
Os campeões mundiais de Hóqueis em Patins em Montreux, o Alves Barbosa e o Pedro Polainas, da Volta a Portugal em Bicicleta, os leões Vasques e o Travassos dos Cinco Violinos, Marino Marini, Alberto Ribeiro, Joselito, Maurice Chevalier, Amália Rodrigues, o inesquecível João Villaret, os discos pedidos no programa do Artur Agostinho "O que deseja Ouvir" as paródias do Zequinha e Lelé, o problemático casal de namorados interpretado por Vasco Santana e Irene Velez no programa de Igrejas Caeiro, "Os Companheiros da Alegria", "A Parada da Paródia" dos Irmãos Ruy e José Andrade, que mais tarde se transformará nos Parodiantes de Lisboa, etc. etc., são sons que ainda conservo no sub-consciente.
Eu e a minha mãe ouvíamos diariamente (num melodioso e divino silêncio) os sons que ainda agora nos acompanham, como se lêssemos um livro, como se viajássemos num zepelin, como se se navegássemos num mar azul e calmo.....tempos puros, tempos com luz, tempos com sons e com cheiros....enfim, tempos diferentes, tempos com tempo!
A rádio sempre foi uma paixão, muito mais do que a televisão.
Vem isto a propósito dum programa que passa na Antena 1, todos os sábados, entre as 8h00 e as 9h00 da manhã. É A ILHA DOS TESOUROS, do Júlio Isidro. Uma verdadeira pérola, tanto pela música que passa como pelos textos que o Júlio Isidro vai lendo, uma autêntica maravilha.
Apesar da hora tão matinal (para um sábado) tento não perder um, porque é como se o ouvisse naquele rádio da minha infância.
Já aqui falei neste blogue sobre a admiração que tenho pelo profissional que é Júlio Isidro, um autêntico homem da rádio, uma pequena maravilha num país que julgo não o merecer. Como é possível programar-se este TESOURO para as oito horas da manhã dum sábado, em que àquela hora a maioria das pessoas ainda estará a descansar; o “rei verde” deu cabo disto tudo…. os tempos são mesmo diferentes.... (para o melhor e para o pior, claro).
Se puderem não percam e oiçam este belo programa que é A ILHA DOS TESOUROS, vale bem a pena.
Jovem Amigo, pura verdade, no teu Tema, que tratas, Rádio/A Ilha dos Tesouros. Sou mais velho, não muito, a caminho dos 66, e recordo com Saudade, toda a variedade de programas que se ouvia naquela época, em casa dos meus Pais, em menino e moço. Primeiro, meu Pai, foi a uma loja da especialidade, e foi trazendo para casa, rádios à experiência ( outrora era assim ), não como hoje, e após experimentar alguns, acabou por comprar um SCHAUB LORENZ, lindo, o qual durou, até cair no lixo. A sua caixa e os componentes, no seu interior, foram lançados para dentro de um contentor de lixo, à pouco mais de 10 anos, embora, já não trabalhava, à cerca de 15 anos. Tenho pena, pois se fosse hoje, ainda existem Técnicos que reparam esses belíssimos aparelhos, mas já foi, e nada a fazer. Apenas, tenho a sua ficha, hoje, aplicada num candeeiro de pé, que está na minha sala, em minha casa. Recordo com saudade, menino e moço, durante vários anos, se ouvia ( uma imagem de marca ), todos aqueles que já mencionastes, e ainda mais um programa, ( hoje, não sei, se ainda existe…) que “prendia” todos dentro de casa, à hora do almoço, perto das 13,30 horas, aos Domingos, a “ Voz dos Ridículos “ no Porto, programa de grande amplitude, que apesar de se estar em pleno fascismo, os seus trocadilhos emitidos, 90%, eram de uma forma “diplomática”, a darem porrada, em tudo que prejudicava os Portugueses, com relatos de acontecimentos imaginados, como tudo fosse verdade, ou seja, comparados, fantástico. A seguir, eram os relatos de futebol, hóquem em patins Internacionais, dos quais, Portugal, saía quase sempre vencedor, constituído por diversos jogadores da Metrópole e das antigas “Colónias”, enfim, um mundo maravilhoso, recordando alguns, Moreira, Vaz Guedes, Adrião, Velasques e Bouçós, uma das equipas mais famosas e deu muitas alegrias, entre muitas…
ResponderEliminarVale a pena recordar, a rádio, o único meio da altura, que deu muitas alegrias, e hoje, provoca saudade, mas a evolução dos tempos, é assim…
Um abraço.
W
Uma feliz visita ao passado,com gratas recordações.Evocas bons momentos.É gratificante, o sentimento que ainda guardamos.
ResponderEliminarA rádio faz-me mais companhia que a televisão.
Abraço
Anali
Video killed the radio star?
ResponderEliminarSalvo erro era este o tema dos Buggles nos já saudosos também anos 80. Caro amigo Severino tudo aquilo que escreveste eu concordo e não conseguiria dizê-lo melhor, também eu apesar de um bocadinho mais novo que tu (56)recordo-me perfeitamente dos programas que referes e comovidamente me lembro ao Sábado quando ia a casa dos meus avós maternos ver o meu avô a petiscar um bacalhauzito desfiado (era o lanche dele) e o rádio se não me falha a memória, um Siera. Lembram-se? Pois eu até ainda me lembro da publicidade a esta marca: Silêncio, está um Siera a tocar. Os tempos são outros é certo mas o rádio continua e oxalá continue sempre a ser uma companhia. Estamos todos a ficar mais nostálgicos? Ainda bem é porque temos, passado, registos, memórias. E para terminar aqui vai esta: Um, dois, três, um, dois, três, quatro, cinco minutos jazz.
Um abração.
Almeidinha
Tal como o cinema não matou o teatro, o vídeo não matou o cinema, também a rádio continua bem viva.
ResponderEliminarSIERA, claro que me lembro perfeitamente e até da campanha de publicidade que referes.
Tal como os outros amigos que já tinham comentado estas memórias, elas fazem parte das nossas vidas e são fundamentais porque um povo, uma família, uma empresa que não tem memória não tem futuro.
Dizia ontem Rui Zink, na Antena Um; "Da Rádio não tenho memórias, já que só a partir dos meus 15 anos de idade a passei a ouvir; é que até ao 15 anos ouvia telefonia e dessa sim tenho muits e boas memórias...."
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