domingo, 28 de abril de 2013

O QUE ANDO A LER


 
Do Miguel Real já tinha lido “O ÚLTIMO NEGREIRO” um livro que me tinha “vacinado” contra este autor, pois “O ÚLTIMO NEGREIRO” foi (para mim) uma chatice de todo o tamanho principalmente depois de ter lido “O VICE REI DE AJUDÁ” do Bruce Chatwin sobre a mesma personagem que foi o último português mercador de escravos que quando morreu, em 1857, deixou sessenta e três filhos mulatos e um número desconhecido de filhas cuja progenitura, cada vez mais escura, hoje incontável como gafanhotos, se estende de Luanda ao Chiado.

Mas este “O FEITIÇO DA ÍNDIA” é um belo romance, que conta a história de três portugueses, pertencentes à mesma árvore genealógica, e a sua presença indiana, em diferentes momentos da nossa história. Começamos em Lisboa com José Martins, salvo da forca no último instante e que parte como “degradado” na armada de Vasco da Gama, onde se torna num médico imprescindível, apesar de não ser diplomado. É ele o primeiro português a pisar solo indiano, numa viagem de prospecção onde uma vez mais consegue fintar uma morte que para muitos seria certa.
 
Há também a história de Augusto Martins, o único português não luso-indiano que decidiu permanecer em Goa após a invasão das tropas indianas quando corria o ano de 1961.
 
E, por último, seguimos os passos do narrador desta história, descendente de José Martins e filho de Augusto Martins, que após o reatamento das relações entre Portugal e a União Indiana parte para a Índia à procura do seu pai, remetido a um silêncio eterno desde que havia deixado a pátria lusitana.
 
Das 381 páginas apenas me faltam cem mas desde já realço que esta é uma obra bela e cruel, ousada e sensual e que vos aconselho vivamente.
 
Miguel Real

quarta-feira, 24 de abril de 2013

UMA NOVA VIDA

Passam hoje (24.04.2013) quatro anos (seriam 14h30m), quando, na Auto Estrada, me dirigia de Lisboa para Estremoz, e de repente me senti como que a "navegar em mar tormentoso, debaixo de um camião espanhol, arrastado durante cerca de 1 Km.
Pois nesse dia creio que, por alguém muito poderoso, e/ou por sorte do destino, me foi concedida a dávida de viver mais uma vida.

Obrigado


sexta-feira, 19 de abril de 2013

À HORA DA MORTE

Frases proferidas à hora da morte


IMMANUEL KANT - filosofo Prussiano   -   1724-1804

"tudo está bem" - I. Kant
 
 
Johann Wolfgang Goethe - escritor e pensador alemao - 1749-1832
 
"mais luz"  - Goethe
 
 
Fernando Pessoa - poeta portugues  -  1888-1935

"amanhã o que virá?" - Fernando Pessoa
 
 
 
 
Alexandre Herculano  -  escritor, historiador, jornalista e poeta portugues - 1810-1877  

"tirem daqui as mulheres"  -  Alexandre Herculano





 (do livro PENSAR de Vergilio Ferreira)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

LISBOA ANTIGA/LISBOA ACTUAL



abrigo e bilheteira do elevador da Glória - 1931

 
Foto de Joshua Benoliel (Lisboa 1873-1932), fotógrafo e jornalista,
talvez o maior fotógrafo português do séc. XX
 
 
 
O Ascensor da Glória, popularmente conhecido como o Elevador da Glória, situado
na cidade de Lisboa, liga os Restauradores ao Bairro Alto.

Construído pelo engenheiro português Raoul Mesnier du Ponsard, foi inaugurado
em 24 de Outubro de 1885. O sistema de tração original era de cremalheira (trilho
suplementar dotado de dentes e sobre o qual se engrenam rodas motrizes
igualmente dentadas das locomotivas, com o fim de subir ou descer com
segurança percursos inclinados) e cabo por contrapeso de água, passando mais
tarde a ser por vapor.
Em Setembro de 1915 passou a ser movido por electricidade.

Até finais do séc. XIX, durante as viagens nocturnas a iluminação dentro da cabine
era feita com velas.

Desde Fevereiro de 2002 encontra-se classificado como Monumento Nacional 
(devidamente grafitado, chancela e símbolo da ignorância reinante...)


sexta-feira, 5 de abril de 2013

FANTÔMAS

Este meu gosto pelos livros já vem de há muito tempo e quem, de algum modo, me "meteu" este vício foi um tio meu, infelizmente já falecido, o meu tio José António (Zé dos Talhos) e que sempre relembro com muita saudade.
Pois este meu tio, marido de uma das minhas tias mais bonitas,que tinha o gosto por alguns livros policiais, incentivou-me, teria eu os meus catorze anos, a ler "FANTÔMAS" um personagem francês fictício de literatura, criado pelos autores Marcel Allain (1885–1969) e Pierre Souvestre (1874–1914), e foi ele que me ofereceu mesmo alguns livros desta colecção de 32 volumes, editada pela Editorial Dois Continentes, há mais de cinquenta anos (depois completei a colecção, e todos os volumes são 1ª. edição (de Abril de 1952)). 





 
E assim começou, com Fantômas, este vício dos livros (vício bem salutar como diz o meu amigo Almeidinha).
 
Depois disso, tenho obviamente muitas outras recordações relacionados com os livros; lembro-me, por exemplo, perfeitamente de que na semana anterior à minha ida para a Guiné (serviço militar), fui com o meu amigo Fernando Manuel Montes, à Feira do Livro de Lisboa e comprei mais de 20 livros, a maioria recomendados por ele. Pois a única "bagagem civil" que praticamente me acompanhou naquela missão foi uma "mala de cartão" , com uma muda de roupa civil e esses vinte e tais livros.
 
Alguns ainda os conservo, e lá está, ainda bem visível, a data da compra, que costumo pôr em cada livro que adquiro -neste caso, 09Junho1972-:
 
"A minha mulher" de Anton Tchecov
"Tarass Bulba" de Nicolau Gógol
"Moby Dick" de Herman Melville
"Contos escolhidos" de Anatole France  
"Bel-Ami" de Guy Maupassant
"Os Vagabundos" de Máximo Gorki
"O Crime do Padre Amaro" de Eça de Queiroz
"O Idiota" de Dostoievesky
"Crime e Castigo" de Dostoivesky 
"Contos" de Katherine Mansfield
 
e outros que, entretanto, fui emprestando...e que nunca mais reavi.

livro emprestado é (quase sempre) livro perdido