Este "O MISTÉRIO DA LÉGUA DA PÓVOA" é um daqueles livros de capa amarela que integra a muita interessante colecção que, por volta de 2004, foi publicada pelo jornal O INDEPENDENTE, e que ainda se encontram nalguns alfarrabistas.
Antes de ter sido publicada em livro, esta crónica tinha sido publicada no referido jornal, entre 2001 e 2002, como folhetim.
Talvez por isso eu tenha achado o livro, em determinado capítulos, algo repetitivo pois a autora teve certamente a intenção de manter sempre a par do que ia acontecendo os leitores que iam chegando e que poderiam ter perdido alguns folhetins anteriores.
Nele se narra a história verídica de Maria Adelaide Coelho da Cunha, "Senhora de São Vicente", filha mais velha e herdeira do fundador e co-proprietário do Diário de Notícias, o jornalista Eduardo Coelho, e mulher de Alfredo Cunha também jornalista, que, no fim da tarde de quarta-feira dia 13 de Novembro de 1918, saiu de casa, o palácio de São Vicente, à Graça, para nunca mais voltar e, dirigindo-se à estação de comboios do Rossio, comprou um bilhete para Santa Comba Dão onde pretendia começar uma nova vida junto de Manuel Claro o motorista da família, na Serra da Gralheira, e para levar uma vida de pobre, ignorando a fortuna de que era detentora, já que efectivamente era uma mulher muito rica.
Contudo, uma vez que a Maria Adelaide seria, como já foi referido, a detentora de uma grande fortuna, o marido com medo de a perder (a fortuna) invocando que ela estaria louca e sem condições de gerir a sua vida conseguiu que fosse internada à força num manicómio (Hospital de Conde de Ferreira no Porto), num quarto em que a porta estava trancada com 6 ferrolhos, isto depois de avaliada por três famosos e reputados médicos alienistas (médico especializado em doenças mentais) da altura (Dr. Egas Moniz, o Dr.Júlio de Mattos e o Dr. Sobral Cid, director e adjunto do manicómio de Miguel Bombarda) que a definem como "louca lúcida". Deste manicómio ela consegue, contudo, evadir-se por duas vezes. Depois do segundo internamento de Maria Adelaide, Manuel Claro recolheu aos calabouços da Relação para lá ficar sepultado durante quatro anos, acusado de rapto, no meio da turba de prisioneiros (eram mais de setecentos) nas piores condições que se possam imaginar e que fizera dizer a D. João V "isto tem de ser demolido".
Uma vez posta em liberdade, Maria Adelaide nunca mais regressou a Lisboa, ficando a viver no Porto. Primeiramente em casa da família de Bernardo Lucas mas aqui apenas por algum tempo, mudando de alojamento por diversas vezes é de presumir que com a libertação de Manuel Claro fossem ambos viver juntos, ao que se julga na Rua da da Cedofeita. Maria Adelaide saiu do Hospital de Conde de Ferreira por ordem do Ministério do Interior, depois de muitas diligências do Doutor Bernardo Lucas, amigo de Maria Adelaide, a pretexto de que ela fora internada num manicómio sem mandado nem confirmação judicial.
Agustina Bessa-Luís é realmente uma grande escritora portuguesa. Este é o terceiro livro que leio dela, contudo, gostei mais dos outros dois (o romance "A SIBILA" e o romance histórico "FANNY OWEN").
3,5-interessante
0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima
Nele se narra a história verídica de Maria Adelaide Coelho da Cunha, "Senhora de São Vicente", filha mais velha e herdeira do fundador e co-proprietário do Diário de Notícias, o jornalista Eduardo Coelho, e mulher de Alfredo Cunha também jornalista, que, no fim da tarde de quarta-feira dia 13 de Novembro de 1918, saiu de casa, o palácio de São Vicente, à Graça, para nunca mais voltar e, dirigindo-se à estação de comboios do Rossio, comprou um bilhete para Santa Comba Dão onde pretendia começar uma nova vida junto de Manuel Claro o motorista da família, na Serra da Gralheira, e para levar uma vida de pobre, ignorando a fortuna de que era detentora, já que efectivamente era uma mulher muito rica.
Contudo, uma vez que a Maria Adelaide seria, como já foi referido, a detentora de uma grande fortuna, o marido com medo de a perder (a fortuna) invocando que ela estaria louca e sem condições de gerir a sua vida conseguiu que fosse internada à força num manicómio (Hospital de Conde de Ferreira no Porto), num quarto em que a porta estava trancada com 6 ferrolhos, isto depois de avaliada por três famosos e reputados médicos alienistas (médico especializado em doenças mentais) da altura (Dr. Egas Moniz, o Dr.Júlio de Mattos e o Dr. Sobral Cid, director e adjunto do manicómio de Miguel Bombarda) que a definem como "louca lúcida". Deste manicómio ela consegue, contudo, evadir-se por duas vezes. Depois do segundo internamento de Maria Adelaide, Manuel Claro recolheu aos calabouços da Relação para lá ficar sepultado durante quatro anos, acusado de rapto, no meio da turba de prisioneiros (eram mais de setecentos) nas piores condições que se possam imaginar e que fizera dizer a D. João V "isto tem de ser demolido".
Uma vez posta em liberdade, Maria Adelaide nunca mais regressou a Lisboa, ficando a viver no Porto. Primeiramente em casa da família de Bernardo Lucas mas aqui apenas por algum tempo, mudando de alojamento por diversas vezes é de presumir que com a libertação de Manuel Claro fossem ambos viver juntos, ao que se julga na Rua da da Cedofeita. Maria Adelaide saiu do Hospital de Conde de Ferreira por ordem do Ministério do Interior, depois de muitas diligências do Doutor Bernardo Lucas, amigo de Maria Adelaide, a pretexto de que ela fora internada num manicómio sem mandado nem confirmação judicial.
Agustina Bessa-Luís é realmente uma grande escritora portuguesa. Este é o terceiro livro que leio dela, contudo, gostei mais dos outros dois (o romance "A SIBILA" e o romance histórico "FANNY OWEN").
Agustina Bessa-Luís Vila Meã-Amarante, 1922 |
3,5-interessante
0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima
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