sábado, 7 de setembro de 2013

LIVROS EM FÉRIAS

Como habitualmente, quando vou de férias a primeira coisa que ponho na bagagem são os livros e quase sempre tenho mais olhos que barriga.
Desta vez, dos que levei, li cinco e cada um seu paladar:









 

Com muita pena minha não consegui levar até ao fim um livro dum dos meus autores preferidos, talvez porque este livro "UM DIA DIFERENTE" (numa 1ªedição) revela uma nova faceta de JOHN STEINBECK, a que não estava habituado, e que me apanhou totalmente em contrapé. Não passei da página 60...bem me custou mas, tenho tanta coisa para ler que ainda precisava de, pelo menos, um século de vida...ficou para outra oportunidade, que certamente este livro merecerá pois, repito, este DIA DIFERENTE revela-nos, como já disse, uma nova faceta do escritor de excepção que é John Steinbeck.

Outras Cores


Também não me prendeu OUTRAS CORES do OHRAN PAMUCK que li até ao fim (confesso que com algum custo), e como gosto deste autor...contudo, este OUTRAS CORES que, a partir de uma perspectiva de memória é uma espécie de diário do autor, actualizado a partir de blocos de notas, achei-o contudo demasiado "regional" porque se baseia muito nas memórias de infância do autor que têm tudo a ver com a Turquia e deste país não conheço o mínimo para que possa estar sintonizado com estas memórias.No entanto não posso deixar de realçar a entrevista nele contida, dada à Paris Interview e a conferência do Prémio Nobel, intitulada «A Mala do Meu Pai». O livro  no seu todo não me prendeu mas será um autor a que sempre regressarei.










GONÇALO M. TAVARES sempre desconcertante APRENDER A REZAR NA ERA DA TÉCNICA; mais uma boa história, neste caso um médico, mas que, fundamentalmente, fala do que é o género humano e o quanto ele pode ser maléfico.
Lenz Buchmann é um homem atroz. Como médico, despreza os doentes. Como político, despreza a sociedade. Como marido..., como irmão... como filho, enaltece irracionalmente o pai porque é assim que se comportam os homens desprezíveis.
Gonçalo M. Tavares sempre desconcertante.


 
 
"NO TRIBUNAL DO MEU PAI", um livro que reúne crônicas autobiográficas sobre uma tradição judaica virtualmente perdida - o Bet Din, o tribunal rabínico que julgava sobre assuntos religiosos e mundanos. O tribunal tinha sede em sua própria casa, e era presidido por seu pai, quando no início do século XX, os moradores da rua Krochmalna, no velho bairro judeu de Varsóvia, acorriam à modesta casa de número 10 em busca de soluções para problemas: casais à procura de matrimônio ou separação, credores e devedores à cata de solução para suas pendências, além de mistérios que demandavam explicação, como gansos que mesmo mortos não paravam de grasnar. É um livro que se lê com relativo agrado embora tudo gire à volta da religião judaica (que não será propriamente um tema que me agarre).
Foi o primeiro livro que li de ISAAC BASHEVIS SINGER (Prémio Nobel) e só lendo outras obras deste autor poderei ter uma melhor opinião sobre este escritor, não poderei dizer que não gostei mas não me surpreendeu.


A Filha do Coveiro



Finalmente,simplesmente magistral, surpreendente, uma maravilha que me deliciou A FILHA DO COVEIRO - o primeiro livro que li desta escritora norte-americana, JOYCE CAROL OATES-é destes livros que eu gosto que me apanham logo na primeira página pelos cabelos e só me largam na última frase depois de todos os piolhos estarem catados.
Em 1936, os Schwart, família imigrada, escapam da Alemanha nazi e instalam-se numa pequena cidade do estado de Nova Iorque. O pai, antigo professor de liceu, vê-se obrigado a aceitar o único trabalho disponível: coveiro e guarda de um cemitério. Os prejuízos e a fragilidade emocional da família conduzirão a uma terrível tragédia, e Rebecca, a filha do coveiro, começa então a sua surpreendente peregrinação pela América, uma odisseia arriscada repleta de erotismo e audácia, inventividade e engenho.
Uma obra-prima! O melhor livro que li este ano.

A FILHA DO COVEIRO-recomendo-vos!

6 comentários:

  1. Alguém disse um dia (tu sabes quem):
    - Se há tanta literatura fabulosa para ler, porquê perder tempo a descobrir novos autores?

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  2. Mas essa descoberta faz parte do gosto (e sobretudo do vício) pelos livros; acreditas que da minha pequena biblioteca (passe a imodéstia), mais de 80% dos livros ainda não os li.

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  3. Já me sinto melhor com a minha biblioteca. Só 30% não li. E custa-me repetir livros havendo tantos por descobrir, também lhe acontece. Um leitor que apanhou o seu endereço na Maria de Rosário. 5 livros nas férias e invejável. Li um, do Stieg Larsson. Uma palermice. Miguel Coelho

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    1. Realmente Miguel temos tanto para ler que me custa reler.

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  4. Fiquei com a sugestão da Joyce Carol Oates. Só li um dela, A fé de um escritor, que é um reflexão do seu processo de escrita. Pamuk não tenho paciência. Esse do Tavares já li, infelizmente logo a seguir ao ano da morte do ivan ílich. Steinbeck é muito bom mas não li esse. Não é justo receber sem dar, então este ano (que não está a ser de boas colheitas literárias) o que sugiro é o Em nome da Terra do Vergílio Ferreira e o Diabo no Corpo do Radiguet. Quem sabe se não farão parte dos 80% da biblioteca não explorada.

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    1. Obrigado amigo.
      Ainda não li "EM NOME DA TERRA" e como gosto do Vergílio Ferreira (aconselho vivamente CONTA CORRENTE-li os oito volumes-excelente retrato de Portugal nos anos 80).
      Diabo no Corpo do Radiguet -não estou a "ver", mas também anotei.
      Obrigado pela visita.

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