Quando aqui falei sobre “os cães na literatura” não vos falei de Febo mas, porque se trata de uma história abominável e ao mesmo tempo sedutora, não quero nem posso deixá-la para trás.
Febo, o cão de que nos fala o grande e controverso escritor italiano Curzio Malaparte (1898-1957), no seu livro “A PELE”.
Refira-se que Curzio Malaparte era secretário da secção local da juventude do Partido Republicano; aos dezasseis anos rebenta a guerra de 14 (a 1ª. Grande Guerra Mundial), sai de casa, atravessa a fronteira e alista-se numa legião de voluntários para combater os Alemães. É deportado para a ilha Lipari e é a partir daqui que nos conta a história do seu cão Febo.
Durante os dois últimos anos de detenção, Febo está com ele e acompanha-o a caminho de Roma no primeiro dia da libertação.
Um dia, em Roma, Febo desaparece.
Após uma busca árdua, Malaparte fica a saber que, capturado por um marginal, foi vendido a um hospital para satisfazer experimentações médicas. Encontra-o vivo“estendido de costas, ventre aberto, uma sonda espetada no fígado”. Nenhum gemido sai da sua boca, pois, antes de os operarem, os médicos cortavam as cordas vocais a todos os cães. Por simpatia por Malaparte, o médico administra a Febo uma injecção mortal.
“Nunca gostei de uma mulher, um irmão, um amigo como gostei de Febo”
Amigo Seve,
ResponderEliminarTenho esse livro "A pele" comprado há muitos anos na livraria do Godinho, lembras-te? Com esta tua referência ao mesmo já me deixas-te "de apetites".
Livraria do Godinho, onde íamos beber um café depois de "almoçarmos" na Nobreza. Livraria do Godinho, onde o Lima de Freitas expunha alguns dos seus quadros, Lima de Freitas que fez capas fantásticas para a coleção Vampiro e Argonauta, dos Livros do Brasil. Se bem me lembro, já lá vão certamente mais de 20 anos, e quase todos os dias compravámos um livro (tu mais do que eu)....que saudades.... e não esquecer os belos momentos que nessa altura passámos.
ResponderEliminarFebo terá então lamentado ter sido amigo dos homens.
ResponderEliminarQue ternura de olhar!
Efectivamente que doçura de olhar...se calhar abandonado por um ser humano (como certamente ele se designará a si próprio)
ResponderEliminarEstes Seres Vivos, como tantos outros, mas Muito em Especial, O Cão, merecem toda a Aceitação, Respeito e tudo o de mais, do Animal Racional….
ResponderEliminarW