Viajando pelo mundo virtual na procura de notícias e novidades literárias, descobri uma verdadeira pérola de literatura, que aqui me atrevo a reproduzir.
É uma carta escrita em jeito de despedida pelo grande escritor colombiano Gabriel Garcia Marquéz, pouco antes de morrer e numa altura em que se aproximava da demência senil. Revelada ao mundo pelo seu irmão Jaime Garcia Marquéz:
"Se, por um instante, Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapo e me presenteasse com um pedaço de vida, possivelmente não diria tudo o que penso, mas, certamente pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, pois sei que a cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os demais parassem, acordaria quando os outros dormem. Escutaria quando os outros falassem e desfrutaria de um bom gelado de chocolate.
Se Deus me presenteasse com um pedaço de vida vestiria simplesmente, jogar-me-ia de bruços no solo, deixando descoberto não apenas meu corpo, como também a minha alma.
Deus meu, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperaria que o sol saísse. Pintaria como um sonho de Van Gogh sobre as estrelas um poema de Mário Benedetti e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à Lua. Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos espinhos e o encarnado beijo das suas pétalas.
1927 - 2014 |
Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida!...Não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas: amo-te, amo-te. Convenceria cada mulher e cada homem de que são os meus favoritos e viveria apaixonado pelo amor.
Aos homens, provar-lhes-ia como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar.
A uma criança, daria asas, mas deixaria que aprendesse a voar sozinha.
Aos velhos ensinaria que a morte não chega com a velhice, mas com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês, os homens...Aprendi que todos querem viver no cimo da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a rampa. Aprendi que quando um recém-nascido aperta, com sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do pai, tem-no prisioneiro para sempre. Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas, a mim não poderão servir muito, porque quando me olharem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer."
Enorme, o escritor, fantástico, o homem!
ResponderEliminarEssa carta é falsa. Ele nunca a escreveu
ResponderEliminarQuem foi, afinal, o autor do texto? Segundo o investigador Raúl Trejo Delabre, foi escrito por um ventríloquo mexicano chamado Johnny Welch como parte de um espectáculo da sua marioneta “El Mofles”.
ResponderEliminarFui pesquisar, porque Garcia Marques era ateu
ResponderEliminarMesmo sendo ateu creio que GGMarquez poderia perfeitamente ter escrito esta magnífica carta.
ResponderEliminarDe qualquer modo obrigado Luciene pela sua informação.
Permito-me acrescentar que, independentemente de quem a escreveu, esta carta merece a nossa atenta reflexâo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarComo todos, não passamos de comida de morotó no seu estágio inicial de putrefação. Dessa vida não levamos nada, apenas a energia que plantamos em vida. Amem mais, sorriam mais, acreditem mais...
ResponderEliminarAmem mais, riam mais e acreditem mais na luta pela transformação do mundo.
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