domingo, 20 de maio de 2018

"A CARNE" - ROSA MONTERO - LEITURAS 2018 - X

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Dolores e Soledad, duas irmãs gémeas que praticamente não conheceram o pai, cuja mãe parecia odiá-las e cuja infância foi praticamente  passada enfiadas num armário, trancadas durante horas entre casacos velhos, para fugirem da mãe.

Isso foi realmente a sua infância e, depois, a vida passou tão depressa. Agora Soledad estava com sessenta anos e a sua irmã gémea internada num hospício, praticamente enterrada em vida na sua loucura.


"A carne" é um romance que nos fala do passar dos anos, do medo, da morte, o tiquetaque do tempo é aqui muito bem retratado e é daqueles livros que deixamos com alguns sublinhados, por exemplo este:   "uma das ilusões mais generalizadas é a de pensarmos que não seremos como os outros velhos, que seremos diferentes."


É um romance audaz e surpreendente de uma excelente escritora. Dos livros que já li da Rosa Montero  (uns cinco ou seis) nenhum ainda me desiludiu.



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Rosa Montero  -  Madrid  1951



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segunda-feira, 14 de maio de 2018

"O ALIENISTA" - MACHADO DE ASSIS - LEITURAS 2018 - IX

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Esta pequena novela retrata muito bem o facto de o ser humano rotular os outros sem conhecer a pessoa.

Simão Bacamarte é o protagonista, médico conceituado em Portugal e Espanha, decide meter-se pelo campo da psiquiatria e inicia um estudo sobre a loucura e seus graus, classificando-os.

Instalou-se em Itaguarú, onde funda a Casa Verde, um hospício, e abastece-o de cobaias humanas para as suas pesquisas.

Passa a internar todas as pessoas da cidade que ele julgue loucas; o vaidoso, o bajulador, a supersticiosa, a indecisa, etc etc..

Para o Dr. Simão Bacamarte a ciência era o seu universo e até chegou a internar a sua esposa, D. Evarista, pois, segundo ele, revelava algum desequilíbrio mental. 

Também o seu grande Crispim Soares, o boticário, não escapou ao internamento na Casa Verde. 

Foi o primeiro livro que li deste grande escritor brasileiro, e gostei! 

Este pequeno livro de 95 páginas é o nº. 5 duma colecção (Biblioteca de Verão) de 27 excelentes livrinhos pequenos e bonitos, que, em 2010, o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias distribuíam gratuitamente com o jornal de domingo.  


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Rio de Janeiro  1839-1908

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quarta-feira, 9 de maio de 2018

1933 foi um mau ano - JOHN FANTE - LEITURAS 2018 - VIII


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John Fante é um escritor arrebatador e com uma escrita tão genialmente simples!

"1933 foi um mau ano" é mais um grande livro (publicado dois anos após a sua morte).

Atingido pela diabetes em 1955, a doença levou-o à cegueira em 1978 e à amputação das duas pernas dois anos mais tarde, o que não impediu este italo-americano de continuar a escrever ditando os seus textos à sua mulher. 

Achei logo excelente, o primeiro romance da saga de Arturo Bandini, "A Primavera há-de chegar, Bandini", publicado em 1938.

Saga que inclui ainda "Estrada para Los Angeles", "Pergunta ao pó" e "Sonhos de Bunker Hill", que de todos gostei também muito.

"A confraria do vinho" é outro delicioso livro deste entusiasmante escritor, que Bukowski (poeta, contista e romancista alemão) considerava o seu Deus.  

"1933 foi um mau ano" é a história de um jovem de 18 anos dividido entre a tradição e a liberdade, entre a família e a autodeterminação, numa sociedade ressequida por uma devastadora crise económica (dos anos 30).

A um ano de terminar o liceu, Dominic Molise não vê o dia de sair da casa familiar, onde dominam a figura do pai, um pedreiro no desemprego e um constante desrespeitador da sua mãe, uma beata de todo o tamanho que jura ver a Virgem Maria no galinheiro do quintal.

Dominic sonha ser uma estrela do baseball, sonha com a fama, sonha com um grande amor, mas em vez disso, está preso numa cidadezinha dilacerada pela pobreza, onde se inclui a sua família -o seu pai, pedreiro, está desempregado há meses-.

Pequeno grande livro (apenas 109 páginas) que li com uma grande avidez. 


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Denver - USA  -1909-1983
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sábado, 5 de maio de 2018

"LEVANTE-SE O RÉU OUTRA VEZ" - RUI CARDOSO MARTINS - LEITURAS 2018 - VII

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"Levante-se o réu outra vez" foi distinguido com o Grande Prémio de Literatura Associação Portuguesa de Escritores.

Apesar de apenas ter lido, para além deste, "Deixem passar o homem invisível" (de que gostei muito) Rui Cardoso Martins é, na minha opinião, um excelente escritor.

Leio na contracapa deste livro: 
-Ao longo de 20 anos, Rui Cardoso Martins assistiu a mais de 700 casos de justiça em sessões públicas de tribunal. Depois, fixou-os num registo literário de efeitos ora cómicos, ora comoventes, sempre  com uma capacidade notável para captar com empatia e justiça e a injustiça, o chocante  e o caricato.

Este segundo volume selecciona mais cem crónicas da saudosa rubrica do jornal "Público".-

Não fosse Rui Cardoso Martins um excelente escritor e teria lido um livro fraquinho. 


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Rui Cardoso Martins

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