terça-feira, 6 de janeiro de 2015

ÚLTIMO LIVRO QUE LI EM 2014




"VICENTE JORGE SILVA CONVERSAS COM ISABEL LUCAS"

Foi este o último livro que li em 2014.

Vicente Jorge Silva é um grande homem dos jornais um homem a quem me habituei a reconhecer uma qualidade que não vejo a mais ninguém na imprensa deste país.
Este livro retrata bem o seu trabalho ao longo de toda uma vida dedicada aos jornais, desde o mítico jornal cor de rosa "O Comércio do Funchal" até àquele que foi, na altura, uma pedrada no charco "O PÚBLICO", passando, claro, pelo EXPRESSO.




Este livro é uma longa conversa que passa a vida profissional e pessoal de Vicente Jorge Silva, sessenta e oito anos, natural do Funchal, jornalista, um homem que marcou alguns dos mais estimulantes projectos do jornalismo em Portugal.



Aqui se fala de pessoas - 
-António Guterres que me pareceu demasiado condescendente, sem firmeza bastante para defender as suas convicções
-Augusto Santos Silva um homem de mão e um panfletário grosseiro do socratismo
-Manuel Alegre, independentemente das suas vaidades pessoais, tinha uma energia de combate, um certo idealismo com o qual eu me identificava um pouco
-com Jorge Sampaio as coisas eram mais simples, transparentes
-Cavaco Silva é uma personagem oblíqua   
-Alberto João Jardim - Há tempos, numa inauguração num bairro social, um grupo de populares lançou uns impropérios contra Jardim e ele respondeu: "não vale a pena ladrar porque ainda não aprenderam a ser cachorros". A verdade é que ele sempre olhou para os madeirenses como cachorros dóceis e mudos e, agora, os cachorros começaram a ladrar..."
e muitos outros - Belmiro de Azevedo, Mário Soares, Ferro Rodrigues, Álvaro Cunhal...

Aqui se fala de livros:

-"A SANGUE FRIO" de Truman Capote-um livro absolutamente extraordinário, de uma força esmagadora.
-"AS PALAVRAS" de Jean Paul Sartre-talvez seja o livro mais fabuloso sobre a infância e a construção de uma personalidade a partir da infância
-"O ESTRANGEIRO" de Albert Camus - foi um romance essencial da minha adolescência, que li e reli não sei quantas vezes.

Um livro que li com curiosidade e satisfação. 












Contudo, notei uma falta, que talvez até possa considerar uma lacuna, é que não foi abordado algo que creio ter sido uma iniciativa pioneira do jornal lançado por Vicente Jorge Silva "O PÚBLICO": a venda de livros juntamente com o jornal, nomeadamente a excelente "COLECÇÃO MIL FOLHAS" de 100 títulos; e julgo que também Vicente Jorge Silva terá estado neste extraordinário projecto da imprensa portuguesa, daí a minha estranheza na não abordagem deste tema.



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