No post anterior falei da situação curiosa em que me cruzei em Lisboa, na Estação do Rossio, com o pintor da noite, o misterioso Arnaldo Ferreira, quando este levava na mão (ao alto) o busto com o rosto de um português notável e perguntava (cara a cara) aos transeuntes, num tom que amedrontava, se sabiam quem era a personagem...
Era o Alexandre Herculano, um escritor que, penso eu, a sua figura e imagem será muito mais conhecida do que a sua obra.
Pois desde essa altura que fiquei com a imagem (e o semblante pesado) deste notável português, bem presente. Contudo, confesso que até hoje nunca ousei ler um livro dele pois, ao relembrar o seu semblante sério, fiquei, não sei porquê, com a sensação de que será um escritor de leitura pesada e difícil.
"Estamos pobres, somos ignorantes, vivemos na corrupção e no aviltamento"-escreve Alexandre Herculano, em 1851, em editorial no jornal "O País".
Participa na redacção do 1º. Código Civil Português (1860-1865), propondo o casamento civil como alternativa ao casamento religioso, o que provoca acessa polémica com o Clero.
Poeta, romancista, historiador, bibliotecário, ensaísta e polemista, Herculano é, sem dúvida, a par de Garrett, a grande figura fundadora do Romantismo em Portugal, e uma grande figura nacional.
Alexandre Herculano - 1810 - 1877 |
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