quarta-feira, 11 de maio de 2011

POR ONDE ANDEI EM 2010 - X

Cornish, uma localidade com cerca de 1 700 habitantes, situada nas margens do rio Connecticut, tem duas mercearias, um posto de correio, uma igreja e vários quilómetros de pinheiros, carvalhos, terra arável e colinas suaves. Há muito que é um reduto de férias para artistas e escritores, um refúgio solitário no meio da floresta. e foi aqui que descobri J. D. Salinger, falecido aos 91 anos, em Janeiro de 2010.



J.D.SALINGER (na foto) foi um dos mais misteriosos escritores norte-americanos, um feitio muito parecido com o do nosso Miguel Torga, e foi com ele (J.D.SALINGER) que fui à descoberta do seu mais célebre romance “UMA AGULHA NO PALHEIRO”, publicado pela primeira vez em 1951, talvez a mais marcante obra de J. D. Salinger, e uma das mais controversas da história da literatura norte-americana após a II Guerra Mundial.



Esta obra foi constantemente censurada e banida das escolas, livrarias e bibliotecas dos EUA devido ao seu conteúdo profano, à abordagem que faz do sexo e à forma como rejeita alguns dos ideais americanos.


O livro conta as aventuras de Holden Caulfield, um rapaz de 16 anos, que ao ter de deixar o colégio interno que frequenta, mas receoso de enfrentar a fúria dos pais, decide passar uns dias em Nova Iorque até começarem as férias de Natal e poder voltar para casa.


Confuso, inseguro, incapaz de reconhecer a sua própria sensibilidade e fragilidade, Holden percorre nesses dias um intrincado labirinto de emoções e experiências, encontrando as mais diversas pessoas, como taxistas, freiras e prostitutas, e envolvendo-se em situações para as quais não está preparado. Pareceu-me, na minha modesta opinião, um livro bem escrito.


Estamos em Novembro de 2010 e na minha rota segue-se Marrocos e viajo mais uma vez no tempo, até 1578 e dez mil guitarras jazem ao abandono no campo de batalha de Alcácer-Quibir. D. Sebastião desapareceu. Morto ou vivo? Há quem espere por ele... É isto que me oferece CATHERINE CLÉMENT no seu último romance “DEZ MIL GUITARRAS”., e ainda uma uma truculenta galeria de retratos de uma Europa em mutação: o peso dos Habsburgo, a violência das guerras religiosas, a loucura do Imperador da Áustria, a rebelião da jovem rainha Cristina da Suécia e a sua paixão por Descartes. Apesar do interesse do tema versado a escrita deste romance é (para mim) "pastosa", lenta, arrastada e não me cativou para futuros livros desta autora.



A meio do mês de Novembro vou depois ao encontro de Nelson Mandela mas disso vos darei conta na próxima crónica destas minhas andanças pelo Universo e pelas diferentes eras, sempre através dos livros que li em 2010.

4 comentários:

  1. A descrição do autor promete um jorro de emoções bem a meu gosto. Se Salinger está na linha de Torga então temos, pelo menos, um enorme sentido de fraternidade.
    Abraço amigo

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  2. Caro Amigo Kim

    Na linha de Torga, pelo menos naquele feitio de eremita/solitário/isolado, independente de qualquer linha política ou religiosa.

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  3. Caro Amigo Kim

    Na linha de Torga no aspecto de eremita/querer ficar longe da fama, manter a sua privacidade.

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  4. Um livro que também li, talvez, há 2/3 anos e do qual muito gostei.

    Um abraço.

    Almeidinha

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