sábado, 22 de fevereiro de 2014

MIRÓ/ARTE e não só



 

Não falando propriamente na polémica Miró/BPN, Mário Vargas Llosa refere num dos seus mais recentes livros, que acabo de ler, "A CIVILIZAÇÃO DO ESPECTÁCULO" algo que, de algum modo, se poderá aplicar àquela polémica. Passo a transcrever:

Marcel Duchamp - pintor, escultor e poeta francês - 1887-1968

"Desde que Marcel Duchamp, revolucionou os padrões artísticos do Ocidente estabelecendo que uma sanita também era uma obra de arte se assim o decidia o artista, já tudo foi possível no âmbito da pintura e da escultura, até que um magnata pague doze milhões e meio de euros por um tubarão preservado em formol num recipiente de vidro e que o autor, Daniel Itirst, seja hoje reverenciado não como o extraordinário vendedor de embustes que é, mas sim como um grande artista do nosso tempo.
 
 
 
Uma das performances mais abjectas de que há memória na Colômbia, foi quando o artista Fernando Pertuz que numa galeria de arte defecou diante do público e, depois, "com a maior solenidade", começou a ingerir as suas fezes.
 
 
John Milton Cage Jr. (1912-1992) compositor, teórico musical, escritor, admirador anarquista e artista dos Estados Unidos
 
 

 


 
E, quanto à música, o equivalente da sanita de Marcel Duchamp é, sem dúvida, a composição (denominada 4.33) do grande guru da modernidade musical nos Estados Unidos, John Cage, em que um pianista se sentava em frente de um piano, mas não tocava numa tecla durante quatro minutos e trinta e três segundos, pois a obra consistia nos ruídos que eram produzidos na sala pelo acaso e pelos ouvintes divertidos ou exasperados...."




 

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