"A METAMORFOSE" convida o leitor a acompanhar os sentimentos de Gregor Samsa, caixeiro viajante, surpreendido ao acordar com o corpo na forma de um insecto e se vê confrontado com tudo o que esta mudança lhe vai mostrar relativamente ao ser humano e fundamentalmente ao seu seio familiar.
Gregor, já insecto, pensava e sentia como humano e a sua família demonstrava sentimentos de repulsa e desconforto com esta transformação pois os conflitos que gera no seio familiar possibilitam inúmeras reflexões do que são as relações humanas perante determinadas situações. Aqui são muito bem mostradas as transformações ocorridas em função de mudanças provocadas pela origem do dinheiro que promovia a manutenção da família, pela imposição moral e alienação intelectual, ausência de liberdade, sentimento de culpa, além de outros temas relacionados à humanidade.
Isolado no seu quarto, excluído pela empresa onde trabalhava e ignorado pela família, Gregor, sentiu, no corpo de um insecto, os reflexo das atitudes humanas e percebeu o incômodo da submissão social.
Vem a talhe de foice salientar que, também de Franz Kafka, "O Processo", que li há muitos anos, foi dos livros mais perturbantes que li e que melhor me mostraram o que, em determinadas situações, pode ser e fazer ao seu semelhante o ser humano.
É uma novela que não chega a ter cem páginas e que se lê num ápice.
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