quarta-feira, 4 de junho de 2014

FEIRA DO LIVRO 2014

Ontem consegui matar dois coelhos de uma cajadada: é que tive oportunidade passar um dia diferente e de, durante quase todo o dia, conviver com dois amigos - o meu Amigo Almeidinha e os livros, muitos livros.

Este livro reúne alguns dos mais interessantes escritos literários sobre a bicicleta publicados nos últimos cem anos

É óptimo, parece-me até que a sensação é tão extraordinária que não consigo abarcá-la com toda a minha satisfação, parece-me que o tempo foge, o querer ver tudo e parece que não consigo ver nada, mexer nos livros, mas são tantos que sinto como que alguma impotência para ver um um de uma só vez. Almoçámos (petiscámos) por lá e até tivemos oportunidade de falar com um senhor que se sentou junto a nós e claro que falámos sobre livros e ele disse-nos precisamente o que também eu sinto quando lá vou: até tenho medo de vir cá, pois se me ponho a comprar nunca mais paro de gastar o dinheiro que tenho (e o que não tenho).

Há uns anos, quando se alvitrou a possibilidade da localização da Feira, que não no Parque Eduardo VII (falou-se na FIL), foram reunidos num pequeno livrinho (OS LIVROS NO PARQUE) com um conjunto de textos de autores diversos que são uma pequena maravilha. Conservo esse livro (feito e distribuído em defesa da localização da Feira no Parque Eduardo VII) e permito-me relembrar algumas frases que assinalei e que aqui reproduzo (todas de José Salvador): 

-Quem tem a paixão pelos livros nem sempre entende porque razão eles não fazem parte da vida de tantos portugueses.Pode aceitar-se que a casa é o rosto e a alma de uma pessoa. A minha está cheia de livros, diria mesmo atravancada. Às vezes, dá-me vontade de libertá-los, mas receio perdê-los de vista, coisa que nenhuma paixão, consente. O objecto do desejo tem de estar à vista e à mão.

-o livro esse objecto estranho em que se está a transformar o livro perante a concorrência de toda a oferta multimédia.

-um país sem livros é um país sem futuro.


Quanto a aquisições, desta vez, fiz apenas duas: dois livros (cujas capas reproduzo) que já tinha debaixo de olho e este ano, devido às circunstâncias actuais, fiquei-me por aqui; tinha ainda em mente comprar um terceiro (Crónica, Saudade da Literatura de Manuel António Pina) mas terá de ficar para a próxima.

A Feira do Livro deste ano está óptima, belos espaços, por onde sabe bem passear com o rio como pano de fundo. Um dia muito agradável e para quem gosta de livros é oiro sobre azul.


Ler despreocupada e distraidamente é como passar numa bela paisagem de olhos vendados.







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