quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

"A LOUCA DA CASA" - ROSA MONTERO - LEITURAS 2020 - XXI

 


Continuo ainda a falar dos livros que li em 2020.

Esta foi a terceira vez que li este excelente livro, pois trata de um tema que muito me agrada — é um livro que fala de livros — 

E assim descobrimos, por exemplo, que: 

-Goethe adulava poderosos 

-Tolstói era um energúmeno 

-Rosa Montero, ela própria, em criança, se julgava anã, e que, com vinte e três anos, manteve um extravagante e arrebatador romance com um actor famoso

-a grande, comovedora e trágica Carson McCullers, escreveu nos seus diários: "a minha vida seguiu a pauta que sempre seguiu: trabalho e amor" 

-Vladimir Nabokov perdeu tudo com a Revolução Russa: o seu país, o seu dinheiro, o seu mundo a sua língua, até mesmo o seu pai, que foi assassinado

-Faulkner dizia que um romance "é a vida secreta de um escritor, o obscuro irmão gémeo de um homem"

E muitas outras interessantíssimas histórias sobre escritores, nomeadamente sobre Mark Twain, Philip K. Dick, Martin Amis e muitos outros. 

Por tudo isto, este é um livro a que volto com muita frequência, até porque me dá pistas curiosas sobre escritores que, por consequência, tenciono ler numa próxima oportunidade. Posso até dizer que, para mim, é um livro de consulta. 

   

                                                      Rosa Montero - Madrid 1951                                


 retive e anotei;

-pg.23- Em jovem a morte é sempre a morte dos outros

-pg.47- Não se pode ser puro sendo humano 

-pg.80- O feminino continua a ser a cara sombria da lua

-pg.161- Um mundo sem livros é um mundo sem atmosfera, como Marte


4 - bom

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

5 comentários:

  1. Um dia, já há longo tempo, falou-me no seu blogue, mas não lembro as razões por não ter chegado aqui mais cedo. Agora, uma viagem rápida deu para perceber que um blogue que fala de livros, tem o meu incondicional apoio e gosto. Tão útil a viagem que fiz, que irei ler o livro que o Seve refere: «A Louca da Casa» de Rosa Montero, de quem nunca li uma linha sequer. Porque sou um leitor estranho, agarrado, grande parte, a autores provenientes da biblioteca do meu pai, outros que fui descobrindo sozinho como são os casos de José Saramago e José Gomes Ferreira. Depois há autores que, por motivos só meus, não os leio. É o caso de um autor aqui referido: Francisco José Viegas.
    Há um livro de que o Seve não gostou muito de ler mas que considero um livro admirável: a «Léah» de José Rodrigues Miguéis, autor com lugar cativo no meu panteão de autores.
    Mas isto são pormenores que não afectam em nada – era o que faltava! – as razões de que passarei a ser visita da casa.
    Um abraço

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  2. Obrigado Caro Sammy pela sua visita e pelas suas amáveis palavras.

    Este meu blogue, que foi "criado", há mais de dez anos, por um amigo meu, insistindo para que eu falasse dos livros que ia lendo; ao princípio postava quase diariamente e falava dos livros que lia e não só, como poderá comprovar se o visitar para anos anteriores.

    Claro que este blogue não se compara ao excelente " Cais do Olhar" que é para mim já um vício diário.

    Actualmente ando muito dispersado e só estou a publicar os livros que vou lendo, e que ultimamente têem sido poucos ao contrário do que seria suposto nestes tempos de pandemia, daí estar às vezes semanas sem publicar.
    Tenho de deitar mãos à obra depois destes negros tempos que estamos a passar.

    Rosa Montero-gostei dos livros que dela já li e especialmente desta "A LOUCA DA CASA", que é como um guia de leitura muito interessante.

    Um abraço e saúde

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  3. Ó Sammy mas olhe que eu não desgostei do "Léah", aliás até o pontuei com 3,5 - interessante.

    Abraço

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  4. Caro Seve:
    Discordo totalmente das estrelas que os críticos dão aos filmes, aos livros. Sei o que pretendem e por isso desconfio do que fazem. Sou um leitor de livros e apenas isso.
    Sou de um tempo em que os suplementos literários dos jornais tinham excelentes críticos: Álvaro Salema, Mário Sacramento, Vitor Silva Tavares, para lembrar alguns de muitos. Aprendi muito com esses críticos, principalmente quando se tornavam parciais, se apaixonavam pelo que liam, viam e transmitiam esse entusiasmo aos leitores.
    Depois há que ter em consideração que um leitor lê aquilo que gosta, que lhe dá prazer e apenas isso. Como sou um leitor estranho, com tiques um tanto ou quanto loucos, há escritores que me recuso a ler e sei bem que isso é uma parvoíce de todo o tamanho, mas já estou velho para mudar. As razões são muito minhas!
    Por exemplo, o Luís Eme, ontem, falava no Largo de Vergílio Ferreira, sei que o Seve também gosta, mas não me entusiasma. Por motivos que não têm a ver com a sua boa escrita.
    Voltemos a «Léah» do José Rodrigues Miguéis. Para o Seve o livro é «interessante», para mim é muito mais.
    Já estou a bater à porta dos 76 anos e há determinados livros que me marcam para além da própria escrita. O livro tem um conto notável - «Saudades para Dona Genciana» que decorre na Avenida Almirante Reis que eu conheço desde o miúdo que fui e me lembro bem de a percorrer a pé porque não havia dinheiro para o bilhete do eléctrico. «Olho cá de cima esta Avenida, e quase nem a reconheço. Chego a ter saudades. Antigamente havia uma honestidade quase dolorosa em tudo isto, um recato nas aparências. Isto era provinciano mas sincero.»
    Há coisas que eu não sei transmitir aos outros quero falar de algo mas as palavras não saltam, e quando aí chego, a lembro aquele provérbio, penso que japonês: «Deixa a porta da gaiola aberta, para que o pássaro possa voltar.»

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  5. Ó Sammy isto de eu dar pontuação aos livros que vou lendo, é apenas uma avaliação pessoal (talvez bacôca) do quanto gostei (ou não) do livro em causa.

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