Os Holandeses sempre foram um povo que me despertou alguma atenção e curiosidade e terá sido certamente esse o motivo que, na altura (já lá vão uns anos), me empurrou para a leitura do livro "COM OS HOLANDESES" através do qual descobri um grande escritor português, que era para mim, até à altura, um completo desconhecido.
Depois de ter lido aquele excelente livro é sempre com alguma expectativa que começo a ler outro do autor. "ERNESTINA" foi o que acabei agora de ler, e mais uma vez não me desiludiu; é como que uma viagem à nossa infância, aos primeiros tempos da nossa vida, tempos que à medida que os anos vão passando mais vamos recordando com saudade, e talvez até com alguma amargura, sentindo os cheiros, vendo a escola, os amigos, as ruas, as pessoas, os largos, os muros, as árvores, enfim, toda aquela nuvem que nos invade quando ("sonhando") recuamos no tempo.
ERNESTINA é mais do que um romance autobiográfico ou um volume de memórias de família ficcionadas. É um retrato de Trás-os-Montes, dos anos 1930 aos anos 1950, um romance que transcende o relato regionalista e que transpôs fronteiras, transformando-se num fenómeno editorial na Holanda (J.Rentes de Carvalho vive há quase ou mais de meio século na Holanda, actualmente entre cá e lá).
Ernestina é também o nome da mãe do autor e da intrépida protagonista deste livro. Sobre ela J. Rentes de Carvalho disse (como a maioria de nós poderíamos também dizer das nossas mães): "Mãe de um só filho, a sua vida, que foi de uma tristeza, amargura e terrível solidão, dava um livro. Escrevi-lho eu. E a sua morte quebra o último elo carnal que me ligava à terra onde nasci. Felizmente são ainda muito fortes os laços que a ela me prendem".
Gostei
José Rentes de Carvalho - Vila Nova de Gaia 1930 |
Gosto tanto tanto deste escritor.
ResponderEliminarTerminei há dias o "Tempo contado". Dos livros publicados em Portugal só me restam 3 para ler.
E que excelente narrador!
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