domingo, 18 de setembro de 2016

"O SILÊNCIO DOS LIVROS" - GEORGE STEINER - LEITURAS 2016 - XXXI

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Posso até estar a proferir uma grande tolice ao escrever aqui que George Steiner é um erudito, mas um erudito em tamanho XXL que escreve -sobretudo- para eruditos, pelo que, de algum modo, parto para a leitura deste autor sempre "de pé atrás", ou seja, de que não será um livro fácil. Contudo, confesso isso nem sempre acontece, como é o caso. 

Efectivamente "O SILÊNCIO DOS LIVROS" não sendo um livro fácil não deixa de ser um livro deveras interessante, sobretudo pelo tema que aborda e que é sempre do meu agrado (fala de livros e, ao fim e ao cabo, da tristeza que seria um mundo sem livros).

Claro que não possuo um saber nem vasto nem profundo pelo que não poderei dizer que fiquei encantado com "O SILÊNCIO DOS LIVROS", mas li-o com muito agrado e sobretudo muita curiosidade (4 estrelas, num máximo de oito).

Naturalmente que as notas que tirei da leitura deste livro só poderiam acrescentar muita coisa ao meu ínfimo saber, embora, porque efectivamente não sendo um livro fácil, o efeito "um livro sobre livros" tenha perdido assim algum do encantamento que o tema me suscita; este foi um dos parágrafos que, por me ser algo familiar, anotei:

  -Hoje em dia a coisa mais extraordinária seria o espectáculo de um rapazinho correndo a refugiar-se na sombra de uma cabana munido do livro que está a ler. Ao rapazinho dos nossos dias nem sequer lhe passa pela cabeça entrar no quarto para devanear, abrir um romance numa página qualquer e deixar-se hipnotizar pelo mistérios dos caracteres. Estão à espera dele em toda a parte, a tribo chama por ele sem parar, na lição de judo, de karaté ou de vida, no clube de teatro, no clube de hipismo, nas mais variadas actividades, algumas por vezes sem sentido! A experiência da solidão, do olhar fixado na janela por cima dos telhados, a experiência dessa tão estranha e doce tristeza que se esconde no fundo de cada livro como uma luz de sombras, essa expeeriência fundamental que é, afinal, a iniciação ao mundo e à finitude, essa experiência é quase impossível, proibida até. E, em tal caso vejo-me obrigado a falar de "ódio."

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George Steiner nasceu m Paris em 1929

  

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