domingo, 25 de setembro de 2011

POR ONDE ANDEI EM 2010 - XIII







Ao longo deste ano de 2011 deixei aqui, em treze "apanhados" (ia chamar-lhe crónicas mas a tanto não me atrevo), as minhas opiniões sobre os livros que li em 2010. São opiniões naturalmente pessoais e nisto de leituras há muita subjectividade nos gostos, aliás o gosto da leitura é um gosto que se vai refinando, que se vai aperfeiçoando, que se vai aprendendo, livro que eu adorei há 20 anos e agora já nem tanto e o contrário também poderá ser verdade.

Há muitos anos, era eu ainda um adolescente, dizia-me um velho amigo melómano (paixão pela música): Ó Seve, isto da leitura é como a música clássica, aprende-se a gostar depois de muita, muita audição, tal como se aprende a gostar de ler, só lendo, lendo sempre.

Vou então abordar as últimas leituras que fiz em 2010, sempre sob a forma de "passeio", e daí voltar aos EUA com um dos meus escritores preferidos: PAUL AUSTER, e é com ele, através de "SUNSET PARK" que viajo para um bairro perigoso de Brooklyn, onde quatro jovens ocupam ilegalmente uma casa abandonada. São quatro vidas que o autor entrelaça em tantas outras para criar uma complexa teia de relações humanas, num romance sobre a América contemporânea e os seus fantasmas. Não foi dos que mais gostei deste belo escritor, daí permitir-me recomendar-vos antes deste, outros do mesmo escritor: "Mr Vertigo", "A Música do Acaso", "Timbuktu", "o Livro das Ilusões".

Embrenhei-me depois numa "BIBLIOTECA CHEIA DE FANTASMAS" livro de amor aos livros e para quem gosta verdadeiramente de livros, a paixão pela sua posse, a obsessão da leitura, o vício dos olhar nas estantes, de lhe passar os olhos com se todos os dias falássemos com alguém nosso, quem está sempre a pensar nas mil e uma maneira de arrumar os livros (por temas, por autores, por nacionalidades, etc.), não poderá perder este belo livrinho escrito por JACQUES BONNET.

"Estabelecer uma ligação é a capacidade de se identificar com as pessoas e relacionar-se com elas de determinada forma, forma que aumenta a sua influência junto delas", quem o diz é o perito em liderança e comunicação JOHN C. MAXWELL num curioso livro "TODOS FALAM POUCOS COMUNICAM". Agradou-me, sobretudo porque tem a ver com o meu dia a dia profissional, apesar de estar convencido que, nesta como em todas as áreas, é o tempo que nos traz os maiores ensinamentos.

E é através de uma "recolha" organizada por VASCO DA GRAÇA MOURA que fico a conhecer algumas "HISTÓRIAS PORTUGUESAS DE NATAL; O Portuense Ramalho Ortigão mostra-me como eram os dias de Natal nas décadas de 1800, quando grandes rebanhos de perús percorrem as lamacentas ruas de Lisboa, o meu conterrâneo Fialho de Almeida, da Vila de Frades (Vidigueira), conta-me a tristeza de uma noite de Natal Alentejana de uma velha sem ninguém. Raul Brandão fala-me do Natal dos pobres de Portugal dos princípios do séc. XX, Ferreira de Castro relata-me o Natal na sua terra (Ossela) e de muitos outros ouvi das mais belas histórias portuguesas de Natal. Foi este o último livro que li em 2010, e gostei.

1 comentário:

  1. "Timbuktu" delicioso livro publicado em 1999 e que nos conta a história de um cão rafeiro, Paul Auster um grande escritor norte-americano um autor trabalho irradia inteligência e originalidade.
    "Mr.Vertigo" é uma história bem contada. O livro é escrito na primeira pessoa. Mr. Vertigo conta a sua própria história, desde os 9 anos, altura em que foi acolhido (quase raptado) por um judeu húngaro, o Mestre Yehudin, que o ensinou a voar. Claro que a hisória é uma alegoria da vida e da América.

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