terça-feira, 13 de abril de 2021

"JAN KARSKI" - YANNICK HAENEL - LEITURAS 2021 - III

 Jan Karski - Livro - WOOK

Este é um livro sobre um livro que Jan Karski, um membro da Resistência, escreveu sobre a sua história quando lutou pela sobrevivência dos judeus na Europa, durante a Shoah (holocausto; em hebraico a palavra Shoah significa aniquilamento); "JAN KARSKI-O meu testemunho perante o mundo" é o livro em que Yannick Haenel se baseia e que foi publicado pela primeira vez nos EUA em 1944. 

A Polónia foi devastada pelos nazis e pelos soviéticos. Jan Karski é um mensageiro da Resistência polaca junto do governo no exílio, em Londres. Além dos documentos e relatórios que deveria entregar ao seu governo no exílio e aos aliados, conseguiu ainda entregar ao Presidente Roosevelt documentos relatando o que vira no Gueto de Varsóvia e no campo de concentração de Izbica Lubelska.

Neste pequeno livro de 160 páginas Yannick Haenel conta-nos então a vida desse aventureiro que foi também um Justo!

Yannick Haenel - Rennes - França - 1967


Retive e sublinhei:

-pág. 109 - a melhor maneira de calar alguém é deixá-lo falar


3 - razoável

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima


quinta-feira, 8 de abril de 2021

"A FÉ DE UM ESCRITOR" - JOYCE CAROL OATES - LEITURAS 2021 - II


img.wook.pt/images/a-fe-de-um-escritor-joyce-ca... 














Joyce Carol Oates é uma das minhas escritoras favoritas e é a pessoa ideal para responder a questões essenciais sobre a técnica da escrita, nomeadamente: como tornar um enredo envolvente, como fazer um romance ganhar vida, ou como transformar um escritor não só num criador mas também num técnico.

Em "A FÉ DE UM ESCRITOR" a autora de um dos grandes livros que li até hoje (A filha do Coveiro) explica-nos, de uma forma notável, como a linguagem, as ideias e a experiência se unem para criar arte.

Tudo pode ser aprendido e Oates ensina-nos o caminho para a técnica narrativa, focando tópicos tão essenciais como a inspiração, a memória, a criatividade, a autocrítica e o que ela denomina de "o poder único do inconsciente".

Em notas mais pessoais, Joyce Carol Oates analisa a importância e a utilidade da leitura na vida de um escritor e presta homenagem aos que chama "os predecessores importantes".

 Oates também destaca as inspirações da infância e dá preciosos conselhos a todos os jovens que querem ser escritores.

Obviamente que este não será um grande livro será simplesmente um interessante ensaio sobre a escrita e confesso que gostei sobretudo da abordagem que faz à escrita de vários escritores.

De qualquer modo, Joyce Carol Oates nunca me desiludiu!

Twenty Questions with Joyce Carol Oates - Twenty Questions - TLS

                                      Joyce Carol Oates  -  EUA  - Nova Iorque  1938

Retive e sublinhei:

-pág. 62 - Nada se torna mais fácil com a passagem do tempo, nem mesmo a passagem do tempo

-pág.63 - William Faulkner. que se considerava a si próprio um poeta falhado



3 - razoável

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima


sexta-feira, 12 de março de 2021

"SERVIDÃO E GRANDEZA DOS FRANCESES" - LOUIS ARAGON - LEITURAS 2021 - I

 bibliographias: Louis Aragon ― Servidão e Grandeza dos Franceses

Este foi o primeiro livro que li neste negro ano de 2021.

Curiosamente, neste tempo de pandemia, tenho lido muito menos, ao contrário do que seria suposto.

Louis Aragon é um autor comprometido com o homem. Ele foi também um dos maiores escritores franceses.

Neste livro (246 páginas), conta-nos Aragon algumas histórias do período da ocupação Nazi, durante a II Guerra Mundial. Fez parte activa da Resistência. 

Nestas histórias, o autor põe o leitor perante conflitos dos quais ressalta a eterna dualidade entre a liberdade e a opressão, entre a paz e a guerra, entre a justiça e a prepotência, entre a vida e a morte.  

Não digo que este livro me tenha decepcionado mas confesso que não atingiu o grau de satisfação que eu esperava já que parti para a sua leitura com as expectativas muito em alta. Efectivamente o tema "ocupação da França pelos Alemães, na II Guerra Mundial" elevava as tais expectativas a um patamar alto e era sinónimo de uma ávida leitura, o que, sinceramente, raramente aconteceu. 

                                                Louis Aragon  -  Paris  1897-1982



 3 - razoável

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

domingo, 7 de março de 2021

BALANÇO DAS LEITURAS DE 2020

 

Biblioteca · Casa Fernando Pessoa


Li em 2020 26 livros, curiosamente os mesmos que havia lido em 2019.

Algumas desilusões, algumas boas surpresas e apenas um livro de que gostei muito ("NA FLORESTA" - Edna O´Brien), e por isso lhe dei, na minha escala de gostos, um 5-muito bom.

Dos 26 lidos, constam três releituras ("A louca da casa", "Não é fácil dizer bem" e "O Diário de Anne Frank").

Não gosto de deixar livros a meio mas isso aconteceu com dois, "VIAGENS" de Olga Tokarczuk, desisti à página 155 porque já não estava lendo o livro estava arrastando a leitura sem qualquer interesse, nunca entrei no livro. E ainda um livro de um autor de que gosto muito, Richard Ford, "Jornalista Desportivo", larguei-o à página 40 (o livro tem 433). Quando, deste autor, li o excelente "Canadá" fiquei logo com a intenção, como acontece quando gosto muito de um livro, de ler, mais cedo ou mais tarde, os seus outros livros, mas na altura não consegui "encaixar" neste Jornalista Desportivo, que, todavia, até poderá ser um bom livro mas na altura desisti confessando no entanto que, mais cedo ou mais tarde voltarei a este autor.

Deste modo foram estes os 26 livros que li em 2020, acrescento-lhe a pontuação que, terminada a sua leitura, lhes dei, e é por ordem dessa classificação que os enumero:

    1 - NA FLORESTA - Edna O´Brien - págs. 239 -  classificação: 5 

    2 - UMA ABELHA NA CHUVA - Carlos de Oliveira - 111 págs.   -   classificação: 4

    3 - O DIÁRIO DE ANNE FRANK  -  350 págs.  -    classificação: 4

    4 - A LOUCA DA CASA  -  Rosa Montero - 219 págs.   -   "         4

    5 - A FILHA DO CANIBAL  -  Rosa Montero - 327 págs.   -  "       4

    6 - O ÚLTIMO CADERNO DE LANZAROTE - José Saramago   - 268 págs.   -  3,5

    7 - DOIDA NÃO E NÃO   -   Manuela Gonzaga   -  401 págs.   -   3,5

    8 - O ESCAFANDRO E A BORBOLETA  -  Jean-Dominique Bauby  -  142 págs.   -   3,5

    9 - ALGUMAS DISTRAÇÕES  -  Francisco José Viegas  -  222 págs.   -   3,5

    10 - TEMPO DE CATANAS  -  Jean Hatzfeld  -   240 págs.   -   3,5

    11 - MARYA UMA VIDA  -  Joyce Carol Oates  -  330 págs.   -   3,5

    12 - COMO UM ROMANCE  -  Daniel Pennac  -  188 págs.   -  3,5

    13 -  DIÁRIOS DE MIGUEL TORGA VOLS. XI e XII  -   220 págs.   -   3,5

    14 - TERCEIRO LIVRO DE CRÓNICAS - António Lobo Antunes - 292 págs. - 3,5

    15 - AMOK  -  Stefan Zweig  -  201 págs.  -  3,5

    16 - MOVIMENTO PERPÉTUO  -  Ana Cristina Pereira  -  102 págs.  -   3,5

    17 - A SOLIDÃO DOS NÚMEROS PRIMOS  -  Paolo Giordano  -  265 págs.  -  3,5

    18 - DIÁRIOS DE MIGUEL TORGA  -  Vols. XIII e XIV   -   232 págs.   -   3,5

    19 - TUDO O QUE NÃO ESCREVI - Diário I -1991,1992 - Eduardo Prado  Coelho - 

             367 págs. - 3

    20 - OS CAVALOS TAMBÉM SE ABATEM  - Horace McCoy  -  165 págs.  -  3

    21 - APARIÇÃO - Vergílio Ferreira  -  273 págs.   -   3

    22 - LÉAH E OUTRAS HISTÓRIAS  -  José  Rodrigues Miguéis  -  284 págs.   -  3

    23 - O MAGO DE LUBLIM  -  Isaac Bashevis Singer  -  189 págs.   -   3

    24 - LIVRARIAS  -  Jorge Carrión   -  312 págs.   -   2

    25 - O GUARDA DO POMAR  -  Cormac McCarthy  -  283 págs.  -  2

    26 -  NÃO É FÁCIL DIZER BEM   -  João Pedro George  -  255 págs.  -  2

    


0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

    

quinta-feira, 4 de março de 2021

"O MAGO DE LUBLIM" - ISAAC BASHEVIS SINGER - LEITURAS 2020 - XXVI


 

Arquivo: O Mago de Lublim - Isaac Singer Sintra (Santa Maria E São Miguel,  São Martinho E São Pedro De Penaferrim) • OLX Portugal

Da colecção "Prémio Nobel" vendida com o jornal "Diário de Notícias", em 2003, este foi o último livro que li em 2020. O seu autor, Isaac Bashevis Singer, foi Prémio Nobel da Literatura em 1978, nasceu na Polónia em 1902 e morreu nos EUA, em 1991.

A história deste livro de 189 páginas, passa-se no final do século IXX na Polónia governada pela Rússia. A personagem principal Yasha Mazur é um mágico de Lublim, que viaja pela Polónia para se apresentar perante o público. Ele é judeu, mas não muito devoto, e casado com Esther, tendo, no entanto, outros casos com outras mulheres, nomeadamente uma jovem judia Zeftel e com uma viúva católica, de classe média em Varsóvia, chamada Emília.

Esta sua vida de constante pecador, acabou por "abanar" quando uma sua outra amante, Magda comete suicídio.

Tudo isto o leva a voltar a Lublim a sua esposa e acaba por se isolar completamente num pequeno prédio sem portas e sem janelas e com apenas uma abertura para comida, abraçando novamente a sua fé judaica, embora sua esposa e rabino tentassem convencê-lo a não se deixar bloquear.

Torna-se famoso como um homem santo e começa a receber muitos visitantes.

O livro termina com ele recebendo uma carta d Emília, que lhe fala da sua ansiedade pelo seu desaparecimento três anos antes.

Leitura muito agradável e que nos faz pensar no percurso de um homem que talvez demasiado tarde reconhecesse que muito perdeu ao ignorar a sua família e indo sempre em frente sem pensar nas pessoas que tinha deixado para trás.  

                                                     Isaac Bashevis Singer - 1902 - 1991 


sublinhei e retive:

(pg. 100) - A honestidade não é a vida mais fácil

(pg.130) - Não deponhas as armas uma hora antes da vitória


3 - razoável

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

segunda-feira, 1 de março de 2021

"A SOLIDÃO DOS NÚMEROS PRIMOS" - PAOLO GIORDANO - LEITURAS 2020 - XXV

Arquivo: A solidão dos números primos - Paolo Giordano Santo António dos  Olivais • OLX Portugal


Há  mais de dez anos que comprei este livro num alfarrabista e é daqueles que ando de dia para dia para o ler mas vai ficando, ficando...só agora (Dez 2020) surgindo a oportunidade.

Os números primos (números inteiros) são aqueles que apenas são divisíveis por ele e pela unidade; Ex.: nº. 5 apenas por 5 e por 1; o 6, por exemplo, já é um número composto pois já tem mais do que dois divisores (tem quatro - 1, 2, 3, 6).  São, por isso (os números primos), números solitários e suspeitos. Mattia e Alice, dois misteriosos personagens deste livro, são assim. Dois seres perdidos, próximos, mas não o suficiente para se encontrarem totalmente.

A complexidade de certas personagens deste livro, como Alice e Mattia e a sua irmã Michella, com o seu quê de misterioso tornam-no de leitura que, em determinadas alturas, quase chega a entusiasmar. O pai de Alice obriga-a a frequentar aulas de esqui, para provar que é forte e competitiva. Ela odeia esquiar. A manhã está coberta de nevoeiro, não lhe apetece ir, ainda sente o peso do leite matinal no estômago. 

No teleférico, descuida-se e faz chichi. Humilhada, tenta esquiar rapidamente colina abaixo, mas sai da pista e parte uma perna. Deixa-se ficar, imóvel na neve, a pensar que vai morrer. Não morre, ma fica coxa para o resto da vida.

Mattia é um rapaz muito inteligente que tem uma irmã deficiente mental, Michella, cuja presença constante afasta potenciais amigos. Quando um colega os convinda para uma festa, Mattia deixa a irmã num banco do jardim, dizendo-lhe que espere ali por ele. Mas quando regressa não a encontra. Michella desapareceu para sempre. 

Livro interessante que li com relativo agrado, não decepcionou mas nunca chegou a entusiasmar-me.  

                                                  Paolo Giordano  -   Turim - Itália - 1982



3,5 - interessante

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima
  

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

"MOVIMENTO PERPÉTUO" - ANA CRISTINA PEREIRA - LEITURAS 2020 XXIV




Muito interessante este pequeno livro inserido na colecção "Retratos" que a Fundação Francisco Manuel dos Santos vem publicando e que li ainda em 2020 mas de que só agora tenho a oportunidade de falar, aliás, como ainda me falta falar de mais dois livros que também ainda li no ano que passou (li 26).

O que muitos dos emigrantes sofrem.

O ser humano é, muitas vezes, mau e perverso para os outros e neste livro isso pode comprovar-se nalguns "retratos" aqui muito bem expostos.

Há, por exemplo, um padeiro desterrado em Timor no início da ditadura militar. E dois filhos apanhados ainda pequenos pela II Grande Guerra, resgatados por australianos e recolhidos pela Casa Pia de Lisboa.

Há um serrador que cumpriu a ordem parra combater em Moçambique. E um operário que desertou e fugiu para França. 

Há mulheres que estavam na fronteira luso-espanhola a passar gente sem papéis. E mulheres que foram ter com os maridos a Moçambique e tiveram de fugir. Há um comercial que se livrou disso tudo, mas foi surpreendido pela crise, com a casa por pagar, e arriscou a sorte em Inglaterra. 

E há uma encruzilhada de outras vidas que as circunstâncias empurram para dentro ou para fora do país. São ecos dos últimos anos de migrações portuguesas.

Este pequeno livro de 102 páginas, cuja autora Ana Cristina Pereira é repórter do Público,  ajuda-nos talvez a entender melhor o sofrimento dessa gente migrante à procura de uma melhor vida noutras terras. 

 

                                                                             Ana Cristina Pereira a autora 

Retive e anotei:

pág. 49 - Entre 1960 e 1974, um milhão e meio de portugueses, um sexto da população residente, saíu de Portugal. O movimento de saídas chegou a ultrapassar os cem mil anuais.


3,5 - interessante

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

"NÃO É FÁCIL DIZER BEM" - JOÃO PEDRO GEORGE - LEITURAS 2020 - XXIII



Esta é ainda uma leitura de 2020, aliás, uma releitura, pois já havia lido este livro em 2007, mas já não me lembrava de nada.

Relembro apenas que a primeira leitura não me entusiasmou e confesso que agora muito menos. E porque é que o voltei a ler? porque é um livro que fala de livros e de escritores, mas apenas algumas curiosidades que, contudo, não acrescentam muito aos livros que são analisados.

-O que aproxima António Lobo Antunes, José Eduardo Agualusa, Miguel Sousa Tavares, Manuel Alegre, António Mega Ferreira, Maria Filomena Mónica, José Rodrigues dos Santos? Estes e outros autores são analisados, sob um olhar atento e perscrutador do "crítico bulldozer" João Pedro George.

Por exemplo sobre Inês Pedrosa;

-"uma feminista assumida para quem "toda a História da civilização fora construída sobre o objectivo sistemático da exclusão das mulheres""

sobre livros:

-90 em 100 livros são eliminados/esquecidos ao fim de um ano e 99 em 100 ao fim de 20 anos. Vejamos o século XIX português. Quais é que são os escritores verdadeiramente lembrados pela maioria das pessoas? Eça de Queirós e, bem menos, o Camilo. Talvez um Herculano e um Garrett, não mais. Ora, em 100 anos a nossa sociedade reteve na melhor das hipóteses, 4 escritores.

Não direi que fossem muitas as expectativas mas, pelo tema abordado, seriam algumas; mas elas (as expectativas) foram-se diluindo ao longo do livro....... 
Todavia, é minha intenção ler mais livros deste corajoso crítico.

João Pedro George - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

   João Pedro George n. Moçambique 1972


2 - li, mas não me cativou

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima


segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

"AMOK" - STEFAN ZWEIG - LEITURAS 2020 - XXII

 


Um livro, talvez um pouco datado, de um grande escritor (lido ainda em 2020).

Este livro, para além de "AMOK" contém ainda dois contos: "Carta de uma desconhecida" e "A colecção invisível", talvez por isso também "AMOK" possa ser qualificado como um conto.

"AMOK" mostra-nos uma análise profunda e densa de um drama psicológico de pessoas e de classes sociais elevadas onde a imagem pública e a honra sobrepõe-se muitas vezes às questões de moral e ética privadas.  

Stefan Zweig foi o mais popular escritor de língua alemã da primeira metade do século XX, nascido em Viena em 1881, no seio de uma família de riquíssimos industriais judeus. A sua fortuna permitiu-lhe fazer aquilo de que mais gostava — escrever e viajar—.

O deflagrar da I Guerra Mundial impediu que saboreasse plenamente a glória precoce como escritor e mais tarde, a II Guerra obrigou-o a emigrar para o Brasil, a que chamou País do Futuro. Ali pôs termo à sua vida aos 60 anos, juntamente com a sua mulher.

Curiosamente esta novela popularizou no Ocidente a palavra "amok" —quantas vezes não ouvimos esta frase: deu-lhe o amok (deu-lha a fúria)— 

É, como acima refiro, um livro datado, mas que se lê com interesse. Stefan Zweig é efectivamente um excelente escritor!

 


                                                            Stefan Zweig - Viena Áustria - 1881-1942


3,5 - interessante

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

"A LOUCA DA CASA" - ROSA MONTERO - LEITURAS 2020 - XXI

 


Continuo ainda a falar dos livros que li em 2020.

Esta foi a terceira vez que li este excelente livro, pois trata de um tema que muito me agrada — é um livro que fala de livros — 

E assim descobrimos, por exemplo, que: 

-Goethe adulava poderosos 

-Tolstói era um energúmeno 

-Rosa Montero, ela própria, em criança, se julgava anã, e que, com vinte e três anos, manteve um extravagante e arrebatador romance com um actor famoso

-a grande, comovedora e trágica Carson McCullers, escreveu nos seus diários: "a minha vida seguiu a pauta que sempre seguiu: trabalho e amor" 

-Vladimir Nabokov perdeu tudo com a Revolução Russa: o seu país, o seu dinheiro, o seu mundo a sua língua, até mesmo o seu pai, que foi assassinado

-Faulkner dizia que um romance "é a vida secreta de um escritor, o obscuro irmão gémeo de um homem"

E muitas outras interessantíssimas histórias sobre escritores, nomeadamente sobre Mark Twain, Philip K. Dick, Martin Amis e muitos outros. 

Por tudo isto, este é um livro a que volto com muita frequência, até porque me dá pistas curiosas sobre escritores que, por consequência, tenciono ler numa próxima oportunidade. Posso até dizer que, para mim, é um livro de consulta. 

   

                                                      Rosa Montero - Madrid 1951                                


 retive e anotei;

-pg.23- Em jovem a morte é sempre a morte dos outros

-pg.47- Não se pode ser puro sendo humano 

-pg.80- O feminino continua a ser a cara sombria da lua

-pg.161- Um mundo sem livros é um mundo sem atmosfera, como Marte


4 - bom

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

"A FILHA DO CANIBAL" - ROSA MONTERO - LEITURAS 2020 - XX

 



Aquele dia modificou a vida de Lúcia Romero, quando o seu marido desapareceu depois de ter entrado numa vulgar casa de banho para homens no Aeroporto de Barajas.

Esta é a história do sequestro do marido Ramón, o homem aparentemente pacato com quem vive há dez anos, mais pela força do hábito do que por amor. 

Lúcia é uma mulher de quarenta anos, a quem a vida já magoou, mas que nem por isso perdeu o implacável sentido de humor —  à boa maneira do detective do policial negro. 

Mas este romance transcende exuberantemente os cânones do policial clássico, o percurso da heroína e antes uma deriva que a conduz à descoberta de verdades insuspeitadas. Adrián, um jovem de vinte e um anos, e Félix, um anarquista octogenário, acompanham-na no desvendar do mistério (o sequestro do seu marido). Todos três constituem um triângulo que confere substância a três idades da vida, encenando o drama em que se joga o obscuro sentido da passagem do tempo.

Um livro de Rosa Montero é sempre uma leitura fresca, estimulante e muito interessante. Ainda não li um livro de Rosa Montero que me tivesse desiludido. Gostei!


                                                   Rosa Montero - nasceu em Madrid em 1951   

anotei e retive:

(pg.65) -  "O homem que não teme as verdades nada deve temer das mentiras"  -  Thomas Jefferson

(pg.65) - "Uma mentira nunca tem tempo de envelhecer"  - Sofócles

(pg.93) - "O temor é a própria substância da vida"



4 - bom

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima


quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

"O GUARDA DO POMAR" - CORMAC McCARTHY - LEITURAS 2020 - IXX


"O guarda do pomar", hoje um clássico da literatura norte-americana, foi o primeiro romance de Cormac McCarthy.

A acção desenvolve-se numa remota comunidade rural do Tennessee, num período situado entre as duas guerras mundiais, tendo como protagonistas um rapaz, John Rattner e Marion Sylder, um contrabandista de bebidas, que, sem que qualquer um deles o saiba, havia morto o pai de John.

Deste excelente autor, com um estilo brilhante, já li outros livros e gostei especialmente de "Este país não é para velhos" e de "Suttree". Contudo, este "O guarda do pomar" foi o de que menos gostei, talvez porque tenha partido para a sua leitura com as expectativas em alta, como acontece sempre que início a leitura de um autor de quem gostei dos livros que dele li anteriormente.

                                                         Cormac McCarthy - EUA - 1933


2 - li, mas não me cativou

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

sábado, 26 de setembro de 2020

"LÉAH E OUTRAS HISTÓRIAS" - JOSÉ RODRIGUES MIGUÉIS - LEITURAS 2020 - XVIII

 


Esta foi uma releitura, já que o havia lido pela primeira vez em 1986 (na última página de cada livro que acabo de ler anoto a data de início e do fim bem como a opinião sobre o que acabei de ler, gostei, não gostei, etc...). 
Obviamente que já não me lembrava absolutamente de nenhum dos contos deste livro, editado em 1982. 

São dez contos interessantes, sem nenhuma ligação temática entre eles, escritos por um autor que conhecia perfeitamente a língua portuguesa, apesar de ter vivido a maior parte da sua vida no estrangeiro. Morou na Bélgica, no Brasil e nos Estados Unidos. 

O primeiro conto, "LÉAH", conta a história de um português que vai trabalhar para Bruxelas ficando hospedado numa pensão, onde se apaixona pela figura enigmática da camareira LÉAH.

Os outros contos são "Uma viagem na nossa terra", uma viagem com personagens que nos relatam um tempo de lembranças que já não existem, numa viagem entre o Porto e Lisboa e que retrata bem os dramas pessoais dos seus personagens (dois casais).

"Pouca sorte com barbeiros" - numa Lisboa que também já não existe. Naqueles tempos as barbearias ainda eram, quase como os cafés, um centro de convívio.

Em suma, um livro que nos ajuda a perceber que José Rodrigues Miguéis foi um grande escritor da língua portuguesa e que parece absolutamente esquecido, um escritor que, apesar de ter vivido quase sempre fora de Portugal é realmente um dos contistas mais relevantes da língua portuguesa.

    


José Rodrigues Miguéis

9-12-1901, Lisboa
27-10-1980, Nova York


José Rodrigues Miguéis nasceu em Lisboa em 1901 e morreu em Nova York-EUA. em 1980.
Em 1924 formou-se pela Faculdade de Direito de Lisboa. 
Advogou, foi professor do ensino secundário, presidente da Segunda Liga da Mocidade Republicana e co-diretor do jornal O Globo
Licenciou-se em Ciências Pedagógicas, na Universidade de Bruxelas, em 1933. 
Em 1935 mudou-se para os Estados Unidos, assumindo o cargo de redator-associado das Seleções do Reader's Digest e, posteriormente, o de professor universitário. Foi um dos jovens que integraram a revista Seara Nova (1922). Escreveu contos, novelas, romances e peças de teatro. Apesar de quase toda a sua produção ter sido escrita longe da pátria (o que explica a sua preferência pelos temas do exílio e da emigração), manteve o humor delicado, a simpatia humana e o lirismo tipicamente portugueses. Obras principais: Páscoa Feliz (1932, Prêmio Casa da Imprensa), Onde a Noite se Acaba (1946), Saudades para Dona Genciana (1956), Leah e Outras Histórias (1958, Prêmio Camilo Castelo Branco), A Escola do Paraíso (1960), O Passageiro do Expresso (1960, peça de teatro), Gente de Terceira Classe (1962), É Proibido Apontar (1964) e O Milagre Segundo Salomé (1975).


Sublinhei:

(pág.148)  -  "Eu conheço-me bem: indeciso por temperamento, sempre que formo uma resolução, tenho de passar logo do pensamento ao acto. A ansiedade da expectativa destrói-me! Não será por isso a indecisão a fonte dos meus impulsos de audácia?"



3,5 - interessante

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

MIGUEL TORGA - Diário Vol. XIII e XIV - LEITURAS 2020 - XVII



 Miguel Torga - Diário Vols. XIII e XIV - à venda - Livros, Lisboa ...


Miguel Torga completaria o 113º. aniversário do seu nascimento (hoje - 12.08.2020). 

Desde o princípio deste ano (2020), que se assinalam os 25 anos da sua morte.

Os diários de Miguel Torga foram publicados originalmente em edição do autor, em 16 volumes, entre 1941 e 1993.

Este diário que acabo de ler, inclui os volumes XIII e XIV, revela-nos o homem rude mas muito sensível e um escritor que nos maravilha (diz ele na página 226- Viram sempre em mim o que eu menos era-.) 

Neste livro, tal como nos diários anteriores são narrados factos interessantes não só do seu dia a dia mas também factos da vida social e política portuguesa de então, e não só...

Gosto de diários! Não sendo este o melhor do Torga (dos que já li) lê-se no entanto com muita curiosidade e, passe o eufemismo, principalmente porque é um livro que se vai lendo e não "obrigatoriamente" de seguida.

Curiosamente, neste tempo de pandemia Covid 19, eu que pensava que poderia ler mais foi precisamente  quando li menos.

Quando algo nos preocupa penso que o nosso sub-consciente revela inquietação e baixo nível de concentração, nomeadamente para a leitura.

Miguel Torga foi na realidade um grande escritor e foi mais um livro dele que esteve ao nível das minhas expectativas.  


Biografia de Miguel Torga - eBiografia


 

sublinhei:

-pág.215 -  Mas quem me lê, se ler bem, há-de ver que, desde os primeiros livros, só tenho tido um objectivo: ser mais fiel à minha verdade do que à minha imagem e dizer tudo sem nada explicar.  

-pág. 78 - Existir não é fácil. É preciso perder diariamente a memória das más horas e renovar diariamente a esperança das boas.  



3,5 - interessante

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

  

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

"TERCEIRO LIVRO DE CRÓNICAS" - ANTÓNIO LOBO ANTUNES - LEITURAS 2020 - XVI

Terceiro Livro de Crónicas - Livro - WOOK

Ler um romance de António Lobo Antunes requer da minha parte alguma coragem que ainda não consigo ter.

Eu que tanto gostei dos seus três primeiros livros ("Memória de Elefante", "Os Cus de Judas" e "Conhecimento do Inferno) não consegui passar para além da pág. 50 do "Fado Alexandrino". 

Estará António Lobo Antunes na galeria de Marcel Proust e de James Joyce, escritores conhecidos como dificílimos? Os anos o dirão; é que, apesar de tanto Proust como Joyce continuarem a ser escritores difíceis eles continuam na galeria dos grandes escritores.

Devo, contudo, confessar que as crónicas de António Lobo Antunes, tanto as publicadas em jornais e revistas como em livro, sempre as li com muito interesse, como foi o caso deste terceiro volume de crónicas, embora nunca atingindo a fase do entusiasmo, mas descubro sempre nalgumas das suas crónicas o homem solitário, um homem que nasceu para escrever!  
                                     
Novo livro de Lobo Antunes 'A Outra Margem do Mar' publicado em ...
                                                        António Lobo Antunes - Lisboa  1942


sublinhei:

-pág.40 -  Não consigo gostar de uma pessoa que não respeite e admire 

-pág. 177 - Scott Fitzgerald sustentava que não se pode fazer a biografia de um escritor porque ele é muitos 

-pág.193 - Depois percebo que não há nada mais chato para os outros do que um homem que não se chateia

-pág.267- Leonardo da Vinci apresentava-se dessa forma; Leonardo, iletrado



3,5 - interessante

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima


quarta-feira, 10 de junho de 2020

"APARIÇÃO" - VERGÍLIO FERREIRA - LEITURAS 2020 - XV


"Aparição" será porventura um dos livros mais conhecidos do grande filósofo e existencialista Vergílio Ferreira. Reli-o agora e como o tinha lido já há muitos anos esta foi como se fosse uma primeira leitura, mas, se agora me foi de leitura difícil calculo o que teria sido há uns anos atrás... 

E que retirei desta releitura? - confesso que o achei um livro pesado com ambientes pesados, personagens pesados, embora muito bem retratados para a época em que o enredo decorre, na década dos anos 50 do século passado, na então provinciana cidade de Évora. 

Realmente um livro com uma estrutura difícil, intensa, diria até desconcertante e, por consequência, de leitura nada fácil. 

Personagens e ambientes que se vêem perfeitamente que são de outra época e que fazem do livro, um livro não diria ultrapassado mas um livro de estrutura complexa, e até de difícil compreensão, embora não deixe de reconhecer que possa ser até considerada uma obra de grande interesse filosófico do grande existencialista Vergílio Ferreira. 

Pareceu-me que serão registos autobiográficos já que uma das personagens principais dá aulas em Évora, tal como aconteceu com o escritor.  

Vergílio Ferreira é, para mim, fundamentalmente um homem do "CONTA-CORRENTE"- a sua grande obra!

Dizia Vergílio Ferreira no seu Conta-Corrente II: "o que importa num Diário não é o que acontece mas a maneira como se faz acontecer".

Creio realmente que a sua grande obra são aqueles seus diários, 9 volumes em que nos dá a conhecer Portugal e os portugueses (e não só) entre 1980 e 1994. Esta sim é, para mim, a sua grande obra. 

Atrevo-me a dizer que todos os outros seus livros se irão, a pouco e pouco, esfumando com o decorrer dos anos, tal como tem acontecido com outros grandes escritores que já ninguém lê e que estão praticamente esquecidos.  

Este "APARIÇÃO" soube-me a um livro fora do seu tempo e da sua época (se isto se poderá dizer de qualquer livro), daí ter terminado a sua leitura "sem honra nem glória" (entre aspas, claro).  

Vergílio Ferreira costumava dizer que ler dá muito trabalho e este é um dos seus livros que dá efectivamente muito trabalho, pois, nas entrelinhas, haverá muita coisa que, acredito, ainda não consegui alcançar.



Aparição", de Vergílio Ferreira
Vergílio Ferreira  -   Melo (Gouveia)  - 1916-1996


sublinhei:

-pág.25-  A verdade de um curso não está no que aí se aprende mas no que disso sobeja 

-pág. 111 - Ser anti é correr ainda o risco de ser pró

-pág.215 - A surpresa só o é uma vez

-pág.271- Um tirano só é grande aos olhos do cobarde



3 - razoável

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima




domingo, 24 de maio de 2020

"OS CAVALOS TAMBÉM SE ABATEM" - HORACE McCOY - LEITURAS 2020 - XIV

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Este é um excelente retrato dos Estados Unidos da América nos terríveis anos 30 da Grande Depressão, em que uma imensa maioria da população carecia de uma vida digna sofrendo com o desemprego.

Toda a obra se desenrola no interior de um recinto onde decorre uma maratona de dança, em que ganha o último par a ficar em pé, e que acumula toda a sorte de miseráveis e desesperados que de uma forma verdadeiramente inumana testam ao extremo a sua resistência em troca de comida, roupas e do prémio mais desejado (1.500 dólares) que, certamente, seria na altura uma avultada quantia. 

Neste pequeno relato está contido todo o desespero e toda uma luta de competição entre desesperados que ainda procuram uma chance talvez, quem sabe, em Hollywood, dado que, durante a maratona lhes é anunciado (aos concorrentes) que estarão nas bancadas a assistir muita gente ligada à meca do cinema. nomeadamente alguns realizadores influentes na indústria.

O que me empurrou para a leitura desta pequena novela de 165 páginas (perdido nas prateleiras há mais de 20 anos) foi o já ter visto, há muitos anos na TV, o filme, creio que com uma excelente interpretação da Jane Fonda. 

Confesso que este é um daqueles livros em que gostei mais do filme já que, embora à distância, me pareça que o filme expressa melhor todo o sofrimento e todos os sentimentos daqueles desesperados. Neste sentido, o livro ficou aquém das minhas expectativas. 


   
Horace McCoy | Artista | Filmow
Horace McCoy  -   EUA   1897-1955

3 - razoável

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima