quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

"CONTOS ARGENTINOS" - LEITURAS 2019 - I


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Foi este o primeiro livro que li em 2019.

São nove contos de autores argentinos (finais séc. XIX e princípios séc. XX), seleccionados e apresentados pelo escritor argentino Jorge Luís Borges (ao que dizem o maior — confesso a minha ignorância sobre o porquê de tal título— os dois livros que dele li não deram, longe disso, para confirmar tal grandiosidade)

Autores seleccionados: 
  1. Leopoldo Lugones (1874-1938)
  2. Adolfo Bioy Casares  (1914-1999)
  3. Arturo Cancela  (1892-1957)
  4. Pilar de Lusarreta   (1914-1967)
  5. Júlio Cortázar  (1914-1984)
  6. Manuel Mujica Láinez   (1910-1984)
  7. Silvina Ocampo   (1906-1993)
  8. Frederico Peltzer   (1924-2009)
  9. Manuel Peyrou   (1902-1973)
  10. Maria Esther Vásquez  (n. 1937)
Devo confessar que nenhum dos contos me fascinou de tal modo que me levasse à procura de outros livros destes autores (o que costumo fazer quando gosto).

Contudo, YZUR, de Leopoldo Lugones, não deixa de ser um conto interessante, em que um homem tenta, durante anos, ensinar um macaco a falar.  

O CHOCO OPTA PELA TINTA - Adolfo Bioy Casares - uma alegação, segundo Borges, contra a estupidez e a cobardia.

Do mesmo modo que CASA OCUPADA de Júlio Cortázar é um conto fascinante em que dois irmãos vivem em incesto.

Mas talvez aquele que mais me prendeu terá sido O DESTINO É CANHESTRO escrito a duas mãos - Arturo Cancela e Pilar de Lusarreta - a história de um guarda-freio que, graças à pressa e ao desmazelo de um médico, ficou com a perna direita encurtada em 4 cm.

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Jorge Luís Borges - Buenos Aires - 1899-1986
Este foi o último livro que adquiri desta excelente colecção de literatura fantástica A Biblioteca de Babel, editada pela Presença. Este é o nº. 17 e nos outros dezasseis já editados, todos tão bonitos como este, contam-se grandes nomes da literatura como Henry James, Edgar Allan Poe, Jack London, Tolstói, Kafka, Oscar Wilde e sobretudo o fantástico livro "BARTLEBY, O ESCRIVÃO" de Hermann Melville (imperdível).  


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sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

BALANÇO LEITURAS 2018

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Utilizo este blogue principalmente para aqui ir mencionando, ao longo do ano, os livros que vou lendo, mas não só, embora ultimamente apenas para isto o tenha utilizado.

Será sobre os livros que li em 2018 que se centra esta minha abordagem. 

2018 não foi um ano de muitas leituras — li 33 livros— algumas surpresas muito agradáveis como foi o caso do excelente "Adeus, até amanhã", que desconhecia por completo e que comprei, por € 6,00, em saldos, na última Feira do Livro de Lisboa, numa daquelas bancadas que estão no meio do caminho. 

"Teresa Desqueyroux" de François Mauriac e "1933 Foi um mau ano" do admirável John Fante, foram outros dois excelentes livros que me entusiasmaram, principalmente "Teresa Desqueyroux" (uma bela surpresa que estava há anos a apanhar pó na estante).

John Fante não foi para mim uma surpresa pois sou um seu leitor fiel. Para além deste "1933 Foi um mau ano", já havia lido "A Primavera Há-de Chegar", "Estrada para Los Angeles", "Pergunta ao Pó", "Sonhos de Bunker Hill" e "A Confraria do Vinho" e foram livros que me agarraram da primeira à última página.

Mas também algumas desilusões, como foi o caso dos "Contos" de Dorothy Parker, escritora em quem depositava muitas expectativas, apesar de, como disse Vergílio Ferreira, um conto será sempre um conto, de uma dimensão menor que a de um romance.

Outra grande desilusão foi "O escritor Fantasma" de um dos meus escritores preferidos, Philip Roth.  

Mas vamos aos livros que li em 2018, por ordem de satisfação (de 0 a 6):   
  1. ADEUS, ATÉ AMANHà -  William Maxwell  -  6   
  2. TERESA DESQUEYROUX  -  François Mauriac  -  5
  3. 1933 FOI UM MAU ANO  -  John Fante  -  5
  4. A NOVELA DE XADREZ  -  Stefan Zeig  -  5
  5. RELÓGIO SEM PONTEIROS  -  Carson McCullers  -  4
  6. O ALIENISTA  -  Machado de Assis  -  4
  7. A CARNE  -  Rosa Montero  -  4
  8. PÁTRIA  .  Fernando Aramburu  -  4
  9. A ESTRADA DO TABACO  -  Erskine Caldwell  -  4
  10. SÓ ACONTECE AOS OUTROS  -  Maria Antónia Palla  -  4
  11. HISTÓRIAS DE ALMANAQUE  -  Bertold Brecht  -  3,5
  12. MOBY DICK  -  Herman Melville  -  3,5
  13. REMÉDIOS LITERÁRIOS  -  Ella Berthoud e Susan Elderkin  -  3,5
  14. PASSAPORTE  -  Maria Filomena Mónica  -  3,5
  15. O MUNDO DE ONTEM  -  Stefan Zweig  -  3,5
  16. GUIA PARA 50 PERSONAGENS DA FICÇÃO PORTUGUESA - Bruno Vieira Amaral -  3,5
  17. AS ÚLTIMAS TESTEMUNHAS  -  Svetlana Alexievich  -  3,5 
  18. SEI PORQUE CANTA O PÁSSARO NA GAIOLA  -  Maya Angelou  -  3,5
  19. VIDAS  -  Maria Filomena Mónica  -  3,5
  20. O CÃO E O DONO  -  Thomas Mann  -  3
  21. ENTREVISTAS DE PARIS REVIEW  -  3
  22. DICIONÁRIO DE COISAS PRÁTICAS   -  Francisco José Viegas  -  3
  23. ESTAÇÕES DIFERENTES  - Stephan King  -  3
  24. CENAS DA VIDA AMERICANA  -  Clara Ferreira Alves  -  3
  25. VOZES E PERCURSOS  - A MEMÓRIA DOS OUTROS I  - Marcelo Duarte Mathias  -  3
  26. O QUE ESCREVERAM OS AUTORES  -  3
  27. OS RICOS  -  Maria Filomena Mónica  -  3
  28. LEVANTE-SE O RÉU OUTRA VEZ  -  Rui Cardoso Martins  -  2
  29. EMBALANDO A MINHA BIBLIOTECA  -  Alberto Manguel  -  2
  30. INSTANTÂNEOS  -  Cláudio Magris  -  2
  31. ERRO EXTREMO  -  Miguel Tamen  -  2
  32. CONTOS  -  Dorothy Parker  -  1
  33. O ESCRITOR FANTASMA  -  Philip Roth  -  1    


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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

"OS RICOS" - MARIA FILOMENA MÓNICA - LEITURAS 2018 - XXXIII

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Sou um fiel leitor desta bonita lisboeta doutorada em Sociologia pela Universidade de Oxford.

Neste livro, que foi o último que li em 2018, são retratadas as grandes fortunas nacionais, seu usos e costumes.

A galeria de personagens vai desde os fidalgos antigos como o 1º. Duque de Palmela, os condes de Vila Real, condes de Rio Maior até aos capitães da indústria do século XX, Alfredo da Silva, Jorge de Mello, António Champalimaud, Américo Amorim e Belmiro de Azevedo, passando pelos milionários do liberalismo, Eugénio d´Almeida, Dona Antónia Ferreira (Ferreirinha), José do Canto e conde de Burnay.

Através destas biografias ficamos a conhecer melhor a história de Portugal e dá para vislumbrar quanta fome meia dúzia de indivíduos semearam por este país (muita fome —grandes fomes—têem passado a grande maioria dos portugueses, ao longo dos séculos), enquanto meia dúzia sempre viveu "à tripa-forra".

Um senão neste livro: as constantes notas de rodapé, algumas parecendo-me demasiado longas, quiçá, perfeitamente dispensáveis; senti que quebram o ritmo da leitura. 

Confesso que este livro (pelo tema abordado) ficou aquém das minhas expectativas.

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Maria Filomena Mónica
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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

"SEI PORQUE CANTA O PÁSSARO NA GAIOLA" - MAYA ANGELOU - LEITURAS 2018 - XXXII


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Desconhecia em absoluto este clássico americano que marcou gerações e que conserva toda a sua actualidade.

Um livro de memórias da activista social norte americana Maya Angelou (1928-2014), que é uma poética viagem de libertação.

Um relato inspirador da infância e da juventude da autora, nos anos 30 e 40, do século passado.

O olhar de uma extraordinária criança sobre a violência inexplicável do mundo de adultos e a crueldade do racismo, na procura da dignidade em tempos adversos.

Do Arkansas rural às cidades da Califórnia, Maya Angelou traça neste livro um tocante retrato da comunidade negra do Estados Unidos, durante a segregação.

Através deste livro fiquei a conhecer aquele que é considerado o primeiro abolicionista branco americano, John Brown - 1800-1850, que defendia a insurreição armada que era, para si, a única maneira de acabar com a escravatura nos Estados Unidos.

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John Brown
Foi considerado, por alguns, um vilão desequilibrado, e o pai do terrorismo, por outros um mártir heróico da liberdade e o homem que acabou com a escravidão.
Foi preso, julgado por traição e enforcado.
A sua morte acendeu a fagulha para o início da Guerra da Sucessão. 


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Maya Angelou  -  St.Louis, Missouri 1928-2014

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

"O QUE ESCREVERAM OS AUTORES" - LEITURAS 2018 - XXXI

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Aqui se reúnem, neste livro de 244 páginas, textos de grandes nomes da cultura portuguesa, originalmente publicados na revista Autores, uma publicação da SPA-Sociedade Portuguesa de Autores.

São importantes reflexões sobre o teatro, a música, a dança, a arte, a censura, a imprensa ou a condição de escritor, entre outros temas, em diferentes épocas, reflexões que são memória indispensável para a preservação da nossa identidade.

Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, Joly Braga Santos, José Rodrigues Miguéis, José Galhardo, António Lopes Ribeiro, Gustavo de Matos Sequeira, José Régio, Miguel Torga, Manuela de Azevedo, Natália Correia e Rosa Lobato Faria são alguns dos autores dos artigos, assim como Júlio Dantas, o primeiro presidente da SPA, entre muitas outras grandes personalidades da criação artística em Portugal. Os textos são acompanhados de breves notas biográficas.  


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Aquilino Ribeiro                  Ferreira de Castro              José Rodrigues Miguéis                              António Lopes Ribeiro

Já sabia que o Miguel Torga é o pseudónimo literário de Adolfo Correia da Rocha, mas só depois de ler este livro fiquei a saber o porquê deste pseudónimo:

— MIGUEL, em homenagem ao poeta espanhol Miguel de Unamuno e TORGA como elo de ligação à sua terra natal, dado ser esse o nome de um arbusto abundante em Trás os Montes.  


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