quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

"NA FLORESTA" - EDNA O'BRIEN - LEITURAS 2020 - I

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Há quanto tempo não lia um livro que me entusiasmasse tanto?

Um livro para o qual partimos sem qualquer expectativa e de repente estamos totalmente embrenhados em cada página sentindo a satisfação do que é o prazer da leitura — há quanto tempo?
  
Este é realmente um livro daqueles em que estamos sempre ansiosos de passar à página seguinte para saber o que se vai passar —e isto aconteceu-me precisamente com o primeiro livro que li em 2020—.

"NA FLORESTA" , da irlandesa Edna O´Brien, nascida em 1930, foi-me recomendado por um amigo que, no que respeita a livros, tem mais ou menos os mesmos gostos do que eu e mais uma vez tal se confirmou. 

Baseado num caso real que chocou a Irlanda dos anos 90.

"Na Floresta" conta-nos a história do regresso de Mick O´Kane a casa. Órfão violento e perturbado, tratado desde criança por todos como um bicho-papão, ninguém na pequena comunidade onde cresceu consegue lidar com ele. Até que uma jovem mãe e o seu filho de quatro anos desaparecem na floresta.

"Na Floresta" arrasta o leitor para o interior da mente psicótica de um assassino, compondo um retrato chocante e compassivo da solidão, do desespero da carência e da violência.

É um excelente livro de uma magnífica escritora, que não conhecia.

Li-o de um fôlego! 
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Edna O´Brien- Irlanda  1930


0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

LEITURAS 2019 - BALANÇO

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2019 não foi um ano de muitas leituras, foram vinte e seis livros lidos, uns cinco ou seis de que realmente gostei bastante, mas não "apanhei" nenhum daqueles a que poderei referir como obra-prima. 

Algumas desilusões, nomeadamente num livro que tinha comprado já há uns anos e sobre o qual depositava grandes expectativas "Homem Invisível" de Ralph Ellison. 

Philippe Claudel continua a não me desiludir, li mais um belíssimo livro dele ("O Relatório de Brodeck"), e também gostei imenso das longas viagens de João Céu e Silva com os escritores José Saramago, António Lobo Antunes e Miguel Torga. 
Outro excelente livro que li em 2019 foi "Morte dum Caixeiro Viajante".  

Eis, começando pelos que mais gostei, os livros que li em 2019, com a respectiva pontuação de 1 a 7:



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  1. "O Relatório de Brodeck"  -  Philippe Claudel   -  4
  2. "Um longa viagem com António Lobo Antunes"  -  João Céu e Silva  -  4
  3. "Morte dum Caixeiro Viajante" - Arthur Miller  -  4
  4. "Uma longa viagem com José Saramago"  -  João Céu e Silva  -  4
  5. "Em tudo havia beleza"  -  Manuel Vilas  -  4
  6. "O Fantasma sai de cena" -  Philip Roth  -  4
  7. "Nunca dancei num coreto"  -  Maria Filomena Mónica  - 3,5
  8. "Sul profundo"  -  Paul Theroux  -  3,5
  9. "O diário secreto de Hendrik Groen aos 83 anos e 1/4"   -  3,5
  10. "Quando os tontos mandam"  -  Javier Cercas   -  3,5
  11. "Manual de Pintura e Caligrafia"  -  José Saramago   -  3,5
  12. "Nos mares do fim do mundo"  -  Bernardo Santareno   -  3.5
  13. "Uma longa viagem com Miguel Torga"  -  João Céu e Silva  -  3,5
  14. "Soldados de Salamina"   - Javier Cercas    -   3,5
  15. "Lá fora" -  Pedro Mexia  -   3,5
  16. "Manobras de Guerrilha-Pugilistas, Pokemons & Génios- Bruno Vieira Amaral - 3
  17. "Judas, o obscuro"  -  Thomas Hardy  -  3
  18. "Os vícios dos escritores"  -  André Canhoto Costa   -   3
  19. Diário - Vols. IX e X"  -  Miguel Torga   -  3
  20. "Os cães ladram"  -  Truman Capote   -   3
  21. "Contos"  -  Vergílio Ferreira  -  3
  22. "Contos Argentinos"   -  vários autores  -   2
  23. "Porto-Sudão"  -   Olivier Rolin  -  2
  24. "Homem Invisível"  -  Ralph Ellison   -   2
  25. Viagem Marítima com Dom Quixote"   -   Thomas Mann   -   2
  26. "No bosque do espelho"   -  Alberto Manguel  -  2 



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sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

"O FANTASMA SAI DE CENA" - PHILIP ROTH - LEITURAS 2019 XXVI

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Este foi o último livro que li em 2019 (o vigésimo quinto). Aliás, é uma releitura pois já o havia lido em 2010, mas já não me lembrava de nada.  

Philip Roth é um dos meus escritores favoritos e este é mais um bom livro, mas "A Pastoral Americana" foi o que mais gostei.

"O Fantasma sai de cena" é um excelente retrato sobre a velhice, sobre a solidão. Nathan Zuckerman, o personagem habitual dos seus livros, vive sozinho na sua montanha da Nova Inglaterra, sem vozes, sem jornais nem televisão, sem ameaças terroristas, sem mulheres, sem notícias, sem outras ocupações que não fossem trabalhar (é escritor) e enfrentar a velhice. 

Nathan decidiu voltar a Nova Iorque, a cidade que abandonara há onze anos. Percorrendo as ruas como uma alma penada, depressa estabelece relações que fazem explodir a sua solidão tão cuidadosamente protegida. Uma é com um jovem casal com quem combina permutar a sua casa na montanha com o apartamento destes em Nova Iorque. 

É, como se pode ler na contracapa, mais um testemunho do que têm de incomparável o estilo e os temas de Roth e um salto surpreendente para uma nova fase na insaciável entrega deste grande escritor à ficção. 

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Philip Roth  -  EUA  1933-2018

Li e retive:    
  -...senti-me por momentos como Rip Van Winkel (o nome de um conto, publicado em 1819, sobre uma personagem homónima escrito por Washington Irving, personagem que, quando ao cabo de vinte anos a dormir, desceu das montanhas e voltou para a sua aldeia convencido de que só tinha passado uma noite fora. Só quando inesperadamente sentiu na mão a barba comprida e grisalha que lhe crescia do queixo percebeu que tinha passado muito tempo e ficou a saber que já não era um súbdito colonial da Coroa Inglesa mas sim um cidadão dos recém-fundados Estados Unidos) 


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domingo, 5 de janeiro de 2020

"LÁ FORA" - PEDRO MEXIA - LEITURAS 2019 - XXV

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Tudo o que me venha à mão e seja escrito por Pedro Mexia eu leio!

Gostava de escrever assim tão bem e tão simples!

Este livro de crónicas de Pedro Mexia foram, na sua maioria, publicadas no jornal Expresso entre 2011 e 2017.

Tal como se pode ler na contracapa "Lá fora" não é um livro sobre viagens demoradas a lugares exóticos, passeios venturosos a altas montanhas ou selvas escuras, ou grandes temporadas em metrópoles sofisticadas; aqui, mais do que lugares físicos onde tenha estado, Pedro Mexia escreve sobre lugares mentais. Há os teatros e as livrarias de Londres, mas também "Paris, Texas" de Wim Wenders. Há a Lisboa das Avenidas Novas e do Chiado, mas também as viagens de liteira de Camilo Castelo Branco. Há os Verões da infância na Figueira da Foz, mas também a ilha grega de Leonard Cohen. Deambulando por geografias de espécie diferente, Mexia descreve lugares por onde passou e que, de alguma forma, não esqueceu.

Pedro Mexia é realmente um talentoso cronista com olhar certeiro e prosa afiada, que leio sempre com muito interesse. É sóbrio, é contido e tem talento!


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Pedro Mexia  - Lisboa  1972
   
Li e anotei;

-KIPÁ (QUIPÁ)  -  é o chapéu, boina, touca ou outra peça de vestuário utilizada
pelos judeus tanto como símbolo da religião como símbolo de temor a Deus. 


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