terça-feira, 24 de junho de 2014

ELE HÁ COISAS ESTRANHAS...



Este casal (Florindo e Flora) chega pelas sete horas da manhã à porta principal do Palácio Palmela em Lisboa, onde funciona a Procuradoria-Geral da República, na Rua da Escola Politécnica (perto do Largo do Rato). Quando ali chega, a sua primeira preocupação é substituir o número dos dias que passaram desde que, em Março de 1996, decidiu instalar-se, em protesto contra uma hipotética morte, à porta da PGR.
Portanto estão ali há quase vinte anos e a sua história está contada num cartaz no qual, em linguagem telegráfica, acusam um juiz e um notário, irmãos de Florindo, de os terem dado como mortos e o terem enterrado a ele em Aljustrel. A mulher, supostamente viúva, voltou a casar e também morreu; a filha deles desapareceu entretanto sem deixar rasto. 
O objectivo era, afirmam,  apoderarem-se dos bens adquiridos pelo casal, o que terão conseguido a partir de uma folha de papel em branco assinada por Florindo, em 1983.


Claro que eles juram (a pés juntos) que estão vivos (e eu vi-os...) e são como que habitantes "eternos" desta movimentada rua.
É tudo muito confuso mas parece-me que esta rotina que seguem há mais de dezoito anos poderá ter um efeito contrário ao desejado, pelo menos para quem ali passa diariamente,  já que, supostamente, só repararão neles quando algum dia eles ali não estiverem...

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