quinta-feira, 2 de junho de 2016

LEITURAS 2016 - XXII - "UM PINGUIM NA GARAGEM" - LUÍS CAMINHA


Mas que vou eu dizer sobre este livro? é que cheguei à página 71 e continuo a mastigar, a mastigar e, sinceramente, repito, nem sei o que escrever, sem ser inconveniente, sobre um livro sobre o qual tinha lido tão boas referências, (o melhor livro que li nos últimos tempos; um livro magnífico, etc. etc.)... 

É que já li setenta páginas e nada de nada, não entra, não consigo avançar, acabou, é que nem sei o que hei-de dizer, a conversa tem sido mastigada como se fosse pastilha elástica, às vezes acontece-nos isto, levamos com um livro que, bastam dez/quinze páginas, para sentirmos que irá ser uma caminhada difícil e por maior esforço que façamos, embora avançando, avançando vamos sentindo que não sabemos por onde já passámos, e este é efectivamente um livro que não consegui avançar para além da página 70, custa-me muito deixar livros a meio (às vezes nem a meio, como é este o caso) mas sinto que estou a perder tempo e penso: com tanto livro bom (sem disprimor para este) que tenho para ler porque hei-de continuar a tentar mastigar este que não me desperta o mínimo dos mínimos de entusiasmo, pelo contrário, até actua no sentido inverso, ou seja, desmotiva-me para a leitura, daí partir para outro, quem sabe se ainda virá o tempo em que lhe darei uma segunda oportunidade...o que, sinceramente, dificilmente julgo que possa acontecer.


Luís Caminha

2 comentários:

  1. Pois. Há muitos livros em que esta sensação de estranheza acontece. Só a título de exemplo: Retrato do Artista quando Jovem (James Joyce), Guerra e Paz (Tolstoi), O Velho e o Mar (Hemingway), Ulisses (ou tra vez James Joyce), Conversa na Catedral (Vargas Llosa), História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar (Luís Sepúlveda), Patagónia Express (ainda mais aborrecido, também do Sepúlveda). Tudo maus livros, certo? Ou talvez não?... E que dizer dos 'Senhores dos Anéis', dos 'Harry Potters" ou ainda dos 'Don Browns'? Nada desmotivantes para a leitura certo? O Pinguim na Garagem é um livro para pensar. Dá trabalho a ler precisamente por isso. Fica o convite para a uma (re)leitura mais paciente e atenta...

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  2. Obrigado pelo comentário e pela sugestão, caro Osvaldo. É verdade tudo o que disse e vou seguir a sugestão. Devo até confessar que li O MEMORIAL DO CONVENTO apenas à segunda leitura; na primeira não consegui passar da pág. 50 e depois li-o de uma única "penada", foi dos melhores livros que li até hoje!
    Retomarei brevemente O PINGUIM NA GARAGEM e certamente que o Luís Caminha me irá preencher. Obrigado

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