sexta-feira, 12 de março de 2021

"SERVIDÃO E GRANDEZA DOS FRANCESES" - LOUIS ARAGON - LEITURAS 2021 - I

 bibliographias: Louis Aragon ― Servidão e Grandeza dos Franceses

Este foi o primeiro livro que li neste negro ano de 2021.

Curiosamente, neste tempo de pandemia, tenho lido muito menos, ao contrário do que seria suposto.

Louis Aragon é um autor comprometido com o homem. Ele foi também um dos maiores escritores franceses.

Neste livro (246 páginas), conta-nos Aragon algumas histórias do período da ocupação Nazi, durante a II Guerra Mundial. Fez parte activa da Resistência. 

Nestas histórias, o autor põe o leitor perante conflitos dos quais ressalta a eterna dualidade entre a liberdade e a opressão, entre a paz e a guerra, entre a justiça e a prepotência, entre a vida e a morte.  

Não digo que este livro me tenha decepcionado mas confesso que não atingiu o grau de satisfação que eu esperava já que parti para a sua leitura com as expectativas muito em alta. Efectivamente o tema "ocupação da França pelos Alemães, na II Guerra Mundial" elevava as tais expectativas a um patamar alto e era sinónimo de uma ávida leitura, o que, sinceramente, raramente aconteceu. 

                                                Louis Aragon  -  Paris  1897-1982



 3 - razoável

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

domingo, 7 de março de 2021

BALANÇO DAS LEITURAS DE 2020

 

Biblioteca · Casa Fernando Pessoa


Li em 2020 26 livros, curiosamente os mesmos que havia lido em 2019.

Algumas desilusões, algumas boas surpresas e apenas um livro de que gostei muito ("NA FLORESTA" - Edna O´Brien), e por isso lhe dei, na minha escala de gostos, um 5-muito bom.

Dos 26 lidos, constam três releituras ("A louca da casa", "Não é fácil dizer bem" e "O Diário de Anne Frank").

Não gosto de deixar livros a meio mas isso aconteceu com dois, "VIAGENS" de Olga Tokarczuk, desisti à página 155 porque já não estava lendo o livro estava arrastando a leitura sem qualquer interesse, nunca entrei no livro. E ainda um livro de um autor de que gosto muito, Richard Ford, "Jornalista Desportivo", larguei-o à página 40 (o livro tem 433). Quando, deste autor, li o excelente "Canadá" fiquei logo com a intenção, como acontece quando gosto muito de um livro, de ler, mais cedo ou mais tarde, os seus outros livros, mas na altura não consegui "encaixar" neste Jornalista Desportivo, que, todavia, até poderá ser um bom livro mas na altura desisti confessando no entanto que, mais cedo ou mais tarde voltarei a este autor.

Deste modo foram estes os 26 livros que li em 2020, acrescento-lhe a pontuação que, terminada a sua leitura, lhes dei, e é por ordem dessa classificação que os enumero:

    1 - NA FLORESTA - Edna O´Brien - págs. 239 -  classificação: 5 

    2 - UMA ABELHA NA CHUVA - Carlos de Oliveira - 111 págs.   -   classificação: 4

    3 - O DIÁRIO DE ANNE FRANK  -  350 págs.  -    classificação: 4

    4 - A LOUCA DA CASA  -  Rosa Montero - 219 págs.   -   "         4

    5 - A FILHA DO CANIBAL  -  Rosa Montero - 327 págs.   -  "       4

    6 - O ÚLTIMO CADERNO DE LANZAROTE - José Saramago   - 268 págs.   -  3,5

    7 - DOIDA NÃO E NÃO   -   Manuela Gonzaga   -  401 págs.   -   3,5

    8 - O ESCAFANDRO E A BORBOLETA  -  Jean-Dominique Bauby  -  142 págs.   -   3,5

    9 - ALGUMAS DISTRAÇÕES  -  Francisco José Viegas  -  222 págs.   -   3,5

    10 - TEMPO DE CATANAS  -  Jean Hatzfeld  -   240 págs.   -   3,5

    11 - MARYA UMA VIDA  -  Joyce Carol Oates  -  330 págs.   -   3,5

    12 - COMO UM ROMANCE  -  Daniel Pennac  -  188 págs.   -  3,5

    13 -  DIÁRIOS DE MIGUEL TORGA VOLS. XI e XII  -   220 págs.   -   3,5

    14 - TERCEIRO LIVRO DE CRÓNICAS - António Lobo Antunes - 292 págs. - 3,5

    15 - AMOK  -  Stefan Zweig  -  201 págs.  -  3,5

    16 - MOVIMENTO PERPÉTUO  -  Ana Cristina Pereira  -  102 págs.  -   3,5

    17 - A SOLIDÃO DOS NÚMEROS PRIMOS  -  Paolo Giordano  -  265 págs.  -  3,5

    18 - DIÁRIOS DE MIGUEL TORGA  -  Vols. XIII e XIV   -   232 págs.   -   3,5

    19 - TUDO O QUE NÃO ESCREVI - Diário I -1991,1992 - Eduardo Prado  Coelho - 

             367 págs. - 3

    20 - OS CAVALOS TAMBÉM SE ABATEM  - Horace McCoy  -  165 págs.  -  3

    21 - APARIÇÃO - Vergílio Ferreira  -  273 págs.   -   3

    22 - LÉAH E OUTRAS HISTÓRIAS  -  José  Rodrigues Miguéis  -  284 págs.   -  3

    23 - O MAGO DE LUBLIM  -  Isaac Bashevis Singer  -  189 págs.   -   3

    24 - LIVRARIAS  -  Jorge Carrión   -  312 págs.   -   2

    25 - O GUARDA DO POMAR  -  Cormac McCarthy  -  283 págs.  -  2

    26 -  NÃO É FÁCIL DIZER BEM   -  João Pedro George  -  255 págs.  -  2

    


0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

    

quinta-feira, 4 de março de 2021

"O MAGO DE LUBLIM" - ISAAC BASHEVIS SINGER - LEITURAS 2020 - XXVI


 

Arquivo: O Mago de Lublim - Isaac Singer Sintra (Santa Maria E São Miguel,  São Martinho E São Pedro De Penaferrim) • OLX Portugal

Da colecção "Prémio Nobel" vendida com o jornal "Diário de Notícias", em 2003, este foi o último livro que li em 2020. O seu autor, Isaac Bashevis Singer, foi Prémio Nobel da Literatura em 1978, nasceu na Polónia em 1902 e morreu nos EUA, em 1991.

A história deste livro de 189 páginas, passa-se no final do século IXX na Polónia governada pela Rússia. A personagem principal Yasha Mazur é um mágico de Lublim, que viaja pela Polónia para se apresentar perante o público. Ele é judeu, mas não muito devoto, e casado com Esther, tendo, no entanto, outros casos com outras mulheres, nomeadamente uma jovem judia Zeftel e com uma viúva católica, de classe média em Varsóvia, chamada Emília.

Esta sua vida de constante pecador, acabou por "abanar" quando uma sua outra amante, Magda comete suicídio.

Tudo isto o leva a voltar a Lublim a sua esposa e acaba por se isolar completamente num pequeno prédio sem portas e sem janelas e com apenas uma abertura para comida, abraçando novamente a sua fé judaica, embora sua esposa e rabino tentassem convencê-lo a não se deixar bloquear.

Torna-se famoso como um homem santo e começa a receber muitos visitantes.

O livro termina com ele recebendo uma carta d Emília, que lhe fala da sua ansiedade pelo seu desaparecimento três anos antes.

Leitura muito agradável e que nos faz pensar no percurso de um homem que talvez demasiado tarde reconhecesse que muito perdeu ao ignorar a sua família e indo sempre em frente sem pensar nas pessoas que tinha deixado para trás.  

                                                     Isaac Bashevis Singer - 1902 - 1991 


sublinhei e retive:

(pg. 100) - A honestidade não é a vida mais fácil

(pg.130) - Não deponhas as armas uma hora antes da vitória


3 - razoável

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima

segunda-feira, 1 de março de 2021

"A SOLIDÃO DOS NÚMEROS PRIMOS" - PAOLO GIORDANO - LEITURAS 2020 - XXV

Arquivo: A solidão dos números primos - Paolo Giordano Santo António dos  Olivais • OLX Portugal


Há  mais de dez anos que comprei este livro num alfarrabista e é daqueles que ando de dia para dia para o ler mas vai ficando, ficando...só agora (Dez 2020) surgindo a oportunidade.

Os números primos (números inteiros) são aqueles que apenas são divisíveis por ele e pela unidade; Ex.: nº. 5 apenas por 5 e por 1; o 6, por exemplo, já é um número composto pois já tem mais do que dois divisores (tem quatro - 1, 2, 3, 6).  São, por isso (os números primos), números solitários e suspeitos. Mattia e Alice, dois misteriosos personagens deste livro, são assim. Dois seres perdidos, próximos, mas não o suficiente para se encontrarem totalmente.

A complexidade de certas personagens deste livro, como Alice e Mattia e a sua irmã Michella, com o seu quê de misterioso tornam-no de leitura que, em determinadas alturas, quase chega a entusiasmar. O pai de Alice obriga-a a frequentar aulas de esqui, para provar que é forte e competitiva. Ela odeia esquiar. A manhã está coberta de nevoeiro, não lhe apetece ir, ainda sente o peso do leite matinal no estômago. 

No teleférico, descuida-se e faz chichi. Humilhada, tenta esquiar rapidamente colina abaixo, mas sai da pista e parte uma perna. Deixa-se ficar, imóvel na neve, a pensar que vai morrer. Não morre, ma fica coxa para o resto da vida.

Mattia é um rapaz muito inteligente que tem uma irmã deficiente mental, Michella, cuja presença constante afasta potenciais amigos. Quando um colega os convinda para uma festa, Mattia deixa a irmã num banco do jardim, dizendo-lhe que espere ali por ele. Mas quando regressa não a encontra. Michella desapareceu para sempre. 

Livro interessante que li com relativo agrado, não decepcionou mas nunca chegou a entusiasmar-me.  

                                                  Paolo Giordano  -   Turim - Itália - 1982



3,5 - interessante

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima