segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

"NO BOSQUE DO ESPELHO" - ALBERTO MANGUEL - LEITURAS 2019 - XXIV

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Alberto Manguel é um homem que gosta de livros, um homem que sabe de livros mas, na minha perspectiva, não será um grande escritor.

Contudo, tenho sempre alguma curiosidade em ler os livros dele, embora fiquem sempre aquém das minhas expectativas.

Neste livro de ensaios sobre literatura e o mundo, também se fala da ditadura na Argentina, das Mães da Praça de Maio, do político Mário Vargas Llosa (a antítese do escritor).

Alberto Manguel recorre a histórias pessoais e reflexões literárias com humor e uma erudição subtil, levando-nos a reflectir sobre as delícias e responsabilidades da leitura — uma viagem despoletada pela humanidade do autor, pela sua curiosidade insaciável e extraordinária abrangência da percepção do mundo.

Um livro que fala de livros é sempre interessante!


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Alberto Manguel  -  Buenos Aires  1948
Li e anotei:

-Poucos são os que têm a coragem ou a influência literária de um Graham Greene,
que, quando o editor lhe sugeriu a alteração do título do seu romance "Viagens com a minha tia" respondeu com um telegrama de cinco palavras: "Mais fácil trocar editor do que trocar título"
    



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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

"VIAGEM MARÍTIMA COM DOM QUIXOTE" - THOMAS MANN - LEITURAS 2019 - XXIII

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Quando iniciei a leitura deste livro pensava que estava perante um pequeno diário, só que, afinal, este não é propriamente um diário mas sim um ensaio, escrito durante uma viagem do autor, com a sua mulher, aos Estados Unidos da América e que testemunha o envolvimento do escritor com a obra-prima de outro grande nome da literatura. 

Efectivamente é durante essa viagem marítima que o autor se dedica à leitura de Dom Quixote, expressando as suas opiniões sobre a obra de Cervantes. 

Devo realçar que estas opiniões não foram para mim entusiasmantes nem tão pouco me criaram grandes (nem grandes nem pequenas) expectativas com vista a uma futura leitura deste clássico, aliás, fizeram até muita mossa nas muitas que eu mantinha sobre o livro, há muito tempo.

E sobre a vida a bordo?
E sobre os eventuais incidentes que porventura poderão ter ocorrido durante a travessia?
São  muito poucas as páginas em que tal é descrito.

Por isso as expectativas que depositava neste pequeno livrinho de 123 páginas, deste grande escritor, foram por água abaixo. 
Desilusão!

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Thomas Mann - Império Alemão - 1875-1955
fotografia tirada durante a travessia rumo a
Nova Iorque, em 18 de Junho 1934, com sua
mulher Katia Mann
Li e anotei:

-Tudo o que é bom requer o seu tempo
    


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domingo, 22 de dezembro de 2019

"EM TUDO HAVIA BELEZA" - MANUEL VILAS - LEITURAS 2019 - XXII

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Quantas vezes não pensámos já no que não dissemos e queríamos dizer a quem já partiu, aos nossos pais já perdidos, aos nossos tios mais queridos.

Um relato intimo de perda e vida, de luto e dor, de afecto e pudor.

"Livro potente, sincero, por vezes descarnado, sobre a perda dos pais, sobre a dor das palavras não ditas e sobre a necessidade de amar e ser amado. Além de tudo isto, muito bem escrito". Estas são palavras do escritor espanhol Fernando Aramburu, de quem li, não há muito tempo, um livro excelente e que nos traça um retrato assombroso da extinta ETA.

A história profundamente íntima e comovente de um homem que procura no passado o caminho para regressar ao presente.

Um livro autobiográfico de uma força telúrica em que a tristeza e a melancolia varre cada página do mesmo. 


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Manuel Vilas -  n. 1962 - Aragão-Espanha


Li e anotei:

-Por muito mal que nos corra a vida, há sempre alguém que nos inveja

-As pessoas amam os heróis, não vítimas 
    

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1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

"SOLDADOS DE SALAMINA" - JAVIER CERCAS - LEITURAS 2019 - XXI


Soldados de Salamina

Este é o nº. 2 da Colecção Miniatura, numa nova edição dos Livros do Brasil, e da qual já estão publicados doze. A antiga Colecção foi publicada entre 1951 e 1967.

Aborda um tema que sempre me despertou curiosidade pela escassez de informação referente à mesma — a Guerra Civil Espanhola, que decorreu entre 17.07.1936 e 01.04.1939—.

Neste livro, em que o autor cria, como se poderá ler na contracapa, uma nova forma de abordagem deste fratricídio, construindo o seu relato sem apriorismos ideológicos.

Um soldado republicano pôde matar um militar fascista mas não o fez. Javier Cercas transforma esse soldado que teve um gesto de piedade num herói.

Refira-se que o soldado fascista tinha escapado a um pelotão de fuzilamento e andava fugido, tendo um dos seus perseguidores, o soldado republicano, conseguido localizá-lo, ficando frente a frente com ele mas fez que o não viu, poupando-lhe assim a vida e, consequentemente, facilitando-lhe a fuga.  


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Javier Cercas  1962 -   Cáceres-Espanha 

Nota: a antiga e excelente Colecção Miniatura, Edição Livros do Brasil, compreendia 170 volumes em formato de bolso (11 x 16 cm, mais pequena que a actual) foi editada entre 1951 - 1967. 
As bonitas capas dos primeiros 115 volumes foram ilustradas por Bernardo Marques e os restantes por Infante do Carmo.
Traduções dos mais credenciados escritores portugueses (e não só), nomeadamente Jorge de Sena, Alexandre Pinheiro Torres, João Palma Ferreira, Alexandre Cabral, Artur Portela Filho, Erico Veríssimo, Ilse Losa, António Ramos Rosa, António Lopes Ribeiro e outros.

Nº. 1 da antiga Colecção Miniatura
"O LIivro das Lendas" - Selma Lagerlöf
Nº. 170  -  "O Aniversário da Infanta"
Oscar Wilde e outros (o último volume publicado
desta antiga colecção)

Li e anotei;

-Javier Cercas em conversa com Bolaño:
    JC - leste os livros que te dei?
     B  - claro, eu até leio os papéis que encontro na rua 


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quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

"UMA LONGA VIAGEM COM MIGUEL TORGA" - JOÃO CÉU E SILVA - LEITURAS 2019 - XX

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Adolfo Correia da Rocha era o seu verdadeiro nome, Miguel Torga era o seu pseudónimo, criado quando tinha vinte e sete anos (em 1934).

TORGA é o nome de uma planta modestíssima que se queimava nas lareiras dos pobres que não tinham lenha mas, ao mesmo tempo a torga é um arbusto muito retorcido e o Torga também era uma pessoa assim. Está perfeitamente adequado ao seu temperamento, é uma planta silvestre, modesta, humilde, com as raízes retorcidas na terra para custar mais a arrancar. Não é por acaso que a escolhe.

MIGUEL por ser um nome universal, Miguel Ângelo, o singular, o húmus nativo e o mundo.  

Também se diz que (Miguel) em homenagem a dois grandes vultos  da cultura ibérica, Miguel de Cervantes e Miguel Unamuno.

Torga não seria um homem de trato fácil e tal como refere João Céu e Silva "a primeira conversa feita com os que o conheceram foi sempre difícil. E se me apresentava como jornalista pior ainda, portanto, à terceira foi de vez e a partir daí deixei de mencionar esta parte da identificação".

Gosto muito de ler Miguel Torga mas desconhecia este livro (uma edição da ASA de 2007) que tanto prazer me proporcionou, pois fiquei a conhecer um pouco mais do homem e do seu amor à terra e aos seus lugares de eleição. 

"Torga era um homem que foi criado com valores de pessoas que quando deixavam cair ao chão um bocado de pão o apanhavam e beijavam, e um homem assim tem um compromisso com a vida e com a dignidade do ser humano". 


1984
Miguel Torga   -  1907-1995  


retive e anotei:

-...lembra-se de o poeta lhe perguntar com é que iam os estudos e que ao dizer-lhe que iam mais ou menos ele respondeu-me que as coisas mornas não interessam ou é quente ou é frio.



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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

"NOS MARES DO FIM DO MUNDO" - BERNARDO SANTARENO - LEITURAS 2019 - XIX


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O jornal "O Público" tem publicado uma interessante colecção de livros (Fac-Similados = cópias ou reproduções) de Médicos Escritores, e que normalmente estão à venda com o jornal de terça-feira, por € 6,90.

"Nos mares do fim do mundo" dá-nos o retrato de doze meses passados pelo autor (era o médico do navio) com os pescadores bacalhoeiros portugueses, por barcos da Terra Nova e da Gronelândia.

Interessante, capítulos muito pequenos, de leitura simples e que relata episódios muito curiosos passados com figuras de homens simples como o Ti Fausto que ali viu morrer o próprio pai, o Ângelo e o mano Pereira, que endoideceram no mar, o "Gazela" que, sozinho no seu pequeno dóri (pequeno barco de fundo chato) andou perdido no Oceano durante cinco dias e cinco noites, o Armando e o Zé Pinto que caíram ao mar e para sempre ali ficaram a dormir.

Segundo o autor "Nos mares do fim do mundo" foi, em grande parte escrito a bordo do arrastão "David Melgueiro", na primeira campanha de 1957, a primeira também que o autor serviu na frota bacalhoeira portuguesa, como médico.

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Bernardo Santareno (Santarém 1924 - 1980)


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