sexta-feira, 19 de outubro de 2012

POR ONDE ANDEI EM 2011 - XII

Retomo hoje os livros que li em 2011. 



Precisamente em Junho de 2011 é de me dada ouvir uma longa conversa entre Primo Levi e dois universitários italianos que iniciaram em 1982 uma recolha de testemunhos de 220 sobreviventes dos campos de extermínio nazis.
PRIMO LEVI é um sobrevivente de Auschwitz e se ainda não leram "SE ISTO É UM HOMEM" então não podem perder. Também gostei deste "O DEVER DA MEMÓRIA" embora se possa dizer que seja uma literatura mais aconselhada a quem gosta do tema -campos de extermínio nazis-eu gosto!
Numa classificação de um a sete, 3,5.



É no fim do mês de Junho que FERNANDO DACOSTA com "OS MAL AMADOS"  me revela  algumas situações curiosas de uma época não muito longínqua do nosso Portugal.
 
-Costa Gomes evita a guerra civil
-Implacabilidades de Álvaro Cunhal
-A morte silenciada de Marcello Caetano
-O fenómeno dos Retornados
-Premonições de Natália Correia
-Agostinho da Silva revela Confidências de Fernando Pessoa
-E antevê: a sobrevivência de Portugal, quando a CE bloquear, está em África
-Uma nova etapa germinará através da lusofonia.


Fernando Dacosta é muito bom a revelar-nos esta parte muito recente da história de Portugal.
São situações curiosas e que, se calhar, na altura dos acontecimentos nos passaram ao lado. Gostei deste livro: de um a sete mereceu-me 5 pontos.  




Em Julho conheço mais um jovem escritor português (CARLOS MACHADO), e sem dúvida que depois de ter lido este "UM AMOR SEM TEMPO", fiquei com vontade de ler outros que se lhe sigam.
É um livro sobre um amor que se prolonga no tempo e mais do que a história de um amor, é sobretudo um livro sobre gentes, sobre uma época, sobre mentalidades reinantes nalgumas terras e nalgumas gentes do nosso país.
Não tendo sido um livro de leitura compulsiva nunca me arrependi de o ter lido. 4 pontos (de um a sete).



Logo a seguir encontro-me com outro jovem escritor português e talvez aquele que considero de escrita mais surpreendente e absorvente. É um escritor para o qual só encontro um título se o quisesse rotular "DESCONCERTANTE" - Gonçalo M. Tavares é um escritor absolutamente surpreendente e este "MATTEO PERDEU O EMPREGO" absolutamente imperdível. Gostei de todos os livros que li dele mas este é muito bom, na minha opinião.  
Este "Matteo Perdeu o Emprego" não é só um livro, é, como li algures: enquanto objecto que seguramos nas mãos, um objecto de arte: as fotografias de manequins (bonecos articulados que exibem roupa, nas montras) constituem, também, separadores, e pedem uma outra forma de leitura, exigem leituras que se cruzem, se demorem no olhar, na pele, nos dedos. Convocam inesperadas sensibilidades e ressonâncias, misturam formas e artes.
A leitura de qualquer obra de Gonçalo M. Tavares é sempre, em vários aspectos, diferente de uma simples leitura. Oh amigo Bruno já leste? é ao teu nível!

Absorvente - 5 pontos (de um a sete). 


E é ainda neste começo de Julho que irei viajar pelas memórias de guerra em Moçambique, com um excelente escritor moçambicano, MIA COUTO. Disso vos darei conta no próximo número deste balanço.


 

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