Sempre tive algum “medo” dos livros do Umberto Eco, devido à
sua conotação tremendamente intelectual que o “mascarou” de um escritor
difícil.
Contudo já não penso do mesmo modo.
É que as obras que dele tenho lido têm sido agradáveis
surpresas, “A OBSESSÃO DO FOGO” um livro de ensaios que gostei imenso e através do qual aprendi muita coisa, o
consagrado “O NOME DA ROSA” e o que estou actualmente a ler (A MISTERIOSA CHAMA DA RAINHA LOANA), é um belo livro, em todos os sentidos, pois é uma obra cheia de fotografias
espectaculares de objectos, livros, jornais, revistas, anúncios, de há mais de 50 anos. “A MISTERIOSA CHAMA DA RAINHA LOANA” é um mergulho nas memórias do escritor.
Este livro de Umberto Eco, que se lê e que se vê muito bem, é a história de Bodoni, um erudito livreiro milanês que após um AVC perde totalmente a memória pessoal e tenta reconstruir a sua história através de objectos, cadernos escolares, jornais, revistas, publicações antigas, anúncios publicitários e a ajuda de familiares e amigos.Tem de voltar a aprender a ver e a fazer todas aquelas coisas que, na vida, damos como garantidas. Apesar de ter perdido a sua memória sensorial, não perdeu a sua memória semântica. Contudo, os rostos dos familiares, da mulher e dos filhos não lhe dizem nada.
É um livro muito curioso em que Bodoni vai recordando as suas experiências pessoais, e nos sótãos e gabinetes da casa dos seus avós, onde passou os anos da sua juventude, relê os livros, ouve os discos, e outras memórias que marcaram a sua juventude, e com isto nós próprios, vamos relembrando igualmente as nossas memórias de infância, gerando assim uma deliciosa cumplicidade entre a principal personagem e o leitor.
Este livro de Umberto Eco, que se lê e que se vê muito bem, é a história de Bodoni, um erudito livreiro milanês que após um AVC perde totalmente a memória pessoal e tenta reconstruir a sua história através de objectos, cadernos escolares, jornais, revistas, publicações antigas, anúncios publicitários e a ajuda de familiares e amigos.Tem de voltar a aprender a ver e a fazer todas aquelas coisas que, na vida, damos como garantidas. Apesar de ter perdido a sua memória sensorial, não perdeu a sua memória semântica. Contudo, os rostos dos familiares, da mulher e dos filhos não lhe dizem nada.
É um livro muito curioso em que Bodoni vai recordando as suas experiências pessoais, e nos sótãos e gabinetes da casa dos seus avós, onde passou os anos da sua juventude, relê os livros, ouve os discos, e outras memórias que marcaram a sua juventude, e com isto nós próprios, vamos relembrando igualmente as nossas memórias de infância, gerando assim uma deliciosa cumplicidade entre a principal personagem e o leitor.
Porque certamente já aconteceu a muitos de nós, nomeadamente àqueles que têm muitos livros em casa, dele extraí este pequeno e saboroso comentário, quando Bodini recebe uma visita de alguém em sua casa:
-Aqui estão cinco mil
-E já os leu todos?
-Nenhum, de outro modo, por que os guardaria aqui? O senhor
porventura costuma guardar as latas de conserva depois de as esvaziar?
Os cinquenta mil que já li ofereci-os a prisões e hospitais.
E o meu interlocutor estremece…
Os cinquenta mil que já li ofereci-os a prisões e hospitais.
E o meu interlocutor estremece…
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