a saudade da sua cidade natal, em que no seu livro "O Livro das Cidades" não falando de Havana mas é sobre outras cidades (a Londres pop, a Veneza eterna, a Nova Iorque cosmopolita) que este livro ecoa a saudade de um exílio...


-do sorriso de Mona Lisa (mulher de Francisco el Giacondo, daí a Giaconda como é conhecida esta tela desde que foi para França na bagagem de Francisco I) e que há cinco séculos assombra o museu imaginário da cultura ocidental...

-da cidade de Praga mágica
-do esplendor de Ruben A. e do seu excelente romance "A Torre de Barbela"
-da memória de gelados saboreados na infância, na Veneziana dos Restauradores 
-de gravatas e da sua colecção de mais de 200 peças 
-dos fogos de S. João 
-de restaurantes (bons e, certamente, caros) 
-do génio de Vivaldi 
-do nosso bife à Trindade e outros...
-de charutos 
-de chocolate

Enfim, um livro que, como se refere na contracapa do mesmo, não é, longe disso, um manual de sobrevivência, mas é, no entanto, um livro onde se fala de coisas que, ao longo da vida, se foram revelando essenciais para o autor.  

Lê-se com agrado e curiosidade, leitura simples e...aprende-se!


terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

OS TEMPOS QUE PASSAM



AYN RAND - Não sendo propriamente um admirador (nem conhecedor) desta escritora, dramaturga e filósofa norte-americana de origem judaico-russa, nascida (em 1905) e educada na Rússia mas emigrada nos Estados Unidos desde 1926 onde viveu até à data da sua morte em Nova Iorque, em 1982, não resisto a relembrar este seu pensamento que se aplica perfeitamente aos tempos que vivemos e que me foi dado a conhecer pelo meu amigo portuense Fernando Vieira: 

-Quando te deres conta de que para produzir necessitas obter a autorização de quem nada produz, quando te deres conta de que o dinheiro flui para o bolso daqueles que traficam não com bens, mas com favores, quando te deres conta de que muitos na tua sociedade enriquecem graças ao suborno e influências, e não ao seu trabalho, e que as leis do teu país não te protegem a ti, mas protegem-nos a eles contra ti, quando, por fim, descobrires ainda que a corrupção é recompensada e a honradez se converte num auto-sacrifício, poderás afirmar, taxativamente, sem medo de te equivocares, que a tua sociedade está condenada-.    


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

LEITURAS 2015 - III - PAUL AUSTER




Gosto muito dos livros deste grande escritor norte americano, de 68 anos.

Dos livros que dele já li, dos que estão publicados em Portugal, "O livro das Ilusões" foi aquele de que mais gostei até hoje. 

Este que agora acabo de ler "AS LOUCURAS DE BROOKLYN" é mais uma excelente história e como sempre com personagens inesquecíveis, onde as relações humanas estão sempre tão bem descritas que um livro de Paul Auster é sempre uma delícia, linguagem simples, fácil, transparente e tudo tão real que parece que aquilo está mesmo a acontecer em frente aos nossos olhos.



Neste romance, Nathan é o narrador e o personagem principal quase a fazer sessenta anos, divorciado, vendedor de seguros reformado e a recuperar de um cancro nos pulmões.

Regressa a Brooklyn para tentar encontrar uma maneira de começar a viver de novo e fugir à rotina. 

O reencontro com o seu sobrinho Tom que, depois de vários contratempos, acaba a vender livros usados numa livraria que há-de ser a sua salvação pois será, de alguma forma, ela que irá mudar toda a sua vida. 

É mais um excelente livro de Paul Auster, autor que não pára de me surpreender pois cada livro que leio dele é sempre uma agradável surpresa e uma companhia que me envolve totalmente. 


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

LEITURAS 2015 - II - OSCAR WILDE




"O LIVRO DAS TENTAÇÕES" -  do excelente escritor irlandês OSCAR WILDE, foi o segundo livro que li este ano.

Oscar Wilde, que nasceu em 1854 na Irlanda, filho de um reputado médico e uma mãe escritora, teve uma vida atribulada, devido principalmente à sua homossexualidade que, inclusive, o levou à prisão durante dois anos quando se apaixonou por Lorde Alfred Douglas. O drama e a tragédia marcaram a vida de Oscar Wilde.

Casou-se com Constance Lloyd em 1884 e tiveram dois filhos.

Após a sua prisão isolou-se em Paris, onde morreu em 1900, de meningite.

"O retrato de Dorian Gray" será certamente o seu melhor livro, pelo menos o mais aclamado. 

Este "O LIVRO DAS TENTAÇÕES" não será propriamente um livro de Oscar Wilde é, na minha opinião, apenas um livro que contém excertos de frases, citações retiradas de algumas obras do autor, nomeadamente de: O retrato de Dorian Gray; Uma mulher sem importância; A decadência da mentira; O fantasma de Canterville; Salomé...


-os idosos acreditam em tudo; os de meia idade suspeitam de tudo; os jovens sabem tudo

-as mulheres são para ser amadas, não para ser compreendidas

-que pena que na vida só tenhamos as lições quando já não nos servem para nada 

-só existe uma coisa pior do que falarem de nós: é não falarem

-os jovens querem ser fiéis e não são; os velhos querem ser infiéis e não podem