Paul Theroux é um reconhecido escritor de livros de viagens.
Este "Sul Profundo" é uma longa viagem, durante quatro
estações, pelos sítios mais recônditos do Sul da América.
A América das grandes extensões e as estradas solitárias, os
móteis sujos, as lojas à beira da estrada, o espírito hospitaleiro e acolhedor
do Sul.
Igrejas e barbearias, feiras de armas que nos ajudam a perceber
certos mitos e o porquê da discussão sobre a possibilidade das pessoas puderem
usar armas no seu dia a dia, cidades abandonadas, lugares essenciais na luta
dos negros pelos direitos civis.
Paul Theroux - EUA - 1941 |
Ao longo desta viagem (536 páginas) são abordados os mais variados temas que
se prendem naturalmente com os locais por onde o autor passou:
Ku-Klux-Klan - O KKK originou-se em meados do séc. XIX, não
entre os brancos pobres, mas na classe dos plantadores que usavam o terror para
manter os negros a trabalhar nos campos, para controlar a mão de obra, e para
perpetuar o sistema repressivo da plantação do Sul.
Em Agosto de 1980 Ronald Reagan voou até à cidade que era o
quartel general do KKK no Mississipi, ele queria dizer: estou do vosso lado.
Foi Ronald Reagan que se opôs à criação de um feriado nacional
em homenagem ao Rev. Dr. Martin Luther King Jr.
William Faulkner - um dos maiores escritores americanos e mais
subtis pensadores - um homem tímido, mas um ousado e opinioso génio literário
com um conhecimento enciclopédico da história sulista. impossível de ignorar
por quem viaje pelo Sul — viveu toda a sua vida no centro dessa comunidade
racionalmente dividida sem sequer uma vez sugerir claramente, na sua sábia voz,
numa cidade que ele se orgulhava de chamar sua, que um estudante negro tinha o
direito inalienável de estudar na universidade — tudo a seu tempo, era o seu
lema.
O vencedor do Prémio Nobel ficava-se, enquanto negros eram
corridos do Campus, admitidos como criados só pela porta traseira e, uma vez
feito o trabalho, mandados embora. Faulkner morreu em Julho de 1962.
Erskine Caldwell- Um dos escritores que, na opinião deste blogueiro,
melhor descreveu a segregação e o sofrimento. Filho de um pregador, Caldwell
era, contudo, tão detestado pelos seus compatriotas georgianos, que se sentiam
que ele fizera deles um motivo de chacota, que deixou o Sul, viveu em São
Francisco e Nova Iorque, e durante alguns anos numa pequena cidade do Maine.
Viajou pela Europa e pela União Soviética, onde trabalhou como correspondente
de guerra, sendo também visto como um cronista da vida camponesa nos Estados
Unidos.
Permito-me uma curiosidade: do Erskine Caldwell possuo um livro (O Pregador) autografado:
Retive e anotei:
MARGARET BOURKE-WHITE - EUA - uma pioneira dos momentos importantes da fotografia. 1904-1971 - por exemplo, a grande e imortal foto da mulher da depressão (associei-a sempre ao grande romance de Steinbeck "As Vinhas da Ira")
0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima
Este escritor ainda está a tempo de escrever "A aventura do Seve em Paris"
ResponderEliminarMas certamente que teria muito, miitíssimo mais para escrever sobre a que foi a tua grande, longa e decerto inesquecível aventura nessa épica cidade de ontem, hoje e amanhã,apesar de já tão bem descrita (Paris) pelos grandes vultos da literatura francesa e mundial, como o grande Victor Hugo, o enorme Balzac e o épico Emile Zola.
ResponderEliminarSim, é verdade! E Paris é a minha cidade eterna!
EliminarO livro, como diz, parece interessante. Gosto desse género de livros que discorrem sobre outros assuntos. No entanto, não pretendo lê-lo, uma vez que não o considera imperdível, ou muito bom. É que já há tanto para ler...
ResponderEliminarLi "A trégua" do Mário Benedetti e gostei bastante. É um romance breve e de leitura muito agradável, apesar de abordar uma situação com um final triste que poderia perfeitamente ter-se passado na década de 50 do século XX.
Os nossos gostos poderão não coincidir, mas gosto de ficar a par das suas apreciações de livros.
Acabei de ler um livro que deu origem a um filme que já vi: "Viver depois de ti". Lê-se rapidamente e aborda um tema profundo e polémico: o da eutanásia. Não será um show da literatura, mas achei bom.
Agora comecei a ler "A casa do pó" de Fernando Campos. Parece ser um romance histórico. Não é o meu género preferido, mas se estiver bem construído... O livro ganhou uma Menção Honrosa.
Caríssima Lua Azul não conhecia "Viver depois de ti" e será certamente um livro que irei tentar descobrir, realmente aborda um tema profundo. Sobre estes delicados temas da saúde gostei muito de um "Passagens" de Teolinda Gersão, em que é dissecada a vida de uma mãe que no fim da vida é posta pelas filhas num lar, e que ali simula ter Alzheimer e finge não conhecer as pessoas, ouvindo o que dela dizem as enfermeiras, e o que dizem as filhas quando a visitam (visitas que começam a rarear)...
EliminarTeolinda Gersão é uma boa escritora portuguesa (pouco lida, creio eu).
Do Fernando Campos nunca li nada; temos tanto tanto para ler...
Obrigado pela visita e pelas sugestões.
Eh pá!!!! Quando comecei a ler o comentário deste Zé Silva pensei: O que é isto? o sujeito (não sei se se trata de um homem ou um rapazola) pode também ser um transformista. Uma coisa já sabemos: Nem escrever sabe!!!! Talvez seja um youtuber? um blogger? um DJ? profissões da moda para macacos que não querem fazer nenhum e entretêm-se a dizer umas parvoíces e têm uma manada de patetas como seguidores. Ó Zé Silva que "vai fasser tu?" quando escreves portulandia dou-te um conselho: Vai-te embora porque merda já cá temos muita ou será que ainda não desceste da palmeira e a cauda te atrapalha?
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