sexta-feira, 3 de abril de 2015

LEITURAS 2015 - VIII - conta corrente 2 - VERGÍLIO FERREIRA



Continuo a reler "conta corrente", esta excelente narrativa sob a forma de diário (em nove volumes) do que foi a vida portuguesa entre 1969 e 1993. 

Acabei de reler "conta-corrente 2" que relata o período entre 1969 e 1976.

Mais um excelente diário que nos dá uma belíssima perspectiva da vida de um cidadão comum contada por um cidadão que é escritor e não é comum.

Sempre que leio um livro de Vergílio Ferreira estou munido de um lápis e de um caderno em que assento pensamentos seus absolutamente marcantes, alguns de excelente humor:


Vergílio Ferreira  1916-1996

-não fui eu que fiz os livros, senhores. Foi um tipo que mora comigo e com quem, aliás, não mantenho grandes relações.

-O problema da morte é para vivos, e um velho começa a sê-lo menos.

-Só se imagina o que está ausente.

-Um livro não pode simplesmente distrair-nos. É necessário um "saldo" final que nos comprometa com a vida. Que nos perturbe.

-O contrário da verdade, não é mentira, mas a razão.

-Os pequenos crescem. Um modo de nós diminuirmos.

-Se te dizem que estás novo, é porque estás mesmo velho.

-Uma homenagem é uma forma de nos inscreverem na necrologia.     

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