Bastaram as duas primeiras linhas deste magnífico livro para "sentir" que, após alguns (recentes) reveses, estava na presença de um grande, intenso e terrível livro!
Não poderia ter um começo mais entusiasmante:—"Uma base militar em tempo de paz é um lugar entediante. Acontecem coisas mas repetem-se vezes sem conta". E este excelente início viria a confirmar o que já sentira quando lera duas obras desta mesma autora norte-americana ("O coração é um caçador solitário" e "A balada do café triste" — dois grandes livros—).
Como é misterioso o ser humano, como são difíceis as relações humanas sem as quais, no entanto, o homem tem dificuldade em viver.
A personagem do soldado Williams é antológica! de resto, todas as personagens deste livro são magníficas.
Lê-se na contracapa: "Uma das vozes mais originais da literatura norte-americana, Carson McCullers explora os limites sempre instáveis entre a "normalidade" e a ordem e o foro íntimo das pulsões que movem as personagens deste romance. Numa base militar, na Geórgia, a rotina e o isolamento criam um insuportável sentimento de ódio que agudiza a tensão latente entre a "máscara" social e o mundo caótico de paixões, obsessões, frustrações e ódios secretos. Este singular inferno gira em torno de dois oficiais e as respectivas esposas, um excêntrico criado filipino, um cavalo e o jovem soldado Williams, o elemento que virá romper o delicado equilíbrio neste quadro de relações. McCullers escreve a sua história com simplicidade despretensiosa, mas imprime-lhe um cunho de estranheza e inquietação raras vezes conseguido, que lhe confere um discussão trágica".
Grande livro (mas que pena ter somente 96 páginas).
Carson McCullers - EUA - 1917 - 1967 |
0-li, mas foi zero
1-desisti
2-li, mas não me cativou
3-razoável
3,5-interessante
4-bom
5-muito bom
6-excelente
7-obra-prima
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