716 páginas, 125 pequenos capítulos (como eu gosto) de não mais de duas páginas cada um, "PÁTRIA" é um excelente livro.
Com 25 edições e cerca de meio milhão de exemplares vendidos em pouco mais de um ano "PÁTRIA" arrebatou vários prémios literários em Espanha.
Folheando a Revista Ler desta Primavera de 2018 fico a saber que este é o terceiro livro que o autor dedica aos efeitos da violência etarra no País Basco. É um relato dos últimos 30 anos de violência e, curiosamente, cerca de 90% das mais de 800 vítimas mortais da ETA, foram assassinadas após o eclipse do franquismo, com o período mais mortífero a coincidir com os anos da transição democrática.
Num artigo da referida revista LER, dedicado a este excelente livro fico a saber que a 10 de Janeiro de 2011 a ETA anunciou um cessar fogo "permanente, geral e verificável", três palavras que nunca estiveram juntas em comunicados anteriores, Meses mais tarde, a 20 de Outubro, a organização decretou o cessar fogo definitivo. Cumprida a etapa de rendição de armamento em Abril de 2017, para o fim do terrorismo basco falta apenas à ETA anunciar a sua dissolução. Muito recentemente, a 21 de Fevereiro de 2018, foi tornado público que a organização submeteu à votação da sua militância uma "proposta política" que, embora não refira explicitamente a dissolução, fala num "final de ciclo cada vez mais evidente" e numa ETA que passará a ser "um agente que não interpela e não é interpelado". O passo final é esperado neste Verão de 2018.
Um grande romance em que o tema central será talvez o silêncio, conivente ou amedrontado que dividiu famílias inteiras, populações inteiras, amizades de toda uma vida destruídas, um silêncio imposto alicerçado numa cultura de ódio nacionalista.
É um grande romance, um relato impressionante e arrepiante.
Fernanddo Aramburu - San Sebastian 1959 |
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