"BALZAC E A COSTUREIRINHA CHINESA", de DAI SIJIE (o primeiro livro escrito por este chinês, nascido em 1954, residente em França que escreve em francês, e que foi um dos grandes êxitos da edição francesa em 1999), que deve ser muito difícil de encontrar à venda nos tempos que correm mas que merecia ser reeditado. Foi o sexto livro que li este ano.
Conta os destinos de dois adolescentes chineses durante a Revolução Cultural (nos tempos de Mao) que são castigados pelas suas origens intelectuais (filhos de médicos e engenheiros) enviados para o interior da China para trabalharem no campo. Aí conhecem, porém, uma jovem costureirinha, a filha do alfaiate da aldeia, muito atraente mas quase analfabeta que resolvem ensinar a ler. E como? Graças à ajuda da surpreendente descoberta (ou, melhor dito, surripiada por eles numa casa semi-abandonada) de uma misteriosa mala recheada de grandes livros, de grandes escritores do património universal (além de Balzac, Tolstoi, Flaubert, Gogol, Melville, Romain Rolland e outros) todos traduzidos para chinês.
E estes dois amigos transferidos para uma longínqua aldeia, lá para as bandas do Tibete, apaixonam-se pela costureirinha e hão-de disputá-la com o chamariz do poder mágico da literatura. Ignoram, porém, que, no momento em que ela se tornar igualmente ilustrada, decidirá pela sua própria cabeça...
É daqueles livros que estava destinado a morrer esquecido na prateleira e que, após alguns anos depois de ali repousar, resolvi trazê-lo à vida... e ressuscitou.
Numa classificação de 0 a 7 merece-me pelo menos 3,5
Sem comentários:
Enviar um comentário