segunda-feira, 18 de maio de 2020

"DIÁRIO Vols. XI e XII" - MIGUEL TORGA - LEITURAS 2020 - XIII


Mito de Sísifo: Diário Vols. I e II - Miguel Torga

SE CANTASSE

Se cantasse, talvez o coração
Sossegasse no  peito.
Mas vou perdendo o jeito
De cantar.
A vida, devagar,
Leva-nos tudo,
E deixa-nos na boca o gosto de ser mudo.

-Miguel Torga era de pedra por fora mas de algodão por dentro-

Gosto de ler diários e memórias de escritores e estes Diários, Vols. XI e XII, de Miguel Torga são um manancial de memórias, de literatura, de poesia e de muitos outros aspectos da vida portuguesa; e que bem os relata este grande escritor português!

Como se sabe, Miguel Torga é o pseudónimo literário do médico Adolfo Correia da Rocha.

Nasceu em S. Martinho da Anta (Trás-os-Montes) em 12 de Agosto de 1907 e faleceu em Coimbra em 17.01.1995.

Aos dez anos foi para uma casa apalaçada de familiares, no Porto, onde é um criado para todo o serviço. Contudo, devido à sua insubmissão, foi despedido um ano depois.

Teve seguidamente uma breve passagem pelo Seminário de Lamego mas não querendo ser padre, como disse ao seu pai, emigrou aos treze anos para o Brasil tendo aí trabalhado numa fazenda de café do tio, em Minas Gerais, até aos dezoito anos, O tio, querendo compensá-lo por estes anos de árduo trabalho, dispôs-se a pagar-lhe os estudos e por isso regressa a Portugal licenciando-se pela Faculdade de Medicina, em 1933.  

E em Coimbra exerce clínica durante mais de seis décadas.

Publicou mais de cinquenta livros e foi várias vezes indicado para o Prémio Nobel da Literatura.

Gosto dos seus diários pois em todos, os que li até agora, se afirma, de modo mais ou menos explícito, a vontade de preservar a pureza do ambiente natural.

Nos seus Diários (publicados de 1941 a 1987), estes vols. XI e XII, entre 1968 e 1977, encontramos, em prosa e em verso, admiráveis textos de variada espécie: reflexões culturais do mais longo alcance, lúcidos e pungentes instantâneos de vida quotidiana; corajosas tomadas de posição no campo ideológico; fulgurantes análises da alma e da paisagem portuguesas; apontamentos de deambulações além-fronteiras; belíssimos poemas (como o que acima reproduzo). 

Em suma, é sempre um prazer a leitura dos diários deste grande escritor e grande poeta português, e estes Vols. XI e XII não foram excepção. 

Foi, entre muitas outras honras, distinguido com o Prémios Camões em 1989.


Língua Portuguesa: 10 brilhantes poemas de Miguel Torga | VortexMag
Miguel Torga  -  1907 - 1995
  

sublinhei:

-(pág.23)   -   Leve tudo a sério na vida, mas não se leve a sério a si

-(Pág.35)   -  As pessoas confundiram no meu temperamento modéstia com orgulho, pudor com egoísmo, franqueza com agressividade, desinteresse com estratégia.



3,5 - interessante

0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima


Sem comentários:

Enviar um comentário