Já lá vão mais de trinta anos quando, em Setembro de 1985, aconteceu este choque frontal de comboios em Alcafache. E quando, como eu tinha na altura, se tem pouco mais de vinte anos queremos abraçar o mundo e por isso, por vezes, passamos pelas coisas como cão por vinha vindimada, mesmo as maiores tragédias que acontecem ali ao nosso lado. A esta distância lembro-me que terá sido isso que, na altura, poderá ter acontecido comigo, pois conservo apenas uma ténue lembrança deste trágico acontecimento.
Neste choque de comboios algumas das vítimas mortais (cerca de duas centenas), presas nas carruagens a arder, nunca chegam a ser identificadas, daí não haver registos concludentes. É a partir daqui que o autor compõe um (muito) bom livro. Entusiasmante até! Contudo, tal como me aconteceu com o seu primeiro livro ("O teu rosto será o último"), quando deverão faltar para aí umas cinquenta ou sessenta páginas para o fim o entusiasmo foi diminuindo, diminuindo até chegar à última página (já) um pouco arrastado, acabando assim o livro com um final não sei se direi desinteressante se direi "desencontrado" de tudo o que imaginaria e de tudo o que seriam as minhas expectativas, tão bem alimentadas até quase ao fim. E assim, à semelhança do livro anterior (e primeiro do autor, o já referido "O teu rosto será o último"), deste não retirei qualquer conclusão. Às vezes acontece.
João Ricardo Pedro - 18 Agosto 1973 - Reboleira - Amadora |
nota 3,5-interessante
0-li, mas foi zero
1-desisti
2-li, mas não me cativou
3-razoável
3,5-interessante
4-bom
5-muito bom
6-excelente
7-obra-prima
Olá Severino.
ResponderEliminarConcordo com a tua apreciação. Não chegou ao bom. Há várias partes confusas. Está alguns furos abaixo do livro de estreia.
O que é normal, o primeiro livro do João Ricardo deve ter suplantado todas as suas expectativas.