quarta-feira, 1 de setembro de 2010

António Telmo - Morreu um grande homem

Morreu, no penúltimo sábado de Agosto (21.08.2010) no Hospital de Évora, o grande filósofo ANTÓNIO TELMO que residia em Estremoz, que fez o favor de ser meu amigo e com quem eu passava a quase totalidade do meu tempo livre, quando estava em Estremoz no exercício da minha actividade profissional (formador), a falar de livros, ou melhor a ouvi-lo falar de livros e não só.., ouvi-lo a falar de Portugal e dos Portugueses, era um homem com uma cultura gigantesca e que dava gosto ouvir, com um sentido de humor absolutamente notável, e que me falava de Portugal e dos Portugueses duma maneira absolutamente arrebatadora.Adicionar imagem
Fico confuso e a meditar quando nem uma das nossas quatro principais estações televisivas deu conta do facto (ou eu não ouvi).

Foi um grande vulto da cultura portuguesa, embora absoluta e totalmente um perfeito desconhecido para a grande maioria dos Portugueses; como é possível passar em branco a morte dum grande português que nos seus escritos falou de Portugal e dos Portugueses como poucos o fizeram; aliás nem sei se algum jornal Português (ou estação de rádio) noticiou a sua morte (por acaso um dos semanários noticiou-a -dos que li, claro, o que já nem foi mau)
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António Telmo Carvalho Vitorino, nascido a 2 de Maio de 1927, em Almeida (Guarda) integrou aos 23 anos o grupo Filosofia Portuguesa depois de ter tido contacto com José Marinho (1904-1975) e Álvaro Ribeiro (1905-1981).

A convite de Agostinho da Silva (1906-1994) e de Eudoro de Sousa (1911-1987), foi professor de Literatura Portuguesa durante três anos, na Universidade de Brasília. Leccionou ainda em Granada e, de regresso a Portugal, foi director da Biblioteca de Sesimbra, onde residira.

Radicou-se definitivamente em Estremoz, onde foi professor de Português.

Era irmão do Dr. Orlando Vitorino, dos maior vultos intelectuais do liberalismo português contemporâneo (também já falecido, em 2003).
António Telmo foi autor de vários títulos, entre os quais Arte Poética (1963), Gramática secreta da língua portuguesa (1981), Desembarque dos Maniqueus na Ilha de Camões (1982), O Bateleur (1992), O Mistério de Portugal na História e n'Os Lusíadas, (2004), Viagem a Granada (2005) e Contos Secretos (2007).
«A História Secreta de Portugal», de António Telmo, continua a ser um livro obrigatório para os Portugueses que querem pensar pela sua cabeça, honrando os seus Antepassados.

3 comentários:

  1. Caro Seve;

    Fiquei triste com a noticia, que também só soube lendo o teu blog. É verdade também que nessa data não me encontrava em Genève nem mesmo na Suíça onde em casa, costumo ver as informações dos principais canais portugueses..

    Tenho dois livros do António Telmo que aprecio enormemente e "A História Secreta de Portugal" é daqueles livros que se devoram com prazer.

    Grande abraço, amigo Seve.
    Osvaldo

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  2. Tanto quanto me apercebi, apenas o Rxpresso deste passado fim de semana deu conta da morte deste erudito.
    Ficamos sempre mais ricos quando nops damos conta que conhecemos pessoas fabulosas como esta.
    Abraço amigo

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  3. Hoje fui apanhado de surpresa. Partiu o meu amigo António Telmo que me deu a honra de me escutar e de com ele dialogar e conversar no Águia de Ouro em Estremoz várias vezes sobre realidades acima do dito normal. Agora vou ter de ler e reler toda a sua obra que ficou para nos engrandecer. Sonhou com um Portugal Maior como o seu amigo Agostinho da Silva. Portugal real está mais pobre, mas o Portugal transcendente, o Portugal do mundo subtil está mais rico, pois recebeu mais uma estrela de quem estava à espera. Até sempre querido amigo António Telmo.
    professor Renato Paz

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