segunda-feira, 7 de março de 2011

POR ONDE ANDEI EM 2010 - VII

"Balanceando" ainda 2010, através dos livros que li, e depois de o psicoterapeuta norte-americano Irvin D. Yalom me ter deitado no divã e me ter contado alguns enredos tenebrosos, divertidos e imprevisíveis, o alemão HERMAN HESSE apresenta-me o poeta popular KNULP, um vagabundo em eterno movimento, e conta-me as suas deambulações pelo mundo até ao regresso à terra natal, fisicamente já bastante debilitado por muitos anos de vagabundagem. Contempla o passado e aquilo que poderia ter sido.

Tal como no nosso Alentejo, também na Finlândia o suicído é como que um desporto. É isso que compartilha comigo o finlandês ARTO PASSILINNA n UM APRAZÍVEL SUICÍDIO EM GRUPO e me apresenta Onni Rellonen, um pequeno empresário em crise que decide acabar com a vida. Mas eis que, quando, de pistola no bolso, se aproxima de um celeiro isolado, local ideal para uma morte tranquila, depara com uma estranha cena, e, no último momento, consegue salvar um outro candidato ao suicídio já com um nó corrediço apertando em volta do pescoço. É o coronel Kemppainen, um inconsolável viúvo que escolhera igualmente aquele luminoso solstício para pôr fim à vida. Acabam por encontrar o local ideal em Portugal, uma falésia junto à Fortaleza de Sagres.

Com o prémio Nobel de 1929, THOMAS MANN n O ELEITO, fico a par da refundição da lenda de São Gregório, o Édipo cristão, outrora fixada por Hartmann von Aue numa epopeia medieval. Nascido do incesto, recai no pecado como no vício, e após longa penitência chega a Papa.

E já vai o ano de 2010 para além do terceiro terço quando regresso aos princípios do séc. XX e me apresso a viajar para Ohio (EUA) mas disso vos darei conta na próxima etapa deste longo balanço. Isto se ainda não se aborreceram e tiverem pachorra para comigo viajarem no tempo e pelo mundo, conhecendo novas mentes, novas caras, novos caminhos, novas gentes.

3 comentários:

  1. É verdade o que apontas, apostaram e ganharam, ao destruírem a Nossa Riqueza no Alentejo, assim como em todos meios de Produção que Portugal Tinha, Bem Elogiados em Todo Mundo.
    E a Prova, é que ao Nível Mundial, sabem dizer Bem, da Mão de Obra, que os Nossos Emigrantes, espalham, por Onde Passam.
    W

    ResponderEliminar
  2. Caro Amigo Severino,

    Dos livros que aqui indicas dois deles também os li: O eleito do "Thomas Man" um belíssimo livro de um consagrado escritor e uma belíssima descoberta "Um aprazível suicídio em grupo" do finlandês Arto Passilinna. Depois de ter lido "A lebre de Vatanen" e também "As dez mulheres do industrial Rauno Ramekorpi" fiquei rendido a este escritor que antes de o ser foi lenhador,operário agrícola, jornalista e poeta.

    A literatura nórdica tem-me revelado autênticas pérolas: o sueco Lars Gustafsson, Selma Lagerloff, o islandês Halldor Laxness e este finlandês que utiliza uma linguagem tão simples mas arrebatadora e quando assim é acontecem momentos de magia para nós e todos aqueles que têm a paixão da leitura.

    É sempre um prazer conversar contigo sobre livros e não só, e por isso desejo-te que este ano que está a decorrer seja literáriamente muito proveitoso para ti para todos nós lermos os teus comentários e apreciações.

    Um abraço.

    Almeidinha

    ResponderEliminar
  3. Tal como o Almeidinha diz O ELEITO é mesmo um grande livro.

    Do Islandês H Laxness (parece nome de papel higiénico) tenho alguma expectatuva relativamente a GENTE INDEPENDENTE, que comprei este ano na feira do livro mas que ainda não li.

    ResponderEliminar