Continuo a reler "conta corrente", esta excelente narrativa sob a forma de diário (em nove volumes) do que foi a vida portuguesa entre 1969 e 1993.
Acabei de reler "conta-corrente 2" que relata o período entre 1969 e 1976.
Mais um excelente diário que nos dá uma belíssima perspectiva da vida de um cidadão comum contada por um cidadão que é escritor e não é comum.
Sempre que leio um livro de Vergílio Ferreira estou munido de um lápis e de um caderno em que assento pensamentos seus absolutamente marcantes, alguns de excelente humor:
Vergílio Ferreira 1916-1996 |
-não fui eu que fiz os livros, senhores. Foi um tipo que mora comigo e com quem, aliás, não mantenho grandes relações.
-O problema da morte é para vivos, e um velho começa a sê-lo menos.
-Só se imagina o que está ausente.
-Um livro não pode simplesmente distrair-nos. É necessário um "saldo" final que nos comprometa com a vida. Que nos perturbe.
-O contrário da verdade, não é mentira, mas a razão.
-Os pequenos crescem. Um modo de nós diminuirmos.
-Se te dizem que estás novo, é porque estás mesmo velho.
-Uma homenagem é uma forma de nos inscreverem na necrologia.
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