terça-feira, 28 de março de 2017

JOHN STEINBECK E OS LIVROS


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John Steinbeck - 1902 Salinas (Califórnia) - 1968  Nova Iorque

John Steinbeck é um dos mais célebres, dos mais discutidos e continua (?) a ser um dos mais lidos escritores norte americanos.  A par de Victor Hugo foi um dos escritores que me proporcionaram grandes momentos de leitura. "As Vinhas da Ira" é um dos meus dez livros preferidos.

Depois de um interregno de alguns anos voltei agora a ler (ainda me falta uma centena de páginas) um livro de John Steinbeck, "A América e os americanos" que não sendo dos melhores dele é um livro de crónicas que regista muito daquilo que o mundo viveu e sofreu ao longo do século XX e ainda alguns apontamentos biográficos do próprio Steinbeck.

Por exemplo, a sua relação com os livros:

-Como todos os escritores, Steinbeck gostava de livros:
 "uma das muitas poucas coisas mágicas que a nossa espécie criou". 
 "Nenhum programa de televisão é um amigo como um livro. E nenhuma outra forma , excepto...a música, convida à participação do receptor como o livro."

-No entanto não era um coleccionador de livros pelo seu valor físico: "Nunca encomendei nem quis um livro autografado."

-Steinbeck era perfeitamente a favor do livro barato de capa mole: "o livro de vinte e cinco cêntimos."

"As Vinhas da Ira" e "A Leste do Paraíso" são dois livros absolutamente imperdíveis e que, na minha perspectiva, figurarão certamente para todo o sempre na história da literatura universal.

Ler um livro de John Steinbeck continua a ser um doce momento de prazer! 

quinta-feira, 23 de março de 2017

LIVROS INESQUECÍVEIS

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Há livros que nos marcam, que são absolutamente inesquecíveis e que tencionamos vir a reler um dia. Sobre este, "O PÁSSARO PINTADO" de JERZY KOSINSKI, que li há muito, muito tempo mas que nunca, nunca esqueci, disse o realizador espanhol Luis Buñuel: "Talvez o livro que mais me tenha impressionado". Por seu lado Arthur Miller, dramaturgo norte-americano, que foi casado com Marilyn Monroe, afirmou: "Um feito literário muito importante e muito difícil de conseguir".

Livro baseado nas memórias de infância do próprio autor e que retrata as deambulações de uma criança que foi deixada ao cuidado de uma velhota, durante a 2ª. Guerra Mundial. A velhota responsável morre, e o rapaz vê-se sozinho ao frio, em busca de abrigo e de alimento, sofrendo os mais tenebrosos actos de agressividade e maldade humana. Um relato de grande sofrimento e de uma grande tristeza.



sábado, 11 de março de 2017

"O ESTRANHO DEVER DO CEPTICISMO" - MÁRIO MESQUITA - LEITURAS 2017 - V

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Contrariando o que se pode ler na contracapa deste (bonito e apetecível) livro, a sensação com que fiquei ao ler estes comentários reunidos, foi que a grande maioria deles foram escritos num tempo já muito distante e que, ainda por cima, estão povoados de personagens tão desinteressantes e caquéticas, como Cavaco, Guterres, Freitas, Sampaio, Soares, etc. etc....talvez por isso, tivesse ficado com um sabor amargo perante uma escrita de tanta excelência para temas tão desactualizados e cinzentões.  

Só a excelente prosa deste grande jornalista e professor de Comunicação determinou que não deixasse o livro a meio, já que Mário Mesquita quase consegue transformar comentários de raiz vincadamente política em interessantes ensaios.

O livro é-nos apresentado de um modo atraente, estando dividido por TEMAS, começando pelo tema PESSOAS, onde são focadas algumas interessantes personagens, como George Steiner, Charles de Gaulle, George Orwell, Jean Paul Sartre, Sigmund Freud, Günter Grass e outras figuras nacionais e internacionais, algumas bem misteriosas, como é o caso do antigo presidente da República Francesa, François Mitterrand que, referindo-se a ele próprio, dizia isto: "Ninguém conhece de mim mais do que um terço...não é por ter coisas a esconder, mas porque sou assim. E não gosto de pessoas transparentes." 
Seguem-se outros temas: MEMÓRIA (o caso Aldo Moro, a pantufa de Proust...), ACONTECIMENTOS (os coleccionadores de cabeças-o caso de Sacavém...), CONJUNTURAS (a esquizofrenia da austeridade...), INSTITUIÇÕES (o S.I.S....), CRISES (o 11 de Setembro de 2001, Timor-Leste, o Iraque...)

São mais de quinhentas páginas contando crise a crise, acontecimento a acontecimento, ocorrência a ocorrência, pessoa a pessoa constituindo uma lição de bem escrever (que pena grande parte dos temas serem tão cinzentos e ultrapassados).


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Mário Mesquita, Açoriano - 1950

nota 2  -  li, mas não me cativou

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2-li, mas não me cativou
3-razoável
3,5-interessante
4-bom
5-muito bom
6-excelente
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quarta-feira, 1 de março de 2017

"O GÉNIO E A DEUSA" - Jeffrey Meyers - LEITURAS 2017 - IV

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"O GÉNIO E A DEUSA", baseado na longa amizade do autor (JEFFREY MEYERS) com Arthur Miller, é um retrato do casamento deste dramaturgo com Marilyn Monroe (casados entre 1956 e 1961), mas não só... o que sobretudo, mais me interessou neste livro foi o desvendar de mais alguns pedaços duma vida tão atribulada e sofrida e, ao mesmo tempo, tão longa e tão curta de alguém que tanto parecia ter, mas que, afinal, nunca teve aquilo que mais procurou: amor. A vida desta grande figura do cinema (Marilyn Monroe) sempre me interessou.


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. Filmagem às duas e meia da manhã "O PECADO MORA AO LADO"
à saída do Metropolitano de Nova Iorque, uma enorme multidão apareceu para ver

     MARILYN MONROE (não me alimento de quases, não me contento com a metade! Nunca serei a sua meio amiga, ou seu meio amor...é tudo ou nada

A INFÂNCIA:
-Quando nasceu, em Los Angeles a 1 de Junho de 1926, deram-lhe o nome de Norma Jeane Baker, inspirado no de uma actriz popular, Norma Talmage.

Sua mãe, Gladys Monroe, nasceu no México em 1902 e a loucura sempre a perseguiu, vindo a morrer num hospício estatal.
O pai, Stanley Gifford, supervisor de laboratório da indústria cinematográfica, nunca reconheceu a filha nem se disponibilizou para ajudar. 

Norma Jeane passou os seus primeiros sete anos de vida com uma família de acolhimento, os Bolanders, que eram fanáticos religiosos que impunham uma disciplina severa e inflexível.
Quando a mãe tomou conta dela, cujo regime hedonista (aquele/a que considera o prazer como único fim de vida) era a completa antítese do dos Bolanders, transformou completamente a vida quotidiana e os valores morais de Norma Jeane. 
Teve ainda outras famílias de acolhimento, entre estadias em orfanatos pelo meio.

A ADOLESCÊNCIA: 
-Desde que começou a posar para os fotógrafos como uma bonita adolescente, aprendera a tornar-se "Marilyn Monroe" e tinha vivido, numa estranha dissociação, como duas mulheres. Uma era a rapariga vulgar que queria uma vida familiar estável, com amigos, casamento e filhos; a outra era o ídolo do cinema e a deusa do sexo, com a figura de ampulheta, lábios brilhantes e cabelo louro.   

MARILYN MONROE E OS KENNEDYS:
-Para John Kennedy, Marilyn era apenas mais um (dos muitíssimos) engates e nunca gostou dela, ao contrário de seu irmão, Bobby Kennedy, que esteve mesmo apaixonado por MM e que, também ao invés de John, era meigo, querido e brincalhão.


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MARILYN MONROE EM HOLLYWOOD:
-Marilyn, uma hedonista desinibida, sempre disposta a dormir com homens que pensava poderem ajudá-la.
Em 1951, assinou contrato com a FOX. Obteve pequenos papéis, muitas vezes em troca de favores sexuais a homens influentes.  
Orson Wells chamou a atenção para o facto de quase toda a gente em Hollywood ter dormido com ela.
Em 1953, contra as expectativas. atingiu o estrelato.  

MARILYN MONROE E OS LIVROS:
-Marilyn possuía 400 livros de escritores americanos e ingleses e de outros países europeus. Folheava revistas e lia argumentos de filmes, mas a sua última secretária nunca a viu a ler nada senão romances baratos de Harold Robbins. Seu marido, Arthur Miller, confirmou que, possivelmente à excepção de "Chérie" de Colette e de alguns contos, nunca deu por que ela lesse fosse o que fosse. Mas estava decidida a melhorar os seus conhecimentos pois queria compreender as conversas sobre livros.
Marilyn não só lia poesia, mas também a escrevia para expressar os seus conhecimentos quando estava deprimida.


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MARILYN E UM DOS SEUS GRANDES DEFEITOS:
-Se a grande força de MM era o desejo de aprender, a sua grande falha pessoal e profissional eram os atrasos crónicos. Nunca chegava a tempo e os atrasos eram mesmo de muitas horas mostrando uma total falta de consideração pelos que com ela trabalhavam não querendo tão pouco saber dos milhões que tais atrasos implicavam no custo total do filme. Era, neste caso, mal educada, mesquinha, indelicada e completamente egoísta.

MARILYN E O SEXO:
-Séria e ingénua, Marilyn considerava o sexo com ligeireza e oferecia como recompensa o único bem de que dispunha. O sexo era a sua maneira de dizer obrigado. Entre final da década de 1940/década de 1950-doze abortos provocados; seguiram-se, até ao fim da vida, outros abortos espontâneos.
-Uma garota sábia beija mas não ama, escuta mas não acredita e parte antes de ser abandonada (Marilyn Monroe)-

 A MORTE DE MARILYN:
-O relatório da autópsia afirmava que ingerira entre quarenta a cinquenta Nembutals e um grande número de comprimidos de cloral. A causa da morte foi envenenamento agudo de barbitúricos. Ingestão de overdose. O óbito foi declarado às 3h50 da manhã de domingo 5 de Agosto de 1962.
Apesar do relatório da autópsia ser concludente, as muitas mentiras que rodearam o suicídio de MM tornaram evidentes as tentativas de encobrimento com o objectivo de ocultar qualquer delito e esconder a sua relação íntima com os Kennedys.  
Pode ter morrido de uma overdose acidental, ter-se tratado de um suicídio deliberado ou (como alguns pensam) ter sido vítima de um homicídio com motivações políticas. Nunca teremos a certeza.

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Marilyn Monroe é encontrada morta no seu quarto a 5 de Agosto de 1962

nota 3,5  -  interessante

0-li, mas foi zero
1-desisti
2-li, mas não me cativou
3-razoável
3,5-interessante
4-bom
5-muito bom
6-excelente
7-obra-prima