Arthur Miller, que foi casado com Marilyn Monroe entre 1956 e 1961, escreveu esta excelente peça de teatro em 1949.
Que perturbante e envolvente livro em que Arthur Miller tão bem expressa todo o drama social e familiar de Willy Loman — o caixeiro viajante — que vê sucumbir toda a sua ilusão de grandeza e que projectava para os seus filhos o sucesso que ele próprio gostaria de ter alcançado.
Willy Loman, pai de dois filhos, é um caixeiro viajante orgulhoso dos seus longos anos de vendas em que tinha em cada cliente um amigo, em que a amizade se sobrepunha às regras económicas, mas que, de repente, vê esfumar-se todo este seu mundo e se encontra, surpreendentemente (para si), desempregado.
A mestria de Miller dá-nos um excelente panorama do que é uma sociedade impiedosa que transforma um homem simples num simples número, num fracassado, logo que este se faz notar pela sua desadequação ao tempo e aos lugares em que se movimenta, depois de ver definhar a sua carteira de clientes, alcançada ao longo de anos de estrada, surgindo assim toda a sua inaptidão face à sua falta de competitividade quando passa a ser pago à comissão.
Toda a sua vida de ilusório sucesso desaba e a este drama social junta-se um drama familiar quando é visto, por um dos seus filhos, com uma amante.
E acontece a trajectória descendente até ao suicídio.
Que bem narra Arthur Miller a cultura do "sucesso" medido através da comparação com os outros; é a sociedade que quase reduz a vida a uma procura constante de rendimentos mais elevados, onde é preciso ganhar cada vez mais dinheiro para comprar, comprar, comprar....
Arthur Miller - n. Nova Iorque - 1915-2005 |
retive e anotei:
(da pág.91) - de brincalhões toda a gente gosta, mas ninguém é capaz de lhes confiar um centavo.
0 - li, mas foi zero
1 - desisti
2 - li, mas não me cativou
3 - razoável
3,5 - interessante
4 - bom
5 - muito bom
6 - excelente
7 - obra prima
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