quinta-feira, 24 de maio de 2012

POR ONDE ANDEI EM 2011 - VIII



É na segunda semana de Abril (2011) que, nas minhas andanças pelo mundo, através dos livros que vou lendo, que me cruzo com Arthur (Conan Doyle) e George (Edalji).
Cresceram em mundos completamente diferentes e a vários quilómetros de distância um do outro, na Grã-Bretanha do final do sécúlo XIX.
O primeiro é médico e tornou-se mundialmente conhecido por ser o criador do célebre Sherlock Holmes. Arthur torna-se escritor e um dos mais famosos homens do seu tempo, enquanto George, solicitador em Birmingham, permanece na obscuridade. Mas com o despontar do novo século, as suas vidas cruzam-se devido a uma sequência de acontecimentos reais que ficaram conhecidos como "Os Ultrajes de Great Wyrley".
O segundo, George Edalji quer apenas ser muito inglês e acredita na lei; contudo, a sua ascendência pársi é um entrave às suas aspirações e colocá-lo-á a braços com a justiça. Por seu lado, Arthur é um homem moderno para a sua época, mas os seus ideais de cavalheirismo e dever empurram-no para um insolúvel dilema moral: ama profundamente Jean, mas existe Touie, a sua mulher, a quem encara com afecto e respeito. É então, após dez anos a viver esta mentira, que Arthur descobre a história de George. O óbvio erro judiciário galvaniza-o. Uma vez que o público o identifica com Sherlock Holmes, ele vai actuar como a sua criação, limpar o nome do inocente e desmascarar o culpado. A uni-los está o facto de ambos serem vítimas dos sistemas que mais admiram: a lei e o cavalheirismo, e juntos serão capazes de redimir as suas vidas destroçadas pela falta de esperança e frustração.



Julian Barnes (Inglaterra 1946, na foto anterior) é efectivamente um excelente escritor e gostei deste seu livro (Arthur & George) que se lê com muito agrado mas que é preciso ler com alguma concentração para não perdermos o fio à meada.


Chego a meados de Abril e recebo um precioso convite do escritor francês Villiers de l'Isle-Adam (1838-1889), para o seu livro O Convidado das Últimas Festas.

Este escritor acreditava que a imaginação continha mais beleza do que a realidade e disse mesmo, num conto, que "uma coisa é tanto mais real para nós quanto mais nos interessa, já que uma coisa que não nos interesse de todo não existirá para nós."


Escreveu contos profundamente marcados pelo sonho, pela ironia e pelo sentido do grotesco. O Convidado das Últimas Festas, conto que dá nome à colectânea, tem como personagem central um homem estranho, com um segredo assustador. E seguem-se outras 7 histórias na mesma veia.


Este livro faz parte de uma excelente colecção (A BIBLIOTECA DE BABEL) publicada pela Editorial Presença, tendo sido publicados até agora dezasseis excelentes livros, todos eles escolhas do grande escritor argentino Jorge Luís Borges.


E já em fins de Abril entrando no mês de Maio que chego aos EUA aonde me encontrarei com o professor e reitor da Universidade de Athena, um homem que foge às suas raízes procurando ludribiar o seu passado, mas disso falarei na próxima oportunidade quando aqui nos encontramos para vos descrever mais esta viagem pelos livros que fui lendo e consequentemente pelas vidas que fui descobrindo, neste caso com o grande escritor Philpp Roth, felizmente ainda vivo.  

 

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