quinta-feira, 10 de abril de 2014

NADA A TEMER

Eu que tanto gostei dos primeiros livros que li do JULIAN BARNES ("Mesa Limão", "O Papagaio de Flaubert" e, sobretudo, "Arthur & George"), tenho vindo a sofrer alguma desilusão com os últimos que li nomeadamente com os dois últimos ("O sentido do fim") e mais recentemente com este, "NADA A TEMER", que acabo de ler.


Apesar de ser apelativo o que se lê na capa (Quando se tem medo da morte, há um romance que se deve ler: este), "NADA A TEMER" é um livro que se arrasta sem ritmo, sem uma história que nos agarre, e só para lá do meio do livro ganha algum interesse.

Não sei se será um romance se será um ensaio sobre a morte (tema que se pretende abordar, -sem êxito-), parece-me mais um livro de memórias, já que aborda com alguma profundidade as mortes do pai e da mãe; li-o até ao fim, mas numa escala de 0 a 10 - dou-lhe um dois.

No entanto, como aprendo sempre qualquer coisa com qualquer livro que leio, retive algumas curiosas passagens (algumas de franzir o sobrolho):

-o camponês é a única espécie de ser humano que não gosta do campo e nunca olha para ele-

-se me intitulei ateu aos cinquenta e aos sessenta, não é porque tenha entretanto adquirido mais saber: apenas mais consciência da ignorância-

-no mundo não existiriam homens maus se não existissem más mulheres-

-comparo a vida humana a um pássaro que sai da escuridão, entra numa sala de banquete vivamente iluminada e sai de novo para a escuridão do outro lado- 

Sobre RAVEL (O bolero de Ravel) - na sua velhice já não sabia quem era, nem, quando ouvia as suas músicas, sabia que eram dele

LIMÃO - o símbolo chinês da morte

Julian Barnes - escritor inglês, nascido em 1946




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