Já me tinha deliciado com os cinco volumes dos "Cadernos de Lanzarote" - este, embora no título não tenha a indicação de que seja o 6º. volume, creio que se insere na categoria dos referidos cinco e poder-se-à considerar como o sexto dos Cadernos de Lanzarote. Ao título ainda se acrescenta um chamamento "o diário do ano do Nobel", que é mais um apelativo para a sua leitura.
Gosto de diários e devo salientar que os referidos cinco volumes dos "Cadernos de Lanzarote" estão dentro daqueles belos livros, bela escrita do nosso Prémio Nobel.
E este "Último Caderno de Lanzarote" também tem o "selo" do grande escritor, integrando este relato diarístico elementos da agenda do escritor, artigos da revista Visão, cartas e discursos sobre a sua obra.
Os sublinhados são quase uma constante nos livros de Saramago, e este não escapa, por exemplo:
-"O tempo tem razões que os relógios desconhecem, para o tempo não existem o antes e o depois, para o tempo só existe o agora", ou
-a referência à matança de Acteal, ocorrida em 22 de Dezembro de 1977, e consistiu na chacina de 45 indígenas no estado mexicano de Chiapas (estado do sul do México, na fronteira da Guatemala, que não poupou crianças nem velhos nem mulheres)
-o urinol, que alguém considerou como uma obra de arte, a que Marcel Duchamp deu o nome de Fonte (dupla contradição: sendo, como é, receptáculo um urinol é precisamente o contrário de uma fonte).
E muitas, muitas outras referências a situações que desconhecia e que, repito, me deliciaram.
José Saramago - 1922-2010 |
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