quarta-feira, 9 de maio de 2012

CRÓNICA FEMININA vs MARIA


Ó Seve é preciso é ler, nem que seja a Crónica Feminina...
Esta da Crónica Feminina foi-me dita por um Senhor da Fundação Gulbenkian, na altura Director da revista "Colóquio-Letras" (tornámo-nos amigos, a partir daquele dia) estava eu, na estação de S.Sebastião da Pedreira, sentado num banco do METRO à espera do comboio e a ler "O NOVENTA E TRÊS" do grande romancista francês Victor Hugo, em dois volumes de bolso, da Editora MINERVA; teria para aí uns 14/15 anos (era paquete, também chamado groom, de uma empresa import/export, com sede no Rossio, por cima da TENDINHA). Sabem o que era um Paquete? Só não digo que seria o moço dos recados porque ainda havia o porteiro, o motorista do admnistrador e eram esses que normalmente faziam os recados, não era propriamente o moço dos recados mas andava lá perto, corria Lisboa de lés a lés (muitas vezes a pé para poupar o bilhete do autocarro e para descobrir Lisboa e não só...)
Para quem não conheceu a revista CRÓNICA FEMININA será assim como a actual MARIA; permito-me salientar algumas características duma e doutra:
-Enquanto que as cartas recebidas das leitoras da CRÓNICA FEMININA, perguntavam, por exemplo, como se fazia o COZIDO À PORTUGUESA,
-a MARIA pergunta -será que posso engravidar banhando-me na mesma água do banho do meu cunhado?
-a CRÓNICA FEMININA salientava -na minha aldeia há uma árvore que tem 500 anos,
-na MARIA uma leitora mostrava-se estupefacta com o tamanho (ou não) do pénis do namorado;
-na CRÓNICA FEMININA salientava que a dor de costas se curava com banhos frios,
-na MARIA a leitora salientava que ficava muito excitada com o tamanho dos pés do namorado e de seguida tinha logo três orgasmos. São mais ou menos estas as características de uma e doutra- tudo uma QUESTÃO DE ESTAR, UMA QUESTÃO DE CULTURA...
A publicação duma e doutra revista estão separados no tempo cerca de 50 anos (1950-2000).

2 comentários:

  1. As estórias de faca e alguidar são mais ou menos as mesmas, mas a Maria de hoje é bem mais pindérica que a Crónica Feminina.
    Parece que é a revista mais vendida em Portugal, o que dá para perceber o estado a que chegou a nossa cultura.

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  2. Caro Amigo Severino,

    Tocas na "mouche" só como tu sabes. Eu lembro-me muito bem da "Crónica Feminina" o meu pai de quando em vez lá a trazia para a minha mãe e para mim e para o meu irmão o "Mundo de Aventuras", que saudades eu tenho, desse tempo de sonhos e de meninos que éramos e do meu pai que era um homem bom, trabalhador e capaz de todos os sacrificios pelos filhos. Nesse tempo não eram necessárias grandes prendas tipo Playstation, Telemóveis etc. a maior prenda era o amor e estes pequenos mimos.
    Mas voltando à irónica comparação que fazes entre as duas revistas só tenho a dizer o seguinte: A Crónina Feminina era inocente, tinha artigos com interesse e umas quantas páginas a preto e branco com uma telenovela, signos, receitas etc. Esta Maria é inqualificável, repelente! Por isso não concordo quando alguém diz que é preciso é ler seja o que for. Não, porque a leitura também pode ser perniciosa há que saber escolher.

    Um abraço.

    Almeidinha

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